31.8.11

Programe-se: Amanhã estreia Eletric Bossa Trio com Rui de Carvalho



Recebi de meu amigo Rui de Carvalho o seguinte recado: Vamos fazer shows todas as quintas. Amanhá, dia 1 de setembro é apenas a estreia. Vou cantar um repertório com umas 25 músicas da bossa nova e também vai rolar um show só intrumental.
(Clique nos flyers acima para ampliar e LER melhor)
Todo mundo lá no Petit Paulette!

Lurdez da Luz e seu Ziriguidum bastante incomum

Ed Lincoln: o Mr. Balanço que sacudia a rapaziada na pista com aquele som de órgão para dançar





           "Pergunte ao João/ele sobe a picada/ele sabe a morada do meu barracão..." E o João também "sabia", em inesquecível e bem ritmada gravação, onde residia o sambalanço, que, nos anos 60, vicejou em paralelo com a bossa nova, a ponto de confundir-se com esta e ser chamado de "bossa nova de subúrbio" - dançante e menos intelectualizada. Na Musidisc (gravadora do compositor Nilo Sérgio, mentor da orquestra Românticos de Cuba), certamente o sambalanço dava as caras - mormente os ouvidos -, quando Ed Lincoln (fotos acima, uma delas de capa de elepê), um redator e revisor de textos cearense - vindo de Fortaleza para o Rio, de navio, em 1951, aos 19 anos, para estudar arquitetura -, nela se assentou, tornando-se diretor musical com o seu Hammond, que aprendeu a tocar no susto. Uma bela noite, foi chamado às pressas para substituir, em ausência imprevista, Djalma Ferreira, o líder do conjunto em que já tocava piano, na boate Drink. Do seu órgão, mais adiante, espetacular tirou um som que virou coqueluche em larga escala, a começar por festas então guanabarinas, um som na caixa também captado em seis álbuns "cult" (de 1960 a 1966, há pouco remasterizados e reunidos nos CDs da caixa "O Rei dos Bailes", pelo selo Discobertas), pouco depois do início instrumental ao contrabaixo, ainda Eduardo Lincoln, atuando em clubes e casas noturnas, como a boate do Hotel Plaza, em Copacabana, em 1955, quando fez parte de um trio (com o pianista Luiz Eça e o guitarrista Paulo Ney) que gravaria, pelo selo Rádio, o dez-polegadas "Uma Noite no Plaza".               
          Às voltas, nos dias correntes, com a alta tecnologia e programas de computador em gravações e produção própria, por vezes valendo-se de pseudônimos - como Cláudio Marcelo, Berry Benton e De Savoya, entre os vários que adotou ao longo da carreira -, Ed Lincoln tem seus discos não raro utilizados como fundo para a animação de coquetéis e desfiles de moda. Recentemente, mereceu uma bela lembrança de Emílio Santiago (que, a exemplo do uruguaio Humberto Garín, Pedrinho Rodrigues, Sílvio César, Orlandivo e Tony Tornado, foi "crooner" do conjunto dele), no primeiro CD, "Só Danço Samba", que o cantor realizou em selo próprio, o Santiago Music. Em 2003, a convite do cavaquinhista Henrique Cazes, Ed foi atração de série intitulada A Bossa Que Correu Mundo, no Centro Cultural Banco do Brasil. Saudade fez um sambalanço no lugar, e o show dele, com casa cheia, foi visto por uma plateia, em grande parte, ávida por entrar em sintonia com um tempo feliz de si mesma, o da própria juventude, quando a sonoridade do órgão elétrico também dava cartaz a outros tecladistas do ramo, como Walter Wanderley, Waldir Calmon, Celso Murilo (também revelado no Drink), André Penazzi, Ararypê, Ely Arcoverde e Lafayette, este em levada pop.   

        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.

        Um abraço,

        Gerdal


Pós-escrito: nos "links" abaixo, o som de Ed Lincoln em 1) "Miss Balanço", de Hélton Menezes; 2) "Pergunte ao João", de Milton Costa e Helena Silva; 3) "Um Samba Gostoso", do próprio Ed; 4) "É o Cid", também de Ed, em parceria com Sílvio César; 5) "Passeio no Rio", de Luiz Bonfá (faixa de elepê, "Noite e Dia", que este e Ed, ao piano, gravaram juntos, em 1956, pela Continental); 6) "Catedral", de Celinho.
           

            http://www.youtube.com/watch?v=-TurPmKxUCc
("Miss Balanço")

            http://www.youtube.com/watch?v=mXaPa7XZCgs ("Pergunte ao João")

            http://www.youtube.com/watch?v=XOGLqThOlwY&feature=related
("Um Samba Gostoso")

            http://www.youtube.com/watch?v=g2zLWrOjvVY&feature=related
("É o Cid")

            http://www.youtube.com/watch?v=3ZOFd2lEftQ&feature=related
("Passeio no Rio") 

            http://www.youtube.com/watch?v=5Zfc6kC41E4&feature=related
("Catedral")    

30.8.11

Caricatura: Jânio em dois tempos & Belas matérias sobre a renúncia no Terra


Bela matéria do Portal Terra sobre os tempos da renúncia do Presidente Jânio Quadros 50 anos atrás. Vale a pena conferir. Fizeram um trabalho informativo criativo, com muita arte. Parabéns ao Portal Terra! Seria demais pedir para ter um material analítico junto com esse belo trabalho de memória.
Veja o trabalho de reconstituição histórica clicando no seguinte link
http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/50-anos-da-renuncia-janio/

Orquestra Lunar, nesta terça, no Rio Scenarium: brasilidade dançante em som feminino sem saia-justa


 
Prezados amigos,

          Uma rara orquestra constituída só de mulheres: assim é a Lunar (foto acima), conhecida por uma sonoridade vibrante e dançante, típica da gafieira e voltada para o nosso cancioneiro. Ao que parece, a única do gênero em atividade regular no país e, antes dela, há notícia de uma, no Rio, profissional e permanente, que inaugurou o histórico Café Nice, na Galeria Cruzeiro, em 1928, a Orquestra de Moças de Marie-Louise, uma violinista francesa. Formada por acaso, para tocar, em 2005, no Dia Internacional da Mulher, a Orquestra Lunar foi em frente e até lançou, dois anos depois, um CD, pelo selo Rádio MEC, com músicas saídas unicamente do estro feminino, uma ou outra com varão na parceria. Três delas nos "links" seguintes: 1) "Samba da Zona", de Joyce, cantada pela gaúcha Vica Barcellos; 2) "Divina Missão", de Dona Ivone Lara e Bruno Castro, na voz da experiente carioca Áurea Martins; 3) "Sete Neguinhos", apenas instrumental, da saxofonista e flautista Mônica Ávila.
          Além da Mônica e das cantoras citadas, fazem parte da desenvolta Lunar a pianista Sheila Zagury; a cavaquinhista Manoela Marinho; a contrabaixista Luciana Requião; a trombonista Katia Nascimento, a Katia Preta; a saxofonista Sueli Faria; a baterista Georgia Câmara e a percussionista Samantha Rennó. Elas estão, nesta terça, 30 de agosto, a partir das 22h, no Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20 - Centro - tel.: 3147-9005), completando uma curta série de apresentações.
         Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

         Um abraço,

         Gerdal
              

          http://www.youtube.com/watch?v=fsp55tLSdtY ("Samba da Zona")

          http://www.youtube.com/watch?v=jG6eapSUnMM&feature=related ("Divina Missão")

          http://www.youtube.com/watch?v=gLhYwVekBio&feature=related
("Sete Neguinhos")

Asas do Desejo - Um filme ultra romântico no começo de uma nova era

Emílio Santiago: um cantor e tanto com que a noite carioca presenteou o Brasil



Prezados amigos,

           Exigente consigo sob as luzes da ribalta, a ponto de evitar ver "tapes" de seus shