1.10.14

Dia 2 de outubro/Palestra sobre um capixaba que "fez, escreveu e inventou" em Portugal do século XVIII

Esse personagem capixaba "multimídia" do século XVIII luso foi Manoel de Andrade de Figueiredo. Na verdade, Manoel de Andrade de Figueyredo nasceu em Vitória, em 1673, filho de Antônio Mendes de Figueiredo, capitão-mor do Espírito Santo. Andrade é autor de Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar, livro publicado em 1722. Em Portugal, Nova Escola permaneceu em uso mesmo após a reforma de ensino promovida pelo Marquês de Pombal em 1759, o que demonstra sua importância e qualidade. O livro, como mostra a Folha de Rosto, foi oferecido por Andrade à "Augusta Magestade do Senhor Dom João V, Rei de Portugal".(*) O patrono da obra mereceu a honra por ser rei, por ter criado a primeira escola pública elementar de Portugal, e por ter sido um “aplicado discípulo da arte de escrever”. O livro Nova Escola é uma preciosidade para bibliófilos e eruditos. Para historiadores, calígrafos, tipógrafos, designers, literatos, e jornalistas eruditos. Tudo nessa obra é apaixonante: a começar pela história de um capixaba que faz escola em Portugal. Um capixaba que – embora tenha ido menino ainda para Portugal – teve entre seus discípulos nada menos que Dom João V e boa parte da nobreza portuguesa. Repetindo o próprio Andrade, ele ensinava “aos principais senhores e primeira fidalguia”. Um exemplar de Nova Escola veio para o Brasil como parte do acervo da Biblioteca Real. É uma das obras raras da nossa Biblioteca Nacional. A beleza e a grandeza de Nova Escola estão evidentes em duas obras também muito importantes: O Livro dos Livros da Real Biblioteca, luxuosa edição assinada por Lília Moritz Schwarcz e Paulo Cesar de Azevedo, e A Experiência do Prodígio - Bases Teóricas e Antologia de Textos-Visuais Portugueses dos Séculos XVII e XVIII, de Ana Hatherly. A Biblioteca Nacional editou o fac-símile de Nova Escola para aprender a ler, escrever e contar repercutindo a importância de Manoel de Andrade de Figueyredo, da sua produção e da sua preocupação com o ensino. Andrade foi Um esplendoroso calígrafo. Um homem preocupado com a disseminação do conhecimento. Tanto ele se empenhou nessa tarefa, que certamente se poderia atribuir a Manoel de Andrade de Figueyredo um epíteto: humanista. (*) Grafado em português arcaico. A Palestra vai acontecer na Biblioteca Pública do Espírito Santo,na Enseada do Suá, em Vitória-ES. O evento rola no dia 2 de outubro, a partir das 19 horas. A palestrante é minha querida amiga, a jornalista, pesquisadora, designer e professora Sandra Medeiros. Todos lá!!!

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