1.5.11

Ainda dá tempo: Carmen Queiroz faz show de lançamento de CD, neste domingo, no Sesc Pompeia, com presença de Angela Maria




Embora paranaense de Cornélio Procópio, como o grande radialista Adelzon Alves, foi em Porangaba, chão natal do também grande saxofonista e flautista José Carlos Bigorna, que Carmen Queiroz (fotos acima) viveu os seus anos de escolaridade primária e média e lá conheceu a sua referência mais forte e vívida na canção. Nas praças dessa pequenina cidade do interior paulista, Carmen foi tocada pelo encanto seresteiro da banda de Lázaro Nogueira da Silva, o maestro Pingo, amigo do pai dela, este chofer de caminhão de uma antiga empreiteira, o qual, não sendo instrumentista, gostava de promover, em casa, cantorias em que também sambas da chamada época de ouro da MPB eram evocados, sendo ainda um grande incentivador dos filhos no sentido da instrução musical, comprando-lhes instrumentos variados. Mais adiante, o pai falecendo quando dos anos sorocabanos da formação universitária de Carmen em Letras, ela, inicia, então, paralelamente, a sua profissão de cantora, mostrando seu timbre raro em bares e boates até migrar, em 1982, para a garoa paulistana, onde, conhecendo o pesquisador Roberto Lapiccirela (outro incentivador que teve, organizador do livro "Antologia Musical Popular Brasileira - As Marchinhas de Carnaval", de 1996), tornou-se atração de um bar que ele comprara, o Bom Motivo. 
        Neste feriado de primeiro de maio, Carmen Queiroz exibe a beleza do seu canto em mais um show de lançamento - o primeiro foi ontem - do CD "Enquanto Eu Fizer Canção", no qual rende tributo a diversas cantoras que muito ouviu e muito a influenciaram até ela cantar "do seu jeito", isto é, de jeito próprio, como vem fazendo desde o início da carreira. Uma constelação que tem na estrela-guia macaense Angela Maria (foto acima), convidada especial dessas apresentações no teatro do Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93 - Pompeia), uma síntese expressiva do brilho na interpretação popular, de cujos sucessos Carmen pinçou para o seu recentíssimo quarto disco "Tango pra Tereza", da parceria Jair Amorim e Evaldo Gouveia.  As escolhas afetivas que levaram Carmen à seleção das faixas de "Enquanto Eu Fizer Canção" foram, nela, presumo, intimamente provindas, em alto e bom som, do dial porangabense da memória e contaram, para os arranjos, com a satisfação garantida por três craques do violão: Edmílson Capelupi, Édson José Alves e Nathan Marques. 
        Um bom domingo a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: o show de hoje está marcado para as 19h, e, nos "links" seguintes, vemos três momentos de Carmen Queiroz (que completa 20 anos de carreira) no programa "Sr. Brasil", de Rolando Boldrin: 1) cantando um belíssimo samba de Nei Lopes e Cláudio Jorge, "Estrela Cadente", que primeiramente ouvi em outro belo registro, de Maria Creuza, em elepê do selo Arca Som lançado em 1985; 2) entoando "Canto dos Ipês-Amarelos", da lira "tonitruante" do baixo profundo Guru Martins, e "Dandô - Circo das Ilusões", de João Bá e Kleber Albuquerque; 3) cantando "Cidade Bruxa", de Vidal França e Álvaro Guimarães, dedicada a São Paulo; 4) Angela Maria em "Tango pra Tereza".    
     
        http://www.youtube.com/watch?v=FfLmz9dRyqk ("Estrela Cadente")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=5-82sgc3rmQ&feature=related ("Canto dos Ipês-Amarelos/ Dandô - Circo das Ilusões")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=2ffmtdnt6_4&NR=1 ("Cidade Bruxa")        
 
        http://www.youtube.com/watch?v=2ffmtdnt6_4&NR=1 ("Tango pra Tereza")

Nenhum comentário: