9.11.07

68 O ano que ousou dizer não ao não


(Aproveitando a onda que trouxe Joni Mitchel até a nossa praia e sua fabulosa canção "Woodstock", vou publicar de forma homeopática(como fiz com Salinger e Grande Sertão:veredas) uma resenha que publiquei um dia sobre o bom livro de Kurlansky que tratou do tema do turbilhão que foi o ano 1968)
O ano que ousou dizer não ao não
O que esperar de um sujeito que escreveu a História do bacalhau? Uma versão no mínimo palatável dos acontecimentos, quaisquer que
sejam eles. Isso, o jornalista Mark Kurlansky faz muito bem em seu livro 1968 – O ano que abalou o mundo. A primeira leitura pode levar
à suspeita de que ele escreveu visando o público americano. Porém, essa impressão diminui, diante da imensidão de fatos que aborda. E,
justiça seja feita, Kurlansky não ficou apenas nas cercanias do seu umbigo. Ao reconstruir com maestria o complexo painel dessa época
turbulenta, prestou um serviço às gerações que não participaram ou não foram contemporâneas dos eventos que tornaram esse ano
especialíssimo: marco de ruptura com um mundo que parece pertencer a uma outra galáxia.
(Continua no próximo capítulo)

4 comentários:

Anônimo disse...

os comunistas faziam revolução só do lado de fora de casa, dentro, eram autoritários. '68 me parece que explicitou que a revolução começa dentro de casa. acho eu. zé

LIBERATI disse...

Caro Zé. como você verá ao longo do texto da resenha, 68 foi uma zorra. Em cada lugar do mundo onde pipocou, foi por motivos específicos daquele local. Por uma coincidência, o mundo vivia a ilusão coletiva de que as coisas seriam mudadas a partir dali.
Num certo sentido houve sim a interiorização da mudança. Mas não houve Revolução. Aliás o conceito de Revolução abriga várias tendências nuam luta muitas vezes que se canibalizam, autofágicas se alimentam de seus melhores filhos.
Não existe a Revolução, existem Revoluções e 68 não foi um ano revolucionário. Foi um movimento com várias cabeças, várias direções...veremos no texto da resenha desse belo livro de Kurlansky.
Um abraço

Anônimo disse...

'Microfísica do Poder' do grande Foucault e 'Revolução Molecular' do Féliz Guattari : essenciais para a discussão. Belos livros, grandes filósofos. Pra aproveitar a onda. zé

LIBERATI disse...

Foucault surfou na onda de 68, marchou com Sartre e companhia bella
Guattari conheço pouco, mas deve ter entrado na onda na mesma época. O antiautoritarismo foi um dos lados da questão , um lado contra a repressão sexual foi outro. O homem não deve ter uma única dimensão acho que foi uma lição da época. Mas o sistema ainda era binário, maniqueísmo galopando solto.
Um abraço, Zé