31.1.11

Programe-se:Na casa do Saber/ Um debate entre Nietzsche e Bergson
 - Memória e esquecimento na cultura contemporânea por Maria Cristina Franco Ferraz



Vai rolar um curso interessantíssmo na Casa do Saber - trata-se do "Um debate entre Nietzsche e Bergson- 
Memória e esquecimento na cultura contemporânea" que será ministrado pela Professora Maria Cristina Franco Ferraz, em quatro aulas.
Lá vai uma dica do que tratará o curso : "Em nossa era destituída de transcendência, na qual perspectivas de longo prazo tendem a se esvaziar, o medo de envelhecer se associa à sensação inquietante de perda progressiva da memória, remetida ao funcionamento deficiente das redes neuronais do cérebro. O gesto de deletar não se restringe ao uso cotidiano do computador. Estende-se às relações sociais e interpessoais. Nessa paisagem cultural despolitizante, ergue-se a urgência da Filosofia e do pensamento crítico. Eis a aposta do curso: lembrar os temas da memória e do esquecimento no pensamento de dois filósofos seminais do final do século XIX (Henri Bergson e Friedrich Nietzsche) funciona como contraponto crítico às perspectivas sobre essa temática disseminadas na cultura contemporânea"
Serviço:
Início 02 de fevereiro • Quartas-feiras, às 20h • 4 aulas
R$ 160 + 1 parcela de R$ 200
Casa do Saber /Av. Epitácio Pessoa 1.164 Lagoa Rio de Janeiro RJ 
Tel 21 2227 2237 (222SABER)  inforio@casadosaber.com.br


www.casadosaber.com.br

Eduardo Neves participa de grande noite de choro nesta segunda no Lapinha: um sopro de sax e flauta pra ninguém botar defeito



Altamente qualificado na pauta do sopro nacional, o flautista e saxofonista carioca Eduardo Neves (foto acima) participa nesta segunda-feira, 31 de janeiro, a partir das 21h30, no Lapinha (Av. Mem de Sá, 82 - Lapa - tel.: 2507-3435), de uma noite de choro pra ninguém botar defeito, com repertório de primeira, incluindo gemas próprias, e outros jovens e excelentes músicos a acompanhá-lo: Luís Barcelos (bandolim), Alessandro (Bebê) Kramer (acordeom), Rogério Caetano (sete-cordas) e Marcus Thadeu (pandeiro). Com dez anos de idade, Eduardo Neves teve aulas particulares de flauta doce com Carlos Malta e, quatro anos depois, foi discípulo (como a flautista Tereza Quaresma, um das sócias do Lapinha, também seria em outra ocasião) de Nicolino Copia, o saudoso Copinha, cujos 100 anos de nascimento motivaram, por iniciativa de Eduardo, um show-tributo memorável no Centro Cultural Carioca no ano passado. Integrante do Pagode Jazz Sardinha`s Club, Eduardo, em outra formação instrumental, o Trato a Três - na companhia do pianista Rafael Vernet e do percussionista e baterista Xande Figueiredo -, conquistou honrosa colocação no Prêmio Visa - o terceiro lugar -, em 2001. Dois anos depois, exercitou a escrita autoral em seu elogiado CD "Gafieira de Bolso" e, mais recentemente, como arranjador, consignou sua assinatura em trabalhos com Elza Soares e Zeca Pagodinho. Seu nome lembra instantaneamente o do artista negro mais popular do Brasil no início do século passado e um dos pioneiros da Casa Edson: Eduardo das Neves, carioca, cantor, compositor, poeta, violonista e palhaço, pai do cantor e compositor Cândido das Neves e, sempre lembrado, entre outras gravações de sucesso daqueles idos mecânicos, pelo lundu primordial "Isto É Bom", do baiano Xisto Bahia.
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, Eduardo Neves em quatro momentos significativos de execução: 1) "Um Chorinho em Cochabamba", de sua autoria; 2)  "À Queima-Roupa", feito com um inspirado bandolinista e seu colega de Pagode Jazz Sardinha`s Club, Rodrigo Lessa; 3)  "Calango do Mato",  outra toda sua; 4) "Amando Sempre", um clássico de Copinha.              .  
       
            http://www.youtube.com/watch?v=fEJMqqOrAhk&feature=related ("Um Chorinho em Cochabamba")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=cBExRd8GnHI&NR=1 ("À Queima-Roupa")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=055pGHaXN70&NR=1 ("Calango do Mato")
 
            http://www.youtube.com/watch?v=Kakqx-riMxU&feature=related ("Amando Sempre")

29.1.11

Wilson Meireles, com o seu trio, toca neste sábado no TribOz: balanço e improviso em "sets" de satisfação garantida



Prezados amigos,
 
       A exemplo do trombonista Raul de Souza, o também notável baterista Wilson Meireles (ao fundo, na foto acima) é cria de Bangu, subúrbio carioca de temperatura elevada, e de lá surgiu, com merecido prestígio, para o universo da música instrumental, mostrando toda a sua competência, por exemplo, em festivais de jazz pelo mundo. Sobre esse músico louvado por um estilo próprio de tocar, bastante suingado e de atraente improviso, repasso o recado abaixo, o qual já antecipa, neste 29 de janeiro, ao longo de três "sets" no aconchegante TribOz, a partir das 21h, um sábado pra lá de agradável. É o Wilson Meireles chegando com o seu trio e dizendo, naturalmente, pelo mérito, a que vem. No "link" abaixo, ele, também em conjunto, é ouvido no clássico jazzístico "A Night in Tunisia"
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica
 
       Um abraço,
 
      Gerdal
 
A tempo: no mesmo local, na sexta próxima passada, dia, 28 de janeiro, das 21h à 1h, aconteceu uma outra ótima noite de jazz com o trio do pianista Marvio Ciribelli, completado por Fábio Cavalieri, contrabaixista, e Amaro Júnior, baterista. 
  
            http://www.youtube.com/watch?v=zWpN5sDGUlg ("A Night in Tunisia")
 
 
SÁBADO, 29 DE JANEIRO

Wilson Meireles Trio
O baterista, que já tocou com Gilberto Gil, Alceu Valença e Nana Caymmi, faz uma apresentação marcada por muito swing e improvisação. Standards do jazz americano, como A Night in Tunisia, Autumm leaves e My funny valentine surgem no meio de um repertório influenciado pelos trios de samba-jazz das décadas de 60 e 70, com Upa Neguinho, O pato e Só danço samba... tudo interpretado no estilo altamente vibrante e original de Wilson Meireles.

Wilson Meireles - bateria, Danilo Andrade - piano, Rodrigo Ferreira - baixo.


Apresentação: 21h à 1h
Couvert artístico: R$ 15,00

 
TribOz - Centro Cultural Brasil-Austrália
www.triboz-rio.com
Rua Conde de Lages, 19 - Off-Lapa
Estacionamento rotativo na Rua Conde de Lages, 44 (R$ 5,00)
Informações e reservas: 2210 0366 - 9291 5942

28.1.11

Rui de Carvalho & Grupo Samba na Cabeça em Roda de Samba


Rola todas as sextas-feiras uma roda de samba com Rui de Carvalho e Grupo Samba na Cabeça no Petit Paulette - Bar e Restaurante. Fica na Rua Barão de Iguatemi, 408 (póximo à Praça da Bandeira) - sem couvert e sem consumação mínima.

CONCERTOS NO JARDIM - EGBERTO GISMONTI & ORQUESTRA DE SOPROS DA PROARTE


Com um repertório genuinamente brasileiro, o segundo recital da série Concertos no Jardim leva na próxima quarta-feira, dia 02/02, o maestro e compositor Egberto Gismonti e a Orquestra de Sopros da ProArte ao Espaço Tom Jobim.
O frevo, o maracatu e o lundú serão alguns dos gêneros apresentados em arranjos inovadores dos renomados Carlos Malta, Zeca Assunção e Matias Corrêa.
A série, com patrocínio da Light, ocupará o teatro do Espaço Tom Jobim até o fim do mês de fevereiro. Os concertos semanais serão sempre às 20:30h, com entrada franca. A nova opção de lazer musical dará ao público a chance de conhecer e apreciar uma rara diversidade sonora bem como ter o privilégio de assistir a performance de artistas que pouco se apresentam no Rio de Janeiro.
Há menos de um ano, a orquestra carioca, formada por jovens de 17 a 25 anos, passou a se apresentar com Gismonti em concertos e festivais por várias regiões do país. A troca de experiências musicais tem sido muito fértil. “ Eles estão felizes e eu também. É uma diversão e daqui a um tempo alguma coisa que ainda não sei o que é sairá deste encontro”, garante o maestro.


SERVIÇO:

CONCERTOS NO JARDIM
DATA: 02/02 às 20:30h
LOCAL: Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Rua Jardim Botânico, 1008) Tel: 2274-7012
ENTRADA FRANCA
As senhas serão distribuídas na bilheteria do Espaço Tom Jobim a partir das 19:30h

PERFIL DOS ARTISTAS DO CONCERTO DE 02/02

Egberto Gismonti

Compositor, instrumentista e arranjador, nascido em Carmo, no norte fluminense, Egberto Gismonti é um dos mais renomados compositores brasileiros de música instrumental. Neto e sobrinho de mestres de banda, estudou piano na capital com Jacques Klein e Aurélio Silveira e aperfeiçou-se na França.

Ao longo da carreira, gravou 60 discos no Brasil e no exterior. Os mais celebrados são Corações Futuristas (1976), Dança das Cabeças (1977), Nó Caipira (1978), Mágico (1980) e Feixe de Luz (1988). Compõe para cinema, balé, televisão e teatro. Além de piano, combina sons de órgão, sintetizador, violão e flautas indígenas nos arranjos.

Orquesta de Sopros da Pro Arte

Em 1987, o grupo conhecido como Os Flautistas da Pro Arte reunia crianças para aprender de forma lúdica a tocar, cantar, dançar e fazer acrobacias. Como as crianças cresceram, foi criada a Orquestra de Sopros da Pro Arte, que estreou em 2004, na Sala Cecília Meirelles, sob a batuta de Tina Pereira. Hoje, os jovens músicos dedicam-se à pesquisa, aprendizado, prática e difusão da Música Popular Brasileira. São 39 adolescentes e jovens, oriundos de bairros de classe média da cidade do Rio de Janeiro e de comunidades menos favorecidas. Tocam flauta doce, transversa, clarinete, saxofone e trombone. Em 2008, a orquestra lançou um CD, com músicas de Moacir Santos, Radamés Gnattali, Tom Jobim, Baden Powell e Hermeto Pascoal

25.1.11

Monarco recorda, nesta terça, no Instituto Moreira Salles, os "tempos atrás" do seu primeiro e histórico elepê




Prezados amigos,
 
       "Numa estrada desta vida/eu te conheci, ó flor/vinhas tão desiludida/malsucedida por um falso amor/dei afeto e carinho/como retribuição/procuraste um outro ninho/em desalinho ficou meu coração/meu peito agora é só paixão...." (na parceria com o português Alcino Correia, o Ratinho, falecido em outubro do ano passado); "Se você gostou de mim porque quis/já sabia quem eu era/todo mundo diz/hoje quer me culpar/dizendo-me ter amizade/saiba que o malandro, quando ama, deixa saudade..." ("Amor de Malandro", na parceria com Alcides Dias Lopes, o Alcides "Malandro Histórico", samba gravado por João Nogueira); "...seguirei a ordem do meu coração/não me fale em amor/nem tampouco me peça perdão/eu não vejo honestidade em teu semblante/falsidade, isso sim, eu vi bastante/pega este lenço e não chora/enxuga o pranto, diz adeus e vá embora" ("O Lenço", na parceria com Chico Santana, gravado por Paulinho da Viola); "Procurando na localidade/encontrei mano Alvaiade/nosso antigo diretor de harmonia/deu-me a sua dica valiosa/é uma casa formosa que reúne paz, amor e alegria/daí, vi sambistas de fato/Manacea e Lonato e outros mais/juro que fiquei boquiaberto/nunca me senti tão perto da Portela dos tempos atrás" ("Homenagem à Velha Guarda", em resposta a um samba de Chico Buarque, "Homenagem ao Malandro"); "Tudo que quiseres te darei, ó flor, menos meu amor/darei carinho se tiveres a necessidade/e peço a Deus para te dar muita felicidade/infelizmente, só não posso ter-te para mim/coisas da vida, é mesmo assim..." ("Tudo Menos Amor", na parceria com Walter Rosa, samba popularizado por Martinho da Vila)
       Quem for falar do Monarco (foto acima) hoje não vai terminar. Especialmente, se o sentido da reminiscência, como acima destacado, for apontado por seus sambas tão marcantes, meio "lupicinianos" a seu jeito e, por si sós, representativos do "romance popular", tomando emprestado o título de filme de um grande diretor do cinema italiano, Mario Monicelli, recentemente falecido, para expressar, no caso, a ótica masculina do sujeito comum, de coração avariado, desgostoso com o proceder da amada, quase sempre falsa e ingrata. Sambas com beleza de letra e melodia que, além da "latinidad" da conduta masculina em face do destino em desalinho com o seu querer, atendem exemplarmente às loas que este grande Hildemar Diniz (no registro civil, nascido no subúrbio carioca de Cavalcante), em outra vertente do seu estro, tece para exaltar a sua azul-e-branco de fé e, por tabela, manifestar o seu apreço e respeito por outros redutos de bambas, como a Mangueira de Cartola e o Estácio de Ismael.
       Nesta terça-feira, 25 de janeiro, às 20h, no IMS (Instituto Moreira Salles - Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea - tel.: 3284-7400), com direção musical de Paulão 7 Cordas, Monarco canta e bate papo com o jornalista Sérgio Cabral, relembrando aspectos da carreira e, em particular, o motivo desse encontro: os 35 anos do primeiro elepê (capa acima) do sambista, gravado na Continental e produzido por Romeu Nunes. Uma preciosidade, cuja capa é assinada por Lan, que, com o seu traço de craque, empresta ainda mais relevo a um disco de MPB com 12 "páginas belas".
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal       .
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) Monarco por Monarco em "Coração em Desalinho", tema de abertura de novela recém-estreada na TV Globo no horário nobre; 2) Monarco pelo cantor e percussionista piracicabano Juca Ferreira em "Passado de Glória"; 3) Monarco por Teresa Cristina e grupo Semente em "Quitandeiro", de primeira parte feita por Paulo da Portela; Monarco, de novo, por Monarco em "Duelo Fatal".
 
 
       http://www.youtube.com/watch?v=C4svUXKl_uE ("Coração em Desalinho")
      
        http://www.youtube.com/watch?v=rtzoyHGli14 ("Passado de Glória")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=TzFIXxteXCI ("Quitandeiro")
 
        http://www.youtube.com/watch?v=T9mIOt7iDlI&feature=related ("Duelo Fatal")    

Duo Silva nesta terça no CCBB: percussão de pai pra filho e de filho pra pai em grande encontro




Prezados amigos,
 
        Percussão "responsa" por pai e filho, pela primeira vez atuando juntos no palco, nesta terça, 25 de janeiro, às 12h30 e às 19h, no Teatro II do CCBB ("flyer acima), pela mostra Reflexos. O papa Robertinho Silva e o bem conceituado Ronaldo Silva, que toca com vários artistas de renome. Para ver e curtir vibrando.  
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal  
 
www.myspace.com/robertinhosilva50
www.robertinhosilva.com

24.1.11

Um novo blog bacana na blogosfera


É o blog do meu amigo Cosmo, sociólogo, homem de visão aguda, fará comentários sobre livros, filmes, vídeos, episódios do cotidiano, aspectos da vida sócio-política brasileira, sacadas filosóficas e tratará também de temas religiosos, cursos interessantes - enfim, uma pescaria nas veredas da vida cultural e política deste planetinha azul marrento.
Para acessar o blog é só clicar no seguinte link http://jrcosmo.wordpress.com/
Já vou situá-lo na lista dos meus preferidos.
Todo mundo lá!

Emerson Urso: pelas calçadas do Brasil, percorridas em verso e melodia, o artista sonhador exibe o seu lugar na criação e preservação do samba



"Que manhã maravilhosa/as rosas garbosas engalanam meu jardim/e o cantar da passarada acende a luz da melodia que há em mim/vou pegar meu violão/e os versos surgirão naturalmente/e minha canção envolvente vai comover o coração de quem me ouvir..."
 
        Prezados amigos,
 
        "Amigo Urso, saudação tropical/ao leres esta, hás de te animar..." Assim, em paráfrase de samba famoso a que  Moreira da Silva deu interpretação insuperável, principio a recomendação de um CD recém-produzido e de repertório já apresentado pelo artista paulistano em shows de pré-lançamento na sua Sampa natal. "Pelas Calçadas do Brasil" é o terceiro e melhor CD do cantor, compositor e cavaquinhista Emerson Urso (foto acima), um bamba plenamente identificado com a pujança do chamado samba de raiz e dela firme zelador, identificando, ainda na continuidade da faixa-título (a dos versos supradestacados), a "herança dos velhos sambistas" no sentido maior da sua (dele) criação - por exemplo, o portelense Monarco, padrinho artístico, e um outro compositor, saudoso, da mesma escola de samba, a quem já prestou tributo em lavra conjunta com o parceiro Dorinho Marques: "Homenagem à Portela de Alberto Lonato" ("Graças a Deus/o samba vai ganhando espaço/o verdadeiro samba de fato/como fazia Alberto Lonato...")  
        "Pelas Calçadas do Brasil" é um tônico de sabor nacionalista, sem a contraindicação da pieguice ou do ufanismo anódino, pois nele o sensível e descritivo Emerson (e parceiros bem dotados de palavra e rima, como Wiliam Nazário e Carlinhos Paixão, para a sua melodia e harmonia apuradas, "à la" Eduardo Gudin) sabe valorizar com beleza, acentuada por arranjos de muito bom gosto, o que o nosso país tem de encanto permanente (suas paisagens singulares, sua música popular variada e de chamariz internacional e o braço operante e solidário da sua gente simples, por exemplo), sem "vista grossa" para aquilo que, infelizmente, é erva daninha que costuma grassar, em particular, nos Poderes estabelecidos - ou seja, nas esferas do "exemplo edificante" -, em níveis variados, a corrupção (e ainda bem que estamos numa democracia, com liberdade de informação e expressão). Isso, curiosamente, é observado em samba-exaltação, "Brasil, Terra Sagrada", face do poliedro bem ritmado das faixas do disco, que, naturalmente, exibe outras faces do samba, como o samba-choro, o samba de terreiro, o samba-canção (em interpretação dividida por Emerson com Délcio Carvalho, parceiro dele em outra música, "Minh´Alma Chora") e um "samba rural" do CD anterior, "Meu Lugar", que entra como faixa-bônus neste e me emociona na sua ambiência retratada com singeleza e afeto na letra, em combinação com arranjo envolvente e acertado e presença fortemente ilustrativa de coro e "cozinha".            
        Com o nome igualmente associado a projetos de alta relevância na difusão da boa música popular de São Paulo e à produção de discos com novatos talentosos de lá (como o ótimo compositor e cantor Marquinho Dikuã), Emerson Urso, que ultimamente tem ido bastante aos EUA para mostrar em turnês a sua música, segue em frente, entre bemóis e sustenidos, com consciência do que faz de elevado na defesa intransigente do samba da nossa terra em sua acepção mais cristalina, o seu "samba do coração".
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica. 
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, quatro "ursadas" - em inusitado bom sentido da expressão - do amigo Emerson: 1) "Samba do Coração", dele com William Nazário"; 2) no "playback", em programa do canal a cabo NGT, mostra a contagiante "Meu Lugar", feita em parceria com Paulinho Cuíca e também muito bem gravada por outro novato de valor de Sampa, Tito Amorim; 3) "Pelas Calçadas do Brasil", de percurso todo seu em letra e melodia; 4) também em "playback", no mesmo programa do NGT, o gostoso partido-alto "Tem de Tudo pra Vender", composto com Carlinhos Paixão.
 
             
             http://www.youtube.com/watch?v=_7nK6lrpxTo ("Samba do Coração")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=l9lVyxo_tXs&NR=1 ("Meu Lugar")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=OWlwMle7w5k&feature=related ("Pelas Calçadas do Brasil")
 
             http://www.youtube.com/watch?v=HV1OhqlLg1A&NR=1 ("Tem de Tudo pra Vender")

21.1.11

Anna Pessoa: bossa e jazz em raro trinado a propagar brilho e boniteza na noite carioca





Prezados amigos,
 
          Sinto-me levitar ao ouvir Anna Pessoa, no "link" abaixo, em "Por um Triz", bela criação conjunta de Rubens Cardoso, Euclides Amaral, Boris Garay e Olten. Cristalina e envolvente a cada nota emitida, essa paulistana radicada no Rio desde a adolescência é uma cantora fantástica, de finíssimo trato com a canção, cujo trinado ainda me sugere águas calmas de navegação no verão em fim de tarde, aquele velho barquinho que desliza sem parar no macio azul do mar. Embora despertada para o sortilégio do canto na noite enluarada e plácida da seresta, vencendo um festival do gênero com "Ave Maria no Morro", de Herivelto Martins, é, no entanto, pela inspiração de outra lua, não menos romântica mas algo errática no firmamento da canção popular, sensível às nuanças rítmicas do que entoa, que Anna Pessoa (fotos acima), em noites de bossa e jazz, vai fazendo o seu caminho na profissão, suscitando palmas arrebatadas e seduzindo ouvintes abalizados, como o crítico José Domingos Raffaelli. Toda essa desenvoltura técnica e estética, mais ainda de sentimento aflorado na voz de longa extensão, tornando a canção irresistível à apreciação, pode ser observada no Otto Restaurante (Rua Uruguai, 380 - Tijuca - tel.: 2268-1579), onde ela costumeiramente faz shows às sextas e sábados. Como já a descreveu um outro admirador de vulto, Aldir Blanc, morador daquelas redondezas, Anna Pessoa é simplesmente "brilhante e rara".
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal
 
A tempo: numa das fotos acima, tirada no bar Memórias do Rio, no Centro, Anna Pessoa canta acompanhada por Rubens Cardoso, um baiano de Jequié - como os irmãos Jorge e Wally Salomão, este já falecido -, que chegou ao Rio ainda menino, com a família, e reside em Laranjeiras. Sabe das coisas no compor e no tocar.
       
           http://www.youtube.com/watch?v=8mrKg1pTuHQ ("Por Um Triz", com Anna Pessoa)
 
          http://www.myspace.com/wwwannapessoacombr

20.1.11

Daniel Scisinio, de cavaquinho inspirado, é grande presença na festa de aniversário da Livraria Folha Seca nesta quinta do Padroeiro, no Rio




"Eu hoje acordei cantando/no peito, nova poesia/que guardo dentro de um samba-canção/o dia amanheceu sorrindo/falando baixinho comigo/palavras que trago no coração/palavras que podem fazer chorar/em forma de canto pra desabafar/poeira que vem com o vento/um silêncio, um lamento/se a inspiração paira no ar/só a melodia me traz/lembranças que não voltam mais/por isso que sempre me ponho a cantar"
 
        Prezados amigos,
 
    Nem é a melhor faixa do disco, mas, como a música tem o seu sortilégio, uma ligação direta e frequentemente inefável com a emoção, me pegou de jeito assim que eu a ouvi, embalada por arranjo envolvente de Daniel Scisinio (foto acima), com bela flauta "chorona" e introdutória soprada por Rogério Siri. Rapaz talentoso, integrante do ótimo Unha de Gato, da Cidade Sorriso, Daniel, em 2006, lançou-se em CD solo, "Nova Poesia" (que dá título à composição, feita com Marco Pinheiro, de letra destacada na epígrafe), o qual dá gosto ouvir por inteiro, revelando um melodista inspirado para os seus parceiros e de verso bem apanhado quando assina sozinho a criação, como no baião "Festão" e no afoxé "Terra da Roça", apesar da predominância do samba ao longo de toda a audição. Um CD que já começa muito bem, com "O Bom Remador", de Wilson Moreira, a abrilhantar a faixa dividindo o canto com Daniel, que, mais adiante, após mostrar serviço em outros sambas atraentes, estes de seu estro, divide com Ivor Lancellotti outro especialmente belo, desse ilustre morador do Leme com Delcio Carvalho, "Vou Fugir": "vou fugir/pra não ver que, no fundo, estou desmoronando/um futuro incerto se aproximando/e essa vida sem vida custando a passar...vou fugir/alcançar o horizonte que, ao longe, me chama/pra matar a saudade de quem não me ama/reacender o desejo incontido de amar."
    No "link" abaixo, Daniel canta um dos sambas de "Nova Poesia", da sua parceria com Bispo Hélder, "Colibri", com o qual ilustro a informação abaixo, repassada: mais um aniversário da Livraria Folha Seca (foto acima), dos amigos Rodrigo Ferrari (meu vizinho de bairro, em Laranjeiras) e Daniela Duarte. Um estabelecimento voltado para a arte e a cultura cariocas, também editora de importantes títulos já lançados, como "Cartas Cariocas", de Hermínio Bello de Carvalho, e "171, Lapa-Irajá", de Nei Lopes. Entre outros jovens músicos de grande valor, Daniel Scisinio comparece com o seu instrumento à animação da festa de comemoração, ao ar livre, na tarde deste feriado de 20 de janeiro no Rio. Parabéns e vida longa ao empreendimento!
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal                               
 
         http://www.youtube.com/watch?v=cTcPVuIeWcw ("Colibri")
                   
