27.8.11

O nome de um jogador


(Navegantes, desculpem a pontuação capenga. É que escrevi de prima- e ando meio asmático demais depois dos jogos)
Um dia, em Sampa, assistindo a um jogo de futebol pela TV, na casa do meu amigo João Zero (o fabuloso cartunista), eu tentei falar para ele que gostaria ter no Palmeiras um jogador, que naquela época brilhava no Vitória. O diabo é que, por mais que me esforçasse, não consegui lembrar o nome do craque em questão. Na verdade, o nome era incomum, me parecia meio complicado de guardar,- ainda mais na minha cachola, prejudicada pelo tempo em que fiquei tentando entender a quadratura do círculo. Então, naquele dia, o estranho nome fugiu completamente da minha memória. Falei para o João que qualquer dia eu iria encontrar esse nome numa gaveta qualquer do meu cérebro emperrado.
Muito tempo depois , eis que consegui me lembrar o nome desse jogador que eu achava que era a solução para a triste esquadra de Brancaleone do Palmeiras. E não é que ele estava jogando no Botafogo, e ainda por cima marcando vários gols! Não sei por que cargas d'âgua adiei a oportunidade de informar João sobre essa minha descoberta tardia.
Querido João, agora nunca mais vou esquecer o nome desse craque. Ele se chama Elkeson. Continua sendo o cara. Hoje, junto com Lucas (Maicsuel Jefferson, Loco Abreu, Herrera e outros valorosos combatentes) salvou a lavoura do glorioso Botafogo diante da grande equipe do Fluminense. É esse o cara que eu queria que o combalido time do Palmeiras contratasse naquela época. O cara não pipoca, tem um chute forte e certeiro para o gol... Palmas para o Botafogo! Palmas para o Caio Júnior! Esse técnico, com seus óculos sempre maneiros, está enxergando bem pra caramba, consegiu montar atá agora uma equipe que joga com um estilo - que impõe sua maneira de jogar.
Eu devo uma pequena explicação para os amigos navegantes que me acompanham; tradicionalmente, sigo os passos do meu pai, torço por razões familiares, afetivas mesmo, desde garotinho para o Palestra Itália ( a ponto de rezar para o Palmeiras não perder de muito diante do Santos, na época em que Pelé, Coutinho, Pepe, Mengalvio e outros aprontavam e faziam placares dilatados em jogos contra os pobres times paulistas). Quando em meados da década de 70, do século passado, migrei para o Rio, encontrei um dos meus ídolos na redação do JB: João Saldanha que junto com Sandro Moreira fazia a alegria daqueles que apreciam a boa crônica esportiva. Li o livro do João Sem Medo- "Subterrâneos do Futebol"(que mais tarde tive a honra de fazer uma das capas, quando foi relançado com outro título pela Editora Revan). Essa leitura me fez ficar encantado com o Botafogo (de Didi, Garrincha, Nilton Santos, Manga etc e tal), e esse amor pelo time da estrela solitária só fez crescer, pois por acaso, tive que morar várias vezes no bairro que leva o nome desse time glorioso. Outra coisa, o símbolo da estrela solitária também sempre me fascinou- é um desenho bonito de se ver , tem uma estranha força, um carisma. Vai daí que tenho dois times no meu coração: o Palmeiras em Sampa e o Botafogo no Rio.
Isso quer dizer que sofro duplamente, pois nos últimos tempos os dois times andaram vacilando muito, mas agora parece que o Fogão, pelo menos, está entrando num bom eixo.
O Palmeiras...Bem, o Palmeiras é um caso de mandinga braba! Precisa sofrer uma mudança "estrutural" como diria Pudim, o Lévi -Strauss aqui do boteco da esquina da Avenida Francisco Matarazzo. Ele disse mais: Não adianta ficar mudando a cor da camisa, precisa desenterrar aquela caveira de burro que está escondida no terreiro do Parque Antártica, tirar o nome do time da boca do sapo e fazer figa toda vez que o "verdão" entrar em campo.
Segundo Pudim, o bravo volante Marcos Assunção não pode ficar com o fardo de marcar sempre gols de bola parada para tirar o time do sufoco.

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