5.12.14

Dica do Gerdal: Waleska canta, neste domingo, na Sala Baden Powell, em show com participação especial de João Roberto Kelly

Clique na imagem para ampliar e VER melhor/ Presença marcante na noite carioca dos anos 60 e 70, Waleska, espírito-santense de Afonso Cláudio, apresenta-se, neste domingo, 7 de dezembro, às 19h, na Sala Baden Powell ("flyer" acima), em show com participação especial do pianista e compositor carioca João Roberto Kelly e direção musical do violonista José Roberto Leão, integrante do ótimo Taruíra, conjunto de choro de Petrópolis. Vizinha em estilo das predecessoras Nora Ney, Maysa e Dolores Duran e conhecida como a rainha da fossa, Waleska sorveu na dor de cotovelo o estimulante que lhe possibilitou levar adiante uma carreira "em tom menor", de contornos próprios, bem definidos, sem mídia de massa, mas de ambientes, à meia luz, repletos, sobretudo, de corações machucados por desditas passionais, almas devotadas ao uísque consolador. Era o público cativo dessa "diseuse" do samba-canção inebriante e amargurado, que se iniciou artisticamente na TV Itacolomi, em BH, ao mesmo tempo que Clara Nunes e Mílton Nascimento, antes de o pianista Waldir Calmon acolhê-la, no Rio de Janeiro, como "crooner" da sua Arpège. Pouco depois, em 1966, no bar PUB (Pontifícia Universidade dos Boêmios), no Leme, e, no limiar da década seguinte, na Fossa, em Copacabana, ela teve boates próprias, que atraíam notívagos de prestígio, como Vinicius de Moraes, que dela dizia ter, "para os românticos incuráveis, a canção certa para a dor exata".              Naturalmente, a dor de cotovelo também fazia girar os seus elepês no prato da vitrola, dos quais sobressaíam composições do controvertido e talentoso Sérgio Bittencourt (como "Vim", de inspirada parceria com Eduardo Souto Neto), talvez o mais gravado por ela. Pouco executada, "Canção Ausente" é uma joia do paraense Nílson Chaves que Waleska soube lapidar em delicada interpretação, ela que já lançou, com prefácio escrito pelo jornalista Sérgio Cabral, o livro "Foi à Noite", prenhe de relatos de luas cariocas que tão intensamente conheceu e a que juntou estrelas com o charme penumbroso da sua voz.         ***            Pós-escrito: nos primeiros cinco "links", simplesmente Waleska: 1) "Eu Sou a Noite", de João Roberto Kelly - feita por ele para a intérprete; 2) "A Fossa", da sumida Elizabeth, cantora e compositora bem conhecida nos anos 60; e do finado Fernando César; 3) "Itororó", de Humberto de Morais; 4) "Azar", de Sérgio Bittencourt; 5) "A Noite do Meu Bem", de Dolores Duran/"Amendoim Torradinho", de Henrique Beltrão. Nos "links" finais, sambas-canção de João Roberto Kelly por si mesmo: 6) "Mormaço"; 7) "Melancolia"; 8) "Mistura", este também gravado por Cauby Peixoto e Emílio Santiago.    https://www.youtube.com/watch?v=G6-6jXqzOOQ ("Eu Sou a Noite")               https://www.youtube.com/watch?v=9zDeL3kc5cw ("A Fossa")         https://www.youtube.com/watch?v=X52mfO_6SsE ("Itororó")         https://www.youtube.com/watch?v=v4jbYbKZsms ("Azar")         https://www.youtube.com/watch?v=S3GBA7HCwNk ("A Noite do Meu Bem"/"Amendoim Torradinho")                          https://www.youtube.com/watch?v=3crqc2G87rI ("Mormaço")         https://www.youtube.com/watch?v=uthYTNSJqVA ("Melancolia")         https://www.youtube.com/watch?v=GC-5iquFmg8 ("Mistura")

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