11.10.11

Hermínio Bello de Carvalho faz lançamento virtual de livro revelador da sua correspondência com Carlos Drummond de Andrade



Poeta, letrista, produtor musical, animador da cena carioca de espetáculos, diretor de shows; um homem da cultura, fundamentalmente: Hermínio Bello de Carvalho. E da nossa cultura popular, sobretudo, com a qual tanto tem contribuído ao longo dos anos de lira e lida, até mesmo em cargo de gestão, como em longos e bem-vindos idos na Funarte. Nessa instituição, levou avante grandes iniciativas, como o projeto Almirante, de recuperação de arquivos e gravação de discos não comerciais; o Lúcio Rangel, de monografias de MPB; e o Projeto Pixinguinha, com shows de alcance nacional, inspirado no Seis e Meia, uma criação de Albino Pinheiro que Hermínio organizou, algo que, no gênero, já tinha sido observado em Paris. Um carioca do subúrbio, que se achava cria de Olaria, mas se redescobriu de Ramos - como o ouvi comentar, não faz muito, em programa da TV Brasil (ex-TV E) -; vale dizer, por toda a sua reconhecida importância para a MPB, um cacique de Ramos e de outro chão de esmeraldas, onde pisou Pixinguinha, desse bairro morador por muitos anos, amigo patrimonial e parceiro em belezas como os choros "De Mal a Pior", gravado por Nara Leão, e "Fala Baixinho", com que Ademilde Fonseca obteve o oitavo lugar II Festival Internacional da Canção (FIC), da TV Globo, em 1967.
         Hermínio, cujo pai, pedicuro, tratou dos pés e das mãos de Carmen Miranda e Carmen Costa, está escrevendo um livro sobre cantoras brasileiras, um aspecto, sem dúvida, de forte coloração em todo o seu vário e rico relacionamento no meio musical. Afinal, possibilitou à fantástica valenciana Clementina de Jesus, uma empregada doméstica que conhecera na Taberna da Glória, a merecida projeção, em 1965, no Teatro Jovem, em Botafogo, por meio de show que idealizou e produziu, "Rosa de Ouro", histórico também, entre outras razões, por ter devolvido às luzes da ribalta uma então esquecida Aracy Cortes, cartaz, décadas antes, do palco iluminado do teatro de revista, que vicejava na Praça Tiradentes. Recentemente, por outra voz guia da canção brasileira, a de Áurea Martins, teve todo um CD consagrado ao seu estro, o que, em 1982, em plena vigência do elepê, ocorrera com Alaíde Costa e seu trinado prenhe de sutilezas nas faixas de "Águas Vivas". Dele li há dias, disponível na rede, um belo e detalhado relato da sua convivência amistosa e profissional com uma baiana, ex-jogadora de basquete (que conhecera, em chalé situado em São Bernardo do Campo, levado por um amigo da Odeon, dono da casa, Moacyr Machado), a cantora Simone, da qual foi produtor de discos e shows, até mesmo no exterior, fundamentais a ela, nos anos 70, para a conquista do estrelato. Esse, portanto, um título que está por vir, cujas páginas geram, desde já, no aficionado da nossa música popular, agradável expectativa. Há outro livro, no entanto, o "Áporo Itabirano", já à venda nas boas casas do ramo, em cuja seção de epistolografia, destaca-se a sua aproximação com outro poeta, totêmico nas estrofes nacionais, Carlos Drummond de Andrade. Isso é revelado, nas imagens do último "link", abaixo, pela boa palavra do próprio Hermínio, nele feito um mar alastrada.
        ***
Pós-escrito: antes do "link" literário, alguns "links" musicais que patenteiam a maiúscula participação de Hermínio como letrista na MPB, em companhia de diferentes melodistas: 1) "Samba da Partida" (com Baden Powell), no canto de Sílvia Maria, paulistana que foi casada com o pianista Adílson Godoy e agora retoma a carreira, após longa interrupção, com o recém-lançado CD "Ave Rara"; 2) Hermínio e Simone em "Fora de Hora" (parceria dele com Eduardo Marques, hoje radicado, com a sua Luciana, em Conservatória); 3) "Pressentimento" (com Élton Medeiros), com a divina Elizeth Cardoso; 4) "Cobras e Lagartos" (com Sueli Costa), na voz de Áurea Martins; 5) "Folhas no Ar", mais uma pepita lavrada com Élton Medeiros, no canto de Virgínia Rosa; 6) "Mudando de Conversa", de apelo carioquíssimo, feito com Maurício Tapajós e mostrado em duo por Ana Costa e Leila Pinheiro; 7) excerto do "Água Viva" - programa que Hermínio apresentou na TV E -, em que ele ouve a cantora Isaurinha Garcia, sobrinha de Pancetti, falando de passarinhos.     
       
http://www.youtube.com/watch?v=A08cmLGtcRg ("Samba da Partida")
      
http://www.youtube.com/watch?v=r9iIdRuWMO8 ("Fora de Hora")
      
http://www.youtube.com/watch?v=ZPYIzZPzuPo ("Pressentimento")
      
http://www.youtube.com/watch?v=k3E1HiCYRWE ("Cobras e Lagartos")
      
http://www.youtube.com/watch?v=p9xuauIxoPE ("Folhas no Ar")
       http://www.youtube.com/watch?v=_Yvu7m5c2XE ("Mudando de Conversa")

      
http://www.youtube.com/watch?v=fxrBYorT0MA
(trecho de "Água Viva" - Hermínio e Isaurinha Garcia)
 

LANÇAMENTO VIRTUAL DO LIVRO 
"ÁPORO ITABIRANO, EPISTOLOGRAFIA À BEIRA DO ACASO" -

http://www.youtube.com/watch?v=awOW4BZcmEU&feature=player_embedded

EDITADO PELA IMPRENSA OFICIAL DE SÃO PAULO EM 2011. 
CARTAS TROCADAS ENTRE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE E HERMÍNIO BELLO DE CARVALHO.

Um comentário:

Berzé disse...

Depois q o mundo acabar, o Rio ainda demora uns tres dias!Eta Rio intenso!
Abração!
Berzé