23.3.17

Caricatura do filósofo György Lukács

Do fundo do baú: Caricatura do filósofo György Lukács (1885-1971), um dos maiores intelectuais húngaros, aquele desenvolveu o pensamento de Marx, expandindo esse conhecimento até fundamentar a construção de uma Estética marxista.
Em 1923 começou essa caminhada ao publicar um livro fundamental: "História e Consciência de Classe", que explora e expande o conceito de "alienação"- debatendo a concepção de "ideologia" - "falsa consciência", "reificação" e enfim "consciência de classe". Vou parar por aqui, quem pode falar com propriedade sobre esse assunto é meu amigo, o professor Carlos Eduardo Jordão Machado que lançou recentemente o livro "Um capítulo da história da modernidade estética" – 2ª edição", (Editora Unesp) veja capa do livro abaixo.
Só sei que meu exemplar de "História e Consciência de Classe", acredito ter perdido na bagunça de minha biblioteca , ou talvez emprestei para alguém, que perdeu o bonde da História e não teve nenhuma classe para me devolver o livro.

Mas tenho lá na estante ainda : "Prolegomenos a una estetica marxista (sobre la categoria de la particularidad)" e "Estetica 1 - La peculiaridad de lo estetico - questiones preliminares y de principio" , livros publicados pelas Ediciones Grijalbo de Barcelona /México DF (1966). Estudo de vez em quando também "Realismo Crítico Hoje" (com preciosa introdução de Carlos Nelson Coutinho), publicado pela Coordenada Editora de Brasília Ltda em 1969.

Vou cometer uma heresia e relatar a história curiosa que um colega sociólogo, certa vez, me contou, envolvendo esse magnífico pensador. Disse me ele que conheceu um professor que rumava para uma país do leste europeu (acho que Hungria) a fim de participar um colóquio sobre "Estética" Nessa época ainda existia a URSS, a História era construída pela luta de classes e servia-se uísque nos aviões.
Acontece que o intelectual em questão sentou ao lado de uma bela moça, muito interessante e que por acaso, também estava rumando para um encontro que trataria de questões estéticas. Ele então se entusiasmou todo, nem percebeu que o avião havia decolado e começou a falar das teorias de Lukács etc e tal…Com o passar do tempo notou que a moça foi murchando, olhando para ele de maneira estranha, enquanto todo pimpão, ele se inflamava em raciocínios pra lá de dialéticos…
Resolveu então perguntar se ela estava passando mal, se havia algum incômodo em discutir esses assuntos complexos nas alturas em que o avião voava, ainda mais com os frequentes solavancos de uma turbulência sem fim.
Ela respondeu que não e acrescentou estar acostumada aos percalços das viagens aéreas, pois vivia participando de exposições de produtos de estética, em diversos países. Foi aí que ele percebeu que a moça, na verdade era esteticista - entendia pacas de cosméticos e tratamentos de beleza mas não estava compreendendo patavinas daquele papo cabeça. Estranha coincidência, mas o meu colega afirmou que a história era real. Afinal, o que é o real, nesse mundo pós-tudo? (outro dia conto outra história que também envolve o grande Lukács e um ator brechtiano numa lanchonete paulista dos anos 70).

(Clique nas imagens para ampliar e VER melhor)

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