9.4.11

Pery Ribeiro canta neste sábado no Café Pequeno: a primeira atração de série de shows dedicados à bossa nova


 
Prezados amigos,
 
        Onda que vai, onda que vem na nossa música popular, e Pery Ribeiro, como intérprete, atravessa décadas fiel ao seu dom natural de mostrar bonito tudo que se faz canção, no embalo do ritmo e da divisão. Da coisa mais linda que a bossa nova viu passar - e pôde cantar -, uma moça da praia de doce e internacional balanço, foi a primeira voz no disco, como também seria, entre outras joias do "violão gago", de "Rio", "Ah! Se Eu Pudesse" e do lado B do histórico 78 rotações com "Garota de Ipanema", a memorável "Vagamente", esta pouco depois associada em definitivo ao trinado diferente - rouco e sussurrado - de Wanda Sá. Se Pery foi todo bossa, em 1963, no seu segundo elepê - e muito mais bossa, dois anos depois, na sedutora companhia de Leny Andrade e do Bossa Três em temporadas memoráveis na boate Porão 73 e, pertinho dela, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana -, também traria, ao longo da carreira, para o seu mundo de canções romãnticas, sempre com bom gosto, o verso vigoroso de um baladista chegado ao samba (e neste terreiro, por exemplo, tecendo belas loas à sua amada Santa Teresa), o uruguaio verde-amarelo Taiguara, com a composição "Coisas", e o estro abolerado de um português criado em subúrbio do Rio, Adelino Moreira, a ambos dedicando - um pra cada um - dois CDs. Fiel à bossa e sob a influência do jazz, mas também cantando outras vertentes da nossa rica motivação musical, Pery viajou por vários países, neles conquistando admiradores cativos e arrancando aplausos de pé, como na longínqua Lituânia;  apresentou-se em cultuados endereços do jazz, como o Blue Note, em Nova York, e, caminho do mar, animou rotas turísticas em navios de luxo, como o "Splendour of the Seas". Inteligente, franco, risonho, sensível, bem informado e  de pensamento claro e respostas bem articuladas em entrevistas, assim também se revela o Pery, grande no palco, no exercício do seu ofício, especialmente na levada da bossa. E, além do mais, ele é carioca. 
        Um bom dia a todos.  Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: 1) Pery Ribeiro, neste sábado, 9 de abril, às 19h, é atração bem-vinda e oportuna do I Festival Beco das Garrafas, no Teatro Municipal Café Pequeno ("flyer" acima), no Leblon, que, em apresentações semanais, até o final do próximo mês, reunirá artistas identificados com a bossa nova, como Os Cariocas, Bebeto Castilho (ex-Tamba Trio), as cantoras Waleska, Fátima Regina, Cláudia Telles (filha de Sylvia Telles e do violonista e compositor Candinho)  e Amanda Bravo (filha de Durval Ferreira) e o compositor e violonista Normando Santos, este um personagem do comecinho dessa história na MPB e há muito residente em Paris; 
                     2) nos "links" seguintes, a) Pery canta "Samba de Orfeu", de Luiz Bonfá e Antonio Maria; 2) canta "Giramundo", de 1965, feita por Luiz Carlos Sá, então um constante participante de festivais de MPB e, mais recentemente, conhecido pela dupla de sucesso com Gutemberg Guarabyra;  3) da lavra de Pery com Geraldo Cunha, "Bossa na Praia", com Sylvia Telles.       
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=iZ7H8v-71D8 ("Samba de Orfeu")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=4sMYiCooGcU&feature=related ("Giramundo")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=__4imL3pnpM&feature=related ("Bossa na Praia")

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