      
INFORME LIVRARIA FOLHA SECA
37 rua do Ouvidor 37
Centro, Rio – 21 2224.4159
folhaseca@livrariafolhaseca.com.br
Horário de funcionamento: de 2ª a 6ª das 10h às 19h e sábados das 10h às 15h

 
Aniversário da Folha Seca
(sete anos na Ouvidor e treze de existência)
no dia do padroeiro da cidade

 
Samba com Daniel Scisinio, Leandro Saramago,
Rodrigo Jesus, Marquinho Basílio e convidados
 
Nesta quinta-feira, 20 de janeiro de 2011,
a partir das 14h
 
apoios: Restaurante Antigamente,
Toca do Baiacu e Boteco Casual
 
Livraria Folha Seca
37 rua do Ouvidor 37
tels: (21) 2507.7175/2224.4159 fax
Centro, Rio de Janeiro
(entre a 1º de Março e a trav. do Comércio)

  
2011: ano Nelson Cavaquinho na Livraria Folha Seca

Carlos Malta convida Rosa Reis, que leva o Maranhão ao Bola Preta, nesta quinta, em show "pifado" do soprista carioca




Prezados amigos,
 
        O Centro Cultural Cordão da Bola Preta ("flyer" acima) dá seguimento, neste feriado de São Sebastião, à série Quintas Pifadas, levada pelo sopro funcional e marcante do carioca Carlos Malta. Ao lado do contrabaixista Itiberê Swarg, do baterista Márcio Bahia e do pianista Jovino Santos Neto, ele é "cobra criada" do "butantan" de talentos instrumentais que, por longos anos, acompanhou Hermeto Pascoal em discos e shows, vivenciando todo o rico universo inventivo do bruxo alagoano dos sons. Esculpindo o vento em carreira solo, Carlos Malta ostenta um leque variado e aprumado de CDs já lançados, entre os quais pontifica o "Pimenta", todo consagrado à memória da gaúcha Elis Regina, com arranjos que, reconstituindo atmosferas do repertório da cantora (como em "Nada Será Como Antes",  de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, e "Ladeira da Preguiça", de Gilberto Gil, do qual Malta foi "sideman" por longa temporada), "espanam a obviedade", segundo a observação do crítico Tárik de Souza.
        Carlos Malta e o Pife Muderno recebem, nesta quinta, como convidada especialíssima, a maranhense Rosa Reis (foto acima), que adentra o QG do carnaval carioca com o fascinante e empolgante rufar polirrítmico do Maranhão, tão bem representado em seu trabalho. Certamente, estará disponível a interessados o mais recente e ótimo CD dessa cantora de forte presença no palco. Trata-se de um disco com faixas alimentadas pela criação de grandes compositores desse estado do Nordeste, como Sérgio Habibe (autor de "Ponteira") e Ubiratan Sousa, autor de "Tempo Certo" (em parceria com Sousa Neto).         
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
  
Pós-escrito: 1) Carlos Malta e o Pife Muderno executam "Ponteio", de Edu Lobo e José Carlos Capinam; 2) Rosa Reis, com o seu conjunto, em ritmo de maracatu; 3) novamente Rosa Reis, cantando "A Ema Gemeu", de João do Vale, Alventino Cavalcante e Ayres Viana..     .  
  
 
         http://www.youtube.com/watch?v=Fl-Ymwc8fhk&feature=related ("Ponteio", com Carlos Malta e o Pife Muderno) )
 
         http://www.youtube.com/watch?v=dtnnOPqftnA&feature=related (maracatu com Rosa Reis)
 
         http://www.youtube.com/watch?v=vh6v1xBO2SE&feature=related ("A Ema Gemeu", com Rosa Reis)

Festival de Cinema de Porto Alegre foi prorrogado até a próxima sexta-feira, dia 21 de janeiro. 



Inscrições prorrogadas até sexta, dia 21 - 

Uma boa notícia para aqueles que deixaram para a última hora: o edital de seleção do CineEsquemaNovo 2011 - Festival de Cinema de Porto Alegre foi prorrogado até a próxima sexta-feira, dia 21 de janeiro. 

O adiamento acontece devido a problemas com o servidor, que deixaram o site fora do ar no último final de semana - justamente, a reta final para as inscrições em seu prazo orginal. 

Para compensar os dias offline, seguiremos recebendo trabalhos até a próxima sexta. Importante: a data de postagem de materiais nos correios deve ser de, no máximo, 21 de janeiro.

Em tempo: sinta-se convidado para ser nosso amigo no Facebook, seguir o CEN no Twitter ou receber atualizações do nosso blog. O blog pode ser acessado clicando no seguinte link http://cineesquemanovo.wordpress.com/


Em março, os selecionados. Boa sorte!


Pablo Lobato: videoinstalação no CEN 2011 - 

A primeira atividade paralela confirmada para o CEN 2011 é a exposição Expiração 02, do artista mineiro Pablo Lobato, que acontece na Usina do Gasômetro durante todo o festival.

"Expiração 02" é um desdobramento da exposição O Que Pode a Expiração, que esteve em cartaz em maio de 2010 no museu Inimá de Paula, em Belo Horizonte. A exposição consiste em uma videoinstalação composta por monitores ligados à máquina Expiração, que roda ininterruptamente vídeos produzidos a partir de imagens de arquivo nunca utilizadas antes e que também nunca foram reproduzidas ou seja, imagens das quais não existem cópias. São restos de filmes, arquivos de viagens, de família ou amigos coletados ao longo de doze anos de trabalho com audiovisual, tudo do acervo pessoal do artista.
Quem, onde e como? - 

O CineEsquemaNovo 2011 - Festival de Cinema de Porto Alegre acontece no Centro Cultural Usina do Gasômetro, Cine Santander Cultural e Cine Bancários. O festival é organizado e concebido pelo grupo CineEsquemaNovo e conta com a co-realização da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura. O apoio especial é do Santander Cultural.




CineEsquemaNovo:

Alisson Avila
Gustavo Spolidoro
Jaqueline Beltrame
Morgana Rissinger
Ramiro Azevedo

19.1.11

Kanimambo de Emiliano Castro já está na praça


Enquanto não mergulho nas férias de vez, vou pescando pérolas e não sei como me escapou este CD superbacana de Emiliano Castro - o título é Kanimambo. É violão, do bom - tem de tudo um pouco - do samba, do jazz, dos ritmos brasileiros e algo d'Espanha não haveria de faltar no fundo da alma. Já ouvi Emiliano tocar em Sampa, seu violão originalíssimo, vai do flamenco ao som de Coltrne. Quem tiver paciência de pesquisar nos arquivos vai ver que postamos aqui nesse blogue o lançamento deste CD - agora botamos a capa.
Vamos nessa, que me chamam lá na cozinha.

Magali "empolga às 9" nesta quarta, no Centro Cultural Carioca, em noite de lançamento do seu primeiro CD


"Cantar é o espetáculo mais bonito da alma", escreveu Aldir Blanc, há alguns anos, em "release" do Quarteto em Cy, uma máxima pessoal que lhe voltou à lembrança ao ouvir Magali (foto acima), cantora e compositora conhecida por sua atuação no bloco carnavalesco Empolga às 9, um dos que já se formaram ao longo da bem-sucedida experiência de Pedro Luís e seus colegas da Parede com a oficina de percussão do Monobloco na Fundição Progresso. Lá na Lapa, por sinal, Magali veio a lume na noite carioca e, com Dorina,  Elisa Addor, Ana Costa e Aninha Portal, entre outras gratas revelações de casas de show desse famoso bairro boêmio, participou do CD "As Cantoras da Lapa - Encantos do Samba", produzido em 2006. No terceiro "link" abaixo, ela fala de si mesma em frases resumidoras de seus passos artísticos, com trânsito até mesmo internacional, fazendo shows regulares em palcos nova-iorquinos receptivos à boa música brasileira. No primeiro dos "links", acompanha-se ao cavaquinho e canta, de sua autoria, "Cantador" (título que logo remete  a "O Cantador", maravilha da "era dos festivais", nos anos 60, composta por Dori Caymmi com letra inspirada de Nelson Motta); no segundo "link", passa em revista, em gravação de 2007, uma série de músicas que embalaram a folia do seu bloco, com a turma, efervescente, reunida no Teatro Odisseia, na Lapa.   
       Nesta quarta, 19 de janeiro, no Centro Cultural Carioca (Rua do Teatro, 37, ao lado do João Caetano, no Centro), Magali faz lançamento do seu primeiro CD, todo autoral, que tem por título apenas o seu nome, às 21h. Uma hora de show ajustada para ela "empolgar às 9" o público que lá estiver, como empolgou, sem hora marcada, um encantado Aldir, que nela percebe, com clareza, "que há mais uma estrela no riquíssimo firmamento musical brasileiro".
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal        
 
A tempo: no CD de Magali, há a participação especial de Robertinho Silva, Zélia Duncan, Rui Alvim e Jorge Continentino.         
 
  
         http://www.youtube.com/watch?v=qTwQ_uXh3c0&feature=related ("Cantador")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=fujkZvyMjQ4&feature=related (sambas do Empolga às 9)
 
         http://www.youtube.com/watch?v=NRYb8_sPswU&feature=related (a palavra de Magali sobre a sua carreira")            

Aviso aos Navegantes


Entrei, tirei, estou gozando merecidas férias. Só publicarei os textos do Gerdal. Não vou produzir nada, nem vou publicar coisas do meu baú. Tenho um ano imenso pela frente e tenho que estudar - passarei minhas férias em cima dos livros - mas com muito prazer.
Inté!

Capas que cometi: Livro de poemas de Grande Othelo


Esta capa de livro tem uma bonita história, não foi uma mera encomenda - se der tempo, um dia contarei. No momento basta dizer que fiz apenas a caricatura do gigante Grande Othelo estampada na capa.

17.1.11

Capas que eu cometi: "Ficar Com" de Jacqueline Chaves


Outro dia estava na Livraria Galileu procurando um livro indicado na bibliografia para a qualificação de mestrado e vi um exemplar do "Ficar Com" da Jacqueline Chaves chegando nas mãos do balconista - fiquei contente. Sinal de que o livro está seguindo uma longa estrada. Parabéns para a autora e para a Revan!

16.1.11

Na boa Felipão, bota o sub-20 no lugar do time principal


Vi o time ser vaiado, depois de empatar com o Botafogo de SP. O pessoal da galera pedindo jogador: ÔOO queremos jogadô! Na boa, Scolari, bota o pessoal da base pra jogar, o pessoal sub-20 que tá dando show. O Senhor não tem meio campo, nem ataque. O Kleber tem que se virar para armar e ser centro-avante, uma coisa ou outra. Precisa de um cara para empurrar a bola para dentro do gol , não só de bola parada, capisce! Lembra do Raphael Moura, do Goiás, jogador oportunista, rápido, com bom controle de bola, que sabe se colocar na área - veja o preço dele, deve ser menor do que o do Ronaldinho-Gaúcho-Carioca que a diretoria estava louca para levar para o Parque Antártica. O cara jogou um bolão no Goiás, inclusive contra o Palestra, lembra? E traz o Alex logo.
Vou parar por aqui, porque se conselho fosse bom a gente vendia, né, Felipão! Mas pense rápido numa mudança no time, porque de vexame, o Palestra já está verde!

Capas que cometi: "SER como ELES" de Eduardo Galeano

Blog do Cavalcante


Cavalcante é um craque, faz caricatura, ilustração, pintura com talento de sobra. Ele enobrece diariamente as páginas de O Globo.
Para nossa sorte, ele acabou de botar um blogue no ar.
Vale a pena conferir seu trabalho no seguinte link http://cavalcante-arte.blogspot.com/

15.1.11

PC Castilho neste sábado no Lapinha: um talento polirrítmico chega ao primeiro CD solo na asa do vento leste


 
Angrense idealizador e propulsor de um belo projeto itinerante que, com a valiosa companhia do Zangareio (grupo em que atuou), visa realçar - com show e exposição fotográfica - encantos sonoros e visuais da sua região (a Costa Verde fluminense, também destacando Paraty), Paulo César Castilho (foto acima) comparece neste sábado ao palco do Lapinha, às 22h30, para mostrar o seu primeiro e elogiadíssimo CD solo e duplo "Vento Leste". Além de cantar, em parte dele, e de mostrar composições próprias - que frequentam um mosaico rítmico, com samba, maracatu, jongo, xote e baião, por exemplo - , PC Castilho exercita-se nos vários instrumentos que toca, de sopro (foi aluno de Lena Horta, irmã de Toninho Horta), de cordas e de percussão. Ele, que também integrou o trio Taluá (com outro multi-instrumentista, Fábio Luna, e o saudoso violonista e arranjador Wilians Pereira), pode ser visto, no primeiro dos "links" seguintes, em apresentação do suprarreferido projeto, cantando um samba seu - em parceria com Carmélio Dias -, "Sopro do Vento", ao lado da carioca Ana Costa. Esta, no segundo "link", acompanhada´por PC e pelo Zangareio e convidada especial da ocasião, canta "Não Importa Mais o Dia", que fez com Bianca Calcagni e Agrião, faixa de seu mais recente CD, "Novos Alvos". No último "link", PC e o Zangareio mostram a sedutora "Pelourinho" (a preferida do próprio músico em "Vento Leste"), com participação de um talentoso parceiro, nascido e criado em Paraty, Luiz Perequê - ex-Perequeaçu, como consta de seu primeiro elepê, de 1992, "Encanto Caiçara".   
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal
 
Pós-escrito: o Lapinha situa-se na Av. Mem de Sá, 82 - Lapa (perto dos Arcos, sobre o Belmonte)  - tel.: 2507-3435. 
 
 
       http://il.youtube.com/watch?v=dAqizMRRtIA&feature=related ("Sopro do Vento")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=KH5e2XyzTDA&NR=1  ("Não Importa Mais o Dia")
 
       http://il.youtube.com/watch?v=Cr0u3B9aN2o&feature=related ("Pelourinho")

Rola Preguiçosa lança, neste sábado, com feijoada no Quilombo Sacopã, o samba do bloco para este carnaval





Prezados amigos,
 
            Gostei bastante do samba, de acordo com o figurino lúdico e empolgante de um bloco carnavalesco, e compartilho com vocês, sobretudo com os que são da fuzarca, o hino do próximo carnaval do Rola Preguiçosa, há 17 anos na fita do festejo de rua carioca, animando as noites de Ipanema no período da batucada. Como um aperitivo - uma "batidinha" - para o reinado de Momo, que desta vez se instala no início de março, recomendo, em anexo abaixo, a audição do referido samba, de autoria do querido amigo Roberto Serrão ("pós-graduado" no ofício), feito em parceria com o médico folião Roberto Medronho, uma autoridade em epidemiologia, e Luiz Sacopã (músico descendente de Manoel Pinto Júnior, que, nascido sob a Lei do Ventre Livre, fundou, em parte alta e hoje valorizada da Zona Sul do Rio, com bela vista da Lagoa Rodrigo de Freitas, um quilombo urbano, ocupado, ao longo de muitos anos, por várias gerações de sua família). 
             Prato fundo para trocadilhos e chistes apimentados, o Rola Preguiçosa tem nome derivado de cuidado preventivo com a Aids, atraindo um grande número de brincantes da terceira idade. Abaixo, além das fotos dos compositores, vemos Luiz Sacopã, "in loco", falando um pouco da história da comunidade quilombola e da luta pela sua continuidade em área de preservação ambiental, no primeiro "link", e ouvimos o samba do bloco para o carnaval de 2007, no segundo. Em seguida, repassado, o recado do Serrão para esse bom programa do gênero.    
            Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
            Um abraço,
 
            Gerdal. 
        
           http://www.youtube.com/watch?v=ySn02foWRGc (Luiz Sacopã)
                    
            http://www.youtube.com/watch?v=b0XXI64Ec-c&feature=related (Rola 2007)

PREZADOS AMIGOS,
 
Segue em anexo o samba do B.C. ROLA PREGUIÇOSA (Tarda...mas não falha) para o Carnaval 2011.
Enredo: QUILOMBOLA SONHADOR...
Autores: Luiz Sacopã/Roberto Medronho/Roberto Serrão
 
Pedimos sua ajuda na divulgação do lançamento do mesmo, na tradicional Feijoada do Quilombo Sacopã - Ladeira do Sacopã, 250 - Lagoa, no próximo sábado, dia 15/1, a partir das 14h.
Grato, saúde e abçs. 
 
