Filha e neta de intelectuais - seu pai, o jornalista e escritor Cícero Sandroni, foi há pouco reeleito presidente da Academia Brasileira de Letras, cargo já ocupado pelo avô dela, Austregésilo de Athayde, e sua mãe, Laura Constância Sandroni, é renomada especialista em livros para crianças -, a cantora Clara Sandroni, desde cedo, portanto, motivada pela palavra e pela arte, vem cumprindo um percurso elogiado pela crítica, com discos e shows que ora reverenciam os antigos, como na homenagem a Sinhô em três CDs - nos quais cantou em duo com Marcos Sacramento -, ora se abrem ao inusitado e ao experimentalismo, como em canções de Mathilda Kovak e Luís Capucho. Consciente da inspiração transformadora do passado e, consequentemente, do futuro já moldado e disfarçado no presente, Clara se mostra, assim, com sua voz de agudo marcante, uma intérprete do seu tempo e de todos os tempos, das idas e vindas interativas da canção popular, da qual, sensível, sabe recolher e acolher em si o que nesta há de beleza - tanto a beleza que reside na permanência quanto a que reside na transitoriedade.
Nesta sexta, 16 de janeiro, às 20h, no Espaço Rio Carioca, em Laranjeiras, muito desse cuidado estético e harmônico com a canção será revelado por Clara no show que dividirá com um violonista igualmente sensível e de mão cheia, Luiz Flávio Alcofra, integrante de um importante conjunto de choro, Água de Moringa ("flyer" acima).
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
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