Prezados amigos,
Morando em Laranjeiras, nas adjacências da Rua General Glicério, uma das principais transversais desse bairro carioca - berço dos compositores Villa-Lobos e Custódio Mesquita e do escritor Lima Barreto, os três nascidos, curiosamente, na Rua Ipiranga -, fui, em numerosos sábados, na praça situada no meio da General Glicério, de graça e a céu aberto, como muitos outros, apreciador da lida de um grupo de grande valor, o Choro na Feira. Constituído, quase todo, por profissionais de ampla bagagem em shows e gravações - Franklin da Flauta, Marcelo Bernardes, Ignez Perdigão e Domingos (Bilinho) Teixeira -, era completado por um rapaz firme ao contrabaixo acústico, Matias Correa, e por uma moça inteligente, aparentemente caladona e reservada, que, ao pandeiro, sustentava com competência o ritmo do repertório apresentado, também nos 3 CDs gravados pelo conjunto. Chama-se
Clarice Magalhães (foto acima), ex-aluna de teatro que, na música popular, iniciou carreira, em 1997, como integrante de uma orquestra de pandeiros, a Pandemonium, passando ainda pelo Cordão do Boitatá, dedicado à música regional, e pelo Batifundo, neste em companhia de Roberta Nistra, Marcello Mattos e Pedro Holanda. Este, que, curiosamente, já deixou de estudar música por força da própria música - largando, certa feita, uma licenciatura na Uni-Rio para tocar em rodas de samba espalhadas pela cidade -, "demorô" para lançar o seu primeiro CD solo, mas, passados dez anos de expectativa, fez o disco autoproduzido que queria, amadurecido por naturais reavaliações no período e bem recebido pela crítica no ano passado. Integrante dos Anjos da Lua e da Orquestra Republicana, o cantor, compositor e violonista
Pedro Holanda (foto acima) é, desde o princípio, nome identificado com uma Lapa rediviva e reaproximada da sua tradição boêmia, movida a samba de bamba, tocando, em antiquário da Rua do Lavradio, numa roda comandada por Eduardo Gallotti, a partir de iniciativa do produtor Lefê Almeida. Ele e Clarice, nesta terça, 16 de agosto, fazem show, marcado para as 20h, no Centro Cultural Carioca (Rua do Teatro, 37 - bem perto da Praça Tiradentes - tel.: 2252-6468), no qual ela, carioca da Princesinha do Mar, também canta músicas do seu primeiro CD solo, "Meu Saravá". Ambos serão acompanhados por Denize Rodrigues, ao sax e à flauta, Guilherme Lopes, ao cavaquinho e ao acordeom, Júlio Florindo, ao baixo, Cassius Theperson, à bateria, e Alfredo Alves, à percussão.
Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
Um abraço,
Gerdal
Pós--escrito: nos "links" seguintes, 1) Clarice Magalhães, com a divertida figuração de vários outros jovens artistas associados aos novos ares musicais da Lapa, canta "Meu Saravá", de Tuninho Galante e Marceu Vieira; 2) dela própria e de Domenico Lancellotti, vai de "Tempo Bom"; 3) Pedro Holanda canta, de sua autoria, o baião "Canção Popular", do seu CD "Demorô"; 4) outra sua, em sua voz:"Tempestade e Calmaria", também faixa do mesmo disco.
http://www.youtube.com/watch?v=Pa9wsRbq4iU&feature=related ("Meu Saravá")
http://www.youtube.com/watch?v=4SKx1yAiD44&NR=1 ("Tempo Bom")
http://www.youtube.com/watch?v=MRSFgvb-Chg&feature=relmfu ("Canção Popular")
http://www.youtube.com/watch?v=F8AYUOV3N4w&feature=relmfu ("Tempestade e Calmaria")