3.6.11
J. T. Meirelles, "in memoriam", nesta sexta, na Sala Baden Powell: samba-jazz em novo som dos Copa 5
Falecido em 3 de junho de 2008, o carioca João Theodoro Meirelles imprimiu o seu nome na moderna história instrumental do país por meio da fusão do samba com o jazz - da qual foi um dos mentores -, gravando dois elepês consecutivos e marcantes, em 1964 e 1965, com o seu Copa 5, nesses idos, em "combos" quase inteiramente distintos entre si. Uno em ambos, no entanto, foi o alto gabarito d "O Som" (título do primeiro; "O Novo Som", do segundo), sustentado, além do soprista, na bolacha de estreia, por Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria), Pedro Paulo (trompete) e Manoel Gusmão (baixo) e, na segunda, por Eumir Deodato (piano), Edson Machado (bateria), Waltel Branco (guitarra), Roberto Menescal (violão) e, de novo, Manoel Gusmão ao baixo. Começando a sua atuação profissional aos 17, em companhia de João Donato, e, depois, em Sampa, tocando no conjunto do pianista Luiz Loy, J. T. Meirelles pôde fazer os referidos discos como queria, voltando ao Rio a convite do produtor Armando Pittigliani, da Philips, este sensível à grande repercussão que Meirelles obtivera ao assinar parte do arranjos (como o de "Mas Que Nada") de outro elepê icônico de um tempo musical em transformação: o primeiro do então chamado Jorge Ben ("Samba Esquema Novo", de 1963). Dedicou-se, mais adiante e por longos anos, à atividade de arranjador, na Odeon, e, só em 2002, pelo selo Dubas, do letrista Ronaldo Bastos, revisita-se, com um Copa 5 repaginado - Laércio de Freitas (piano), Robertinho Silva (bateria), Guilherme Dias Gomes (trompete) e Adriano Giffoni (baixo) - no CD "Samba Jazz!", com inéditas da sua autoria.
Nesta sexta-feira, 3 de junho, às 20h, com outros rostos no Copa 5 e tendo o saxofonista e flautista Sérgio Galvão a "representá-lo", J. T. Meirelles é homenageado na Sala Baden Powell ("flyer" acima). Um novo som para "aquele som".
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Pós-escrito: a) dedico esta dica ao hoje - e há muitos anos - Dr..Pedro Paulo, da formação inicial dos Copa 5. Quando do lançamento do primeiro disco do conjunto, eu tinha 9 anos de idade e ele era meu vizinho de andar, "next door", morando com a mãe, a simpática e sorridente dona Ercília, num prédio do meu inesquecível Bairro de Fátima, no Centro do Rio, onde nasci e fui criado. Sem ter, então, naturalmente, noção da sua importância musical, ficou-me, com o passar dos anos, a lembrança daquela bonita sonoridade de trompete que o ainda estudante de Medicina extraía ao se exercitar, na sua casa, com o seu instrumento. Um sopro que, pela proximidade das áreas de serviço, chegava, de modo envolvente, ao apê que eu ocupava com a minha família, aos meus encantados ouvidos de criança;
b) nos "links" seguintes, 1) "Beco do Gusmão", de J. T. Meirelles, com ele, Laércio de Freitas, Adriano Giffoni, Robertinho Silva e Guilherme Dias Gomes tocando em estúdio; 2) "Quintessência", também de J. T., com ele, Rafael Vernet (piano). José Santa Roza (baixo), Rafael Barata (bateria) e, de novo, Guilherme Dias Gomes (trompete); 3) por Meirelles e seu conjunto, uma gravação de "Casa Forte", de Edu Lobo.
http://www.youtube.com/watch?v=zOvv1ZJDZIU ("Beco do Gusmão")
http://www.youtube.com/watch?v=H89aKPA-tzE&feature=related ("Quintessência")
http://www.youtube.com/watch?v=I450psZNp3I&feature=related ("Casa Forte")
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