Roberto Serrão
Luiz Sacopã

Orlandivo faz um passeio pelo samba de balanço, neste sábado, na Tijuca, a convite de Amanda Bravo




Prezados amigos,
 
      Aproveitei o final do ano passado, em casa, para ouvir, ainda no giro do prato do antigo toca-discos, algumas bolachas dos anos 60, e uma delas, de 1965, "Samba em Paralelo" (`Só ando em par, em paralelo..lelo.."), da memorável Musidisc (gravadora do falecido cantor e compositor Nilo Sérgio, criador da orquestra Românticos de Cuba), ouvi-a, curiosamente, em elepê importado, reeditado na Alemanha e relançado em 2003. Graças à "pirataria do bem" - como a da Rua Pedro Lessa, no Centro do Rio, em que qualquer mortal bem aquinhoado e de bom gosto musical pode ter acesso a joias fonográficas esgotadas ou não relançadas regularmente em CD por falta do chamado "apelo de mercado", um equívoco conceitual longamente forjado e fomentado pela indústria com o endosso dos "mass media" -,  o catarinense Orlandivo (foto acima) pôde sair do limbo para ganhar as pistas londrinas de "night clubs" e, de lá pra cá, reconduzir a carreira com shows diversos e até mesmo um ótimo CD relativamente recente, "Sambaflex", de 2006, produzido por Henrique Cazes. Este um disco cujo título - bolado pelo percussionista Beto Cazes, irmão do virtuoso cavaquinhista, com inspiração no cigarro Free Flex - sugere a adaptabilidade do samba a batidas diferentes da tradicional e formas diversas de cadência e requebro.
      Criado no Rio, a partir dos 11 anos, no Hotel Rio-Minas, na Praça da República, Orlandivo logo chamou a atenção, em fins dos anos 50, de tantos quantos o viam mostrar, informalmente, à porta das boates Drink, de Djalma Ferreira, e Arpège, de Waldir Calmon, na companhia do parceiro Roberto Jorge (filho da atriz Gracinda Freire), os seus sambas bem suingados, ao som de uma inovação rítmica: o acompanhamento de um molho de chaves, as suas sete chaves do sucesso. Ouvido por Miltinho, "crooner" da Drink, nela estreou em noite em que o pianista dono da casa era substituído por Ed Lincoln, e, bem-sucedido, já nos anos 60, lançava, em disco, com o anasalado da voz, sambas de balanço - sua marca registrada -, como "Samba Toff" e "Sambadinho" (com Roberto Jorge), Tamanco no Samba (com Hélton Menezes) e "Bolinha de Sabão" (com Adílson Azevedo, irmão do saudoso guitarrista Neco), este aquele "tuplec-tuplim" que foi um estouro, em 1962, na carreira de uma sobrinha de Ademilde Fonseca, a cantora Sonia Delfino. Já nos anos 70, com um também saudoso cantor, compositor e humorista pernambucano de Serra Talhada, Arnaud Rodrigues, conterrâneo de Lampião, Orlandivo emplacaria o sucesso de "Vou Batê pa Tu" - que Arnaud e Chico Anísio, no hilário Baiano e os Novos Caetanos, cantavam em "Chico City", na TV Globo - e, ainda nesse decênio, se destacaria como criador de "jingles" e ator em comédias eróticas, como "Eu Transo, Ela Transa", de 1972, dirigida por Pedro Camargo - parceiro de Durval Ferreira na delicada "Chuva", um primor do lirismo bossa-novista.               
      Em companhia da cantora e produtora Amanda Bravo, Orlandivo faz show neste sábado, 15 de janeiro, às 19h, no Centro Municipal de Referência da Música Carioca ("flyer" acima), quando será gravado um DVD.
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
      Um abraço,
 
      Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, 1) "Samba Toff", de Orlandivo e Roberto Jorge, pelo Sexteto Moderno de Jazz (do qual Fats Elpídio, ao piano, e Aurino, ao sax, por exemplo, faziam parte), em elepê de 1963; 2) o próprio Orlandivo canta, de sua autoria e de Beto Cazes, "Sambaflex"; 3) Ele em mais um sucesso de carreira, "Bolinha de Sabão"; 4) desta vez, em "Na Onda do Berimbau", lembrando um grande compositor do Bafo da Onça", Osvaldo Nunes; 5) "Tamanco no Samba", com a banda Balaco, de Ribeirão Preto; 6) Orlandivo e Amanda Bravo em "Falaram Tanto de Você",  que ele compôs com Durval Ferreira, pai dela. No acompanhamento, um ótimo trio formado por Paulo Midosi, ao piano, Haroldo Cazes (irmão de Beto e Henrique Cazes), ao baixo, e Rubinho, à bateria. 
 
    http://www.youtube.com/watch?v=RJMWS59oUKA ("Samba Toff")

    http://www.youtube.com/watch?v=IP0HyzSHum0 ("Sambaflex")
 
    http://www.youtube.com/watch?v=Wr68jZiFXbw&feature=related ("Bolinha de Sabão")
 
    http://il.youtube.com/watch?v=lkwJ20aTXa0&feature=related ("Na Onda do Berimbau")
 
   http://www.youtube.com/watch?v=SZyLmipanyY ("Tamanco no Samba")
 
  http://www.youtube.com/watch?v=NQhvcquNXkk&feature=related ("Falaram Tanto de Você") 

14.1.11

Capas qie cometi: "Aleluia para uma mulher-jardim" de René Depestre

Sururu na Roda sacode o Bola Preta, toda sexta deste mês, em série carnavalesca que destaca bambas centenários


Repasso abaixo texto do amigo Carlos Monte, pai da cantora Marisa Monte, pesquisador da nossa música popular e coautor (com o professor João Baptista Vargens, da Faculdade de Letras da UFRJ) do livro "A Velha Guarda da Portela". Ele está à frente de uma série carnavalesca de shows que o Sururu na Roda, liderado pelo talento de Nilze Carvalho, faz todas as sextas deste janeiro - hoje, portanto, é dia -, às 22h, no Bola Preta ("flyer" acima). O Carlos, em suas linhas, explicita a motivação da sua bem-vinda iniciativa, que reúne compositores centenários, e a ele, especialmente, dedico os quatro "links" seguintes (três sambas e uma marcha), relativos a músicas constantes do seu roteiro. São elas, nesta ordem: "Juracy", de Antônio Almeida e Cyro de Souza, com Vassourinha; "Meu Consolo É Você", de Nássara e Roberto Martins, com Orlando Silva; "Beija-me", de Roberto Martins e Mário Rossi, no "diz aí" de Zeca Pagodinho - com imponente solo de gaita do caruaruense Rildo Hora; e "Alalaô", de Nássara e Haroldo Lobo, uma "pule de dez" da folia imortalizada no disco, curiosamente, pela voz de um daqueles nomes "operísticos" do nosso canto popular, Carlos Galhardo, um "centenário" daqui a dois anos.   
          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
          Um abraço,
 
          Gerdal
 
 
         http://www.youtube.com/watch?v=H0DlbCN3fUU ("Juracy")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=XrT1PK-HTkA ("Meu Consolo É Você")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=Y2bES6iwUSQ ("Beija-me")
 
         http://www.youtube.com/watch?v=6rXzTxcIpOo ("Alalaô")

