25.8.09

Dica do Gerdal : Show de Celso Viáfora nesta terça em Sampa - a cara do Brasil do bem pelo talento e pela música


Se, na inquietação pendular de um país gordo na contradição em "A Cara do Brasil", fosse, ele próprio, resposta a uma das perguntas autoformuladas em sua letra (sobre melodia de Vicente Barreto), Celso Viáfora (foto acima) certamente estaria do lado do Brasil do qual nos orgulhamos. Ou, então, pegando carona em outra de suas letras, seria um candidato natural - pelo conjunto qualitativamente consistente da sua obra, com rijeza e durabilidade de madeira de lei - a um dos futuros altares desse patrimônio sagrado da nossa cultura popular, a MPB. Se demonstra fôlego criativo para braçadas em águas rítmicas de escoamento diverso, basta um tambor bater para que, no samba, o nado seja mais exuberante, logrando o ponto máximo de desenvoltura e expressão: "Ilumina o meu mundo, ilumina/ô menina, ouço o dia cantar: laiaraiá/minha vida era luz de lamparina/você veio e abriu a cortina..." 
      Com firma reconhecida no cartório popular de sucessos da saudosa Emilinha Borba, que o gravou depois dele, "Dia Lindo" é um, entre outros exemplos, desse estar à vontade na praia do samba - ou seja, ainda mais à vontade nesta que nas demais "praias" -, mesmo sendo um compositor que persiga ao máximo o verso-luva a ajustar-se nas notas musicais, como deu a entender, se bem o compreendi, em recente e ótimo "Zoombido", atração semanal com convidados variados, entre músicos, que Paulinho Moska apresenta na TV Brasil. Na companhia de duas "feras", Sizão Machado e Webster Santos, Celso Viáfora canta a sua música no Bar Brahmana capital paulista (Av. São João, 677 - no famoso cruzamento com Av. Ipiranga), nesta terça, 25 de agosto, às 22h30. Com o talento que tem, é animador vê-lo, a cada show e a cada disco - também por força de novas e bem-vindas parcerias, como a com o carioca Ivan Lins -, "emoldurado" por um reconhecimento mais amplo e mais substantivo ao seu notável desempenho como artista da nossa canção popular, "tradutor da complexidade paulistana, que reflete bem a brasileira..., compondo a trilha sonora do país do presente e ajudando o país do presente a ser entendido", como observa o crítico musical Mauro Dias. "Meu peito que há muito tempo encalhou na areia/tá na maré cheia, tá na maré cheia..."
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 

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