12.11.11

Maurício Carrilho é o destaque deste sábado musical em Paquetá: filho e sobrinho de peixes, peixe grande é


O ex-estudante de medicina Maurício Carrilho não é apenas, segundo o adágio popular, filho de peixe. É, especialmente, sobrinho de peixe. Muito bem influenciado na música popular, desde os seus verdes anos, por dois flautistas - o pai, Álvaro Carrilho, e o tio Altamiro Carrilho -, tomou curiosamente o rumo das cordas. Seduzido, aos cinco anos de idade, por um violão presenteado por Altamiro, fez, quatro anos depois, em 1966, o seu noviciado no instrumento por meio de um grande professor, Horondino Silva, o Dino 7 Cordas, instrução continuada por aquele com o qual Maurício mais se identificaria, também mestre de um jovem Baden Powell, o pernambucano Jayme Florence, o Meira. Em 1976, aos 19 de idade, a partir de um encontro com dois adolescentes (Luciana e Raphael Rabello, também irmanados no talento), no bar Sovaco de Cobra, um então famoso ponto de convergência de chorões no subúrbio carioca da Penha, surgiu a ideia da formação do conjunto Os Carioquinhas, de que participariam em shows e elepê lançado em 1977 pela Som Livre. Pouco depois, a convite do bandolinista Joel Nascimento, empenhado na execução de uma obra de Radamés Gnattali a que muito se dedicava, a suíte "Retratos", fizeram parte da Camerata Carioca, que deu fina estampa ao velho e bom regional de choro e homenageou Jacob do Bandolim, em 1979, em show idealizado e dirigido por Hermínio Bello de Carvalho.   
       Com excelentes discos individuais, um que leva o seu nome (2000) e "Choro Ímpar" (2007), já lançados pelo seu selo Acari Records - criado em outro subúrbio do Rio, Acari, em companhia de Luciana Rabello e do produtor João Carlos Carino -, Maurício Carrilho é hoje uma figura de relevo na nossa cena instrumental, também admirado pela crítica especializada por suas atividades na composição e no arranjo. Neste, começando, em 1978, por iniciativa da cantora Nara Leão - que o chamou para dividir a empreitada com Roberto Menescal no elepê "Debaixo do Caracol dos Seus Cabelos", da Phonogram, dedicado a um conterrâneo dela (e de Menescal), Roberto Carlos; naquela, encontrando em Paulo César Pinheiro um grande incentivador, além de parceiro em mais de 40 títulos, como o samba-choro "Cabrochinha", ouvido no último dos "links" abaixo pela gravação do extinto Família Roitman. Neste sábado, 12 de novembro, às 17h, Maurício é a "bola da vez" - em ótimo sentido da expressão - na série mensal de shows informais na Casa de Artes de Paquetá, com apresentação do radialista Jorge Roberto Martins. Aos interessados, há barcaças saindo da Praça XV em direção à ilha de Anacleto de Medeiros (para o qual Maurício já dedicou um "schottish" de sua lavra, "Luzeiro de Paquetá"), às 10h30 e 13h30.

      *** 
A tempo: nos demais "links" musicais, vê-se Maurício Carrilho, em raro momento como cantor, mostrando ainda que sabe fazer o seu laiá-laiá, sem dispensar a companhia do violão, em outra bela composição sua, "Samba da Esperança", feita em parceria com João de Aquino e Paulo César Pinheiro; 2) o mesmo samba na gravação de Lisa Ono; 3) "Efeito Dominó", de Maurício Carrilho, só instrumental. 
         
       
       http://www.youtube.com/watch?v=YM_frdDxfdk
("Samba da Esperança")

       http://www.youtube.com/watch?v=mjoWC2YYOU0
("Samba da Esperança")

       http://www.youtube.com/watch?v=DtGoX3EEyGM&feature=related ("Efeito Dominó")

       http://www.youtube.com/watch?v=0orv6TkDDMI ("Cabrochinha") 

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