Até o início do Século XX, a música popular do Rio de Janeiro não contava com meios de divulgação para tornar-se conhecida de amplos setores da população.
As composições de Chiquinha Gonzaga, João Pernambuco, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Cândido das Neves e Joaquim Callado, entre outros, permaneciam quase desconhecidas, embora fossem executadas por grupos de chorões e por bandas militares e pudessem ser ouvidas em peças de teatro musicado e nas festas populares realizadas nas igrejas da Penha e da Glória.
Na primeira década do Século XX, um jovem comerciante austríaco, Fred Figner, funda a Casa Edison, responsável pelas primeiras gravações musicais.
Em 1914, a segunda esposa do presidente Hermes da Fonseca, a jovem caricaturista Nair de Teffé, ofereceu recepções no Palácio do Catete, primeiro ao compositor Catulo da Paixão Cearense e mais tarde aos dançarinos Duque e Gabi, para dançar o maxixe Corta Jaca, de Chiquinha Gonzaga.
Ao organizar reuniões para que artistas saídos do povo se exibissem para seus ilustres convidados, a primeira-dama trouxe à cena o violão, instrumento até então associado apenas à boemia e às tertúlias suburbanas.
Em 1922, na inauguração da Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário da Independência, o discurso inaugural do Presidente Epitácio Pessoa é transmitido de uma estação instalada no alto do Corcovado, por iniciativa de Roquette-Pinto.
E no ano seguinte entra no ar a primeira estação transmissora de rádio, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada pelo mesmo Roquette-Pinto.
Um jovem e obstinado pernambucano, Adhemar Cazé, aceita o desafio proposto pela fábrica Phillips de encarregar-se da venda de receptores radiofônicos e, graças à sua tenacidade, torna-se o maior vendedor do novo produto.
Segundo Almirante em seu livro No Tempo de Noel Rosa, em pouco tempo o Rio se vê crivado de antenas que emergem dos telhados do casario. É o rádio alcançando inicialmente as residências mais ricas e se espalhando aos poucos depois por todos os bairros da cidade.
Em 1932, Adhemar Cazé cria e dirige o primeiro programa comercial de rádio, o Programa Cazé,  que ia ao ar nas tardes de domingo pelas ondas da Rádio Philips. Pela primeira vez, locutores, compositores e músicos, como Noel Rosa, Carmem Miranda, Francisco Alves, Nássara, Cristóvão de Alencar, Braguinha, Silvio Caldas e Almirante, foram contratados e passaram a receber cachês regulares por sua participação no programa.
As gravações musicais elétricas, as transmissões radiofônicas e, mais tarde o cinema falado foram fundamentais para o surgimento de um grande número de novos e talentosos compositores e cantores que deixaram lembranças indeléveis em nossa memória.
Foi sobretudo marcante a contribuição da geração nascida entre 1909 e 1911, que exerceu papel fundamental na cena musical brasileira das décadas de 1930 a 1960, considerada a época de ouro da canção popular, notadamente da música carnavalesca.
Encontrando-se com assiduidade nos ambientes boêmios da época, como o Café Nice, estes artistas realizaram uma intensa colaboração entre si, de que resultaram sucessos inesquecíveis.
Vale citar os nomes de Roberto Martins, Ataulpho Alves, Kid Pepe e Carmen Miranda, nascidos em 1909; Custódio Mesquita, Vadico, Noel Rosa, Antônio Nássara, Cristóvão de Alencar, Haroldo Lobo, Claudionor Cruz e Jorge Veiga, nascidos em 1910; Peterpan, Pedro Caetano, Mario Lago, Assis Valente, Sinval Silva, José Maria de Abreu e Mario Rossi, nascidos em 1911.
Diga-se que quase todos tinham bastante conhecimento musical, sendo capazes de escrever partituras, visto que ainda não existia à época o recurso do gravador portátil, cuja introdução é da década de 1950.
Do mesmo modo que aconteceu com os jovens de hoje, que, apoiados no computador pessoal e na internet, desenvolvem sua criatividade por conta própria, na música, no design e em tantas outras aplicações, os jovens nascidos em torno de 1910 enxergaram no rádio e na gravação uma perspectiva inédita de ocupação profissional para desenvolver seu talento utilizando os novos meios que surgiam.
E apareceram no cenário musical, um após outro, jovens compositores, cantores, locutores, propagandistas que ocupam o crescente espaço radiofônico.
Pesquisando as parcerias carnavalescas destes saudosos “Centenários”, foi elaborado o programa do show  Sururu Sacode o Bola Preta, que o consagrado grupo Sururu na Roda, formado por Fabiano Salek, Nilze Carvalho, Camila Costa e Silvio Carvalho, apoiado por mais 4 músicos de grande valor (Naife Simões, Zé Luiz Maia, P. C. Castilho e Pedro Sergio), traz ao palco do novo Cordão do Bola Preta, legítimo reduto da mais tradicional expressão carnavalesca em nossa cidade e cuja fundação ocorreu em 1919, sendo contemporâneo portanto daqueles consagrados compositores cuja obras recordaremos.

13.1.11

Capas que cometi: "O inventor de enigmas" de Denise Emmer


É uma das capas que mais gosto. Fiz a ilustração, o lay-out, escolhi as letras etc e tal. Pena que o rapaz encarregado de montar as capas naquele tempo, tenha omitido o meu crédito na hora da impressão. Na verdade acho que ele não fez isso não por um descuido, creio que foi para inventar mais um enigma.

12.1.11

Capas que cometi: Essas abomináveis criaturas de Deus

Blog do Mouzar


Caros navegantes, vocês precisam visitar o blog do Mouzar Benedito.
Mouzar sempre tem uma boa história para contar - é jornalista, escritor e fundamentalmente um cientista curioso a procura da filosofia pedral.
O link é :http://revistaforum.com.br/blogdomouzar/

Homenagem do Gerdal: Luís Antônio - 90 anos faria, neste 2011, o militar boêmio de tantas músicas com aquele cheiro de saudade


 
"Quero morrer no carnaval/na Avenida Central, sambando/o povo na rua cantando/o derradeiro samba que eu fizer chorando...." ("Quero Morrer no Carnaval", feito com Eurico Campos); "É aquele cheiro de saudade/que me traz você a cada instante/folhas de saudade, marcas pelo chão/é uma dor, enfim, no coração..." ("Cheiro de Saudade", em parceria com o pianista Djalma Ferreira); "Saudade, meu moleque de recado/não diga que eu me encontro neste estado..." ("Recado", também com Djalma Ferreira); "Se você num samba de "gente bem"/não vai encontrar alguém apitando um apito no samba/é porque o samba que vai nascer/só vai mesmo acontecer/quando houver um apito no samba..." ("O Apito no Samba", com Luiz Bandeira); "Quatro horas da manhã/sai de casa o Zé Marmita/pendurado na porta do trem/Zé Marmita vai e vem..." ("Zé Marmita", com o funcionário público, já falecido, Gustavo Tomás Filho, o Brasinha); "Você, botão de rosa/amanhã a flor mulher/joia preciosa, cada um deseja e quer/de manhã, banhada ao sol/vem o mar beijar/lua, enciumada, noite alta, vai olhar...." ("Menina-Moça"); "Há neste murmúrio uma saudade/a vontade louca de voltar/ser como era antes/mesmo por instantes/e, depois, morrer pra não chorar" ("Murmúrio", com Djalma Ferreira); "Levanta, Mangueira, a poeira do chão/samba de coração..." ("Levanta, Mangueira"); "Sassassaricando/todo mundo leva a vida no arame/sassassaricando/a viúva, o brotinho e a madame/o velho na porta da Colombo/é um assombro sassaricando..." ("Sassaricando", com Jota Jr. e o discotecário Oldemar Magalhães); "Então, eu fiz um bem dos males que eu passei/fiz do amor uma saudade de você..." ("Poema do Adeus"); "Sapato de pobre é tamanco/almoço de pobre é café/maltrata o corpo como o quê, por quê?/o pobre vive de teimoso que é..."("Sapato de Pobre", outra com Jota Jr."); "Você, mulher, que já viveu/que já sofreu/não minta/um triste adeus/nos olhos seus/a gente vê, mulher de trinta..." ("Mulher de Trinta"); "Olha o bloco de sujo/que não tem fantasia/mas que traz alegria/para o povo cantar/olha o bloco de sujo/vai batendo na lata/alegria barata/carnaval é pular..." (" Bloco de Sujo", na companhia de Luiz Reis).
        Forte candidato, infelizmente, por causa de decepções recentes, ao esquecimento na grande mídia (tomara que não) - ou mesmo ausente de significativa homenagem no palco, na tela ou em CD/DVD -, até porque, em vida, nunca cortejou a celebridade (um oficial do Exército sob pseudônimo na noite, "habitué" de boates, como a Drink, de Djalma Ferreira, e consumidor de coquetéis preparados com penumbra, ritmo, ilusão e boemia), o coronel Antônio de Pádua Vieira da Costa (fotos acima) completaria 90 anos de idade em 16 de abril deste ano. Com Jota Jr., Armando Cavalcanti, Klecius Caldas, Victor Freire e Nilo Queiroz, por exemplo, ele perfilou em um grupo de militares de "linha branda" na MPB, cuja farda e deveres correlatos não se opunham à indisciplina da "caserna" musical e à sensibilidade para a conversão em canções de agrado popular, sob arguta observação e com irônico viés carnavalesco, dos instantâneos testemunhados de agruras da nossa gente humilde, como em "Lata d´Água" (com Jota Jr.), samba primeiramente gravado em 78 rpm de 1951 por Marlene, com arranjo de Radamés Gnatalli e acompanhamento dele, ao piano, e sua orquestra, e "Barracão" (com Oldemar Magalhães), que, após o êxito inicial de Heleninha Costa, em 1953, ganhou de Elizeth Cardoso interpretação consagradora, ao lado de Jacob do Bandolim, do Época de Ouro e do Zimbo Trio, em histórico show de Hermínio Bello de Carvalho, para o Museu da Imagem e do Som, no Teatro João Caetano, em 1968. Já bem perto dos seus 80 verões, consumados no vindouro 5 de fevereiro, a cantora Lana Bittencourt, no longínquo 1960, prestou homenagem a Luís Antônio em um dos lados (no outro, a Antonio Carlos Jobim) de um excelente elepê da Columbia, "Sambas do Rio". Periférico em relação à posição central da própria obra no universo da MPB - realçada, no primeiro parágrafo, por seus sucessos, gravados ainda por Miltinho, Lúcio Alves e Helena de Lima, entre outros -, Luís Antônio, conhecido na informalidade dos amigos como Negro Antônio, morreu em primeiro de dezembro de 1996, já colaborador regular nas atividades do Museu do Carnaval do Rio de Janeiro, na Praça da Apoteose da Marquês de Sapucaí e no mesmo Estácio, "holy" Estácio, onde nascera.     
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
        Um abraço,
 
        Gerdal
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, composições de Luís Antônio por diferentes vozes: 1) "Cheiro de Saudade", por Maysa; 2) "Eu e o Rio", por Clara Nunes, em programa da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, em 1973; 3) "Chorou, Chorou", por Marisa Gata Mansa; 4) "Sassaricando", pela lançadora da marcha na revista "Jabaculê de Penacho" (depois reintitulada "Eu Quero Sassaricá"), a vedete Virgínia Lane; 5) "Murmúrio", por uma ainda adolescente Elis Regina, em 1961, no seu elepê de estreia, "Viva a Brotolândia"; 6) Elza Soares e o Monobloco na hoje "politicamente incorreta" "Eu Bebo Sim" (com João do Violão), em cuja letra se ouve a jocosa advertência: "água faz mal à saúde".  
       
 
        http://www.youtube.com/watch?v=n6a8uyW75Uw ("Cheiro de Saudade")
         
        http://www.youtube.com/watch?v=HDK5I9DefYI  ("Eu e o Rio")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=3Ch1lJcb00Q ("Chorou, Chorou")
 
       http://www.youtube.com/watch?v=dy5f90XhCi8 ("Sassaricando")
 
       http://il.youtube.com/watch?v=rvUErCgbSDE&feature=related ("Murmúrio")
      
        http://www.youtube.com/watch?v=hXL7IEEKav8&feature=related   ("Eu Bebo Sim")   

11.1.11

Bobby Darin - Uma vida sem limites




Bobby Darin, esse era o cara durante os anos 50! Teve uma vida difícil, um problema grave no coração, detectado logo quando era criança e todas as dificuldades de uma origem humilde. Por isso teve que gramar muito. Estimaram que ele viveria pouco, viveu quase 20 anos a mais do que o médico de sua infância tinha estimado.
Foi um ótimo compositor e cantor, (este vídeo que escolhi não faz juz à sua voz e interpretação) mas é um de seus sucessos - Dream lover, assim como Splish Splash ( que o rei Roberto Carlos gravou na sua juventude e "estourou no norte"- como diria o Chacrinha). Aposto que você vai reconhecer de cara Dream Lover, ela sempre é revisitada ou incluída em algum filme que fale dos anos da juventude transviada. Bobby apesar de suas limitações de saúde e também estéticas,(era calvo e sempre ostentava uma peruca, que naqueles tempos dava uma bandeira tremenda) era um matador. Conquistou a famosa atriz Sandra Dee, que era um sonho de primavera naqueles anos dourados. E olhe que mãe dela jogou na retranca, e mãe naquele tempo era uma zaga de respeito! Mas ele casou com ela e teve um filho. Mais tarde se separou, mas continuaram amigos e ele com aquela bomba relógio no coração...bota lágrima nisso!
Só uma lembrança para ver como o cara era bom Beyond the Sea que toca no filme "Procurando Nemo" é dele.( e não por acaso o título americano do filme que narra sua vida) O cara desfilava com muita competência entre Elvis e Sinatra - conquistou seu espaço com muito talento. Vejam no Youtube outras interpetações dele, para conferir que o cara além de bom compositor e cantor, também era multi instrumentista - se dava bem com a guitarra e o piano.
Por que escrevi isso e postei este vídeo dele?
É que acabei de assistir na TV, o tal filme que conta a história dele chamado (em português) "Uma vida sem limites". O filme é dirigido e bem interpretado por Kevin Spacey (que faz o papel de Bobby). É um filme triste, principalmente quando Bobby percebe que seu tempo "passara", no meio dos acontecimentos da época mais turbulenta da história americana, quando ocorrem as mortes dos irmãos John e Bob Kennedy e se agrava a guerra do Vietnam. Ele até tenta fazer uma canção pacifista - contra a guerra, mas seu público cativo, inicialmente não entende, e pede para ele cantar seus velhos sucessos. Típico fenômeno de desencaixe no tempo.
Rolam também problemas familiares - de indentidade, ele, só quase no fim da vida foi saber que aquela que pensava ser sua irmã, na verdade era sua mãe, que quando botou ele no mundo, era uma adolescente e não sabia quem era o pai . Para não ser criado como um bastardo- que naquela época era um problemão, foi entregue aos cuidados da avó que cuidou dele assumindo o papel de mãe.

Jazz canadense na Lapa


O saxofonista Jean-Pierre Zanella, um dos maiores nomes do jazz do Canadá, vai aproveitar sua passagem pelo Rio de Janeiro para mostrar o seu som no Lapinha, na próxima terça,11 de janeiro.
Jean-Pierre vai tocar composições próprias, e também um pouco de Tom Jobim e Villa-Lobos, já que é um especialista e grande admirador da música brasileira. Ele vem acompanhado de Remi Jean Leblanc, um jovem e talentoso baixista que está despontando na cena musical do Canadá, e que também vai mostrar suas composições no show. Os dois canadenses vão fazer tabelinha com dois craques brasileiros: Marcos Ariel no piano e Victor Bertrami na bateria. Para quem ainda não conhece o Lapinha, vai ser uma ótima oportunidade. O lugar é um dos mais novos e melhores points para música ao vivo no Rio. Tem uma acústica excelente e até um piano de cauda. Só vendo pra crer, e ouvindo também... 

Terça-feira, 11 de janeiro, às 21:30h. - Couvert: R$ 20,00
LAPINHA - Av. Mem de Sá, 82.
Informações e reservas: 2507-3414 e 2507-3435.
(estacionamento nos fundos, entrada pela Rua do Lavradio)

Capas que cometi: "Que fim levou Brodie?"



Esta capa eu fiz para o livro do meu amigom, o escritor Antonio Fernando Borges.

10.1.11

Capas que cometi: Livro de Augusto Boal


Esta foi realizada com o auxílio luxuoso de Goya.

Luisinho Sobral dá continuidade, nesta segunda, a bem-sucedida série de apresentações com o seu trio em clube da Tijuca (grátis)




Prezados amigos,
 
        Com muito prazer, dou uma força, ainda que frágil, por meio desta dica, ao querido amigo e experiente batera Luisinho Sobral (foto acima) - ex-conjunto de choro Rio Antigo (que tocou com o saudoso clarinetista K-Chimbinho) e ex-Tríade (com o violonista Dalmo Mota e o contrabaixista Augusto Mattoso) - e à sua iniciativa vitoriosa de levar, toda segunda, das 20h às 23h, com o seu trio, boa música instrumental à AABB, na Tijuca ("flyer" acima"), também reunindo muitos outros músicos de qualidade em clima de confraternização, o propósito maior que o governa nessa série de apresentações. Um encontro de músicos, fundamentalmente, para deleite de todos os presentes. Bossa e jazz com entrada franca.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal 
 
Pós-escrito: ilustrando a dica do conjunto do Luisinho Sobral, nós o vemos, no "link" seguinte, ainda pelo Tríade, na excelente companhia do soprista Carlos Malta, tocando "Nada Será Como Antes", de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, em show do Heineken Concerts.
 
       http://www.youtube.com/watch?v=clMuVh9G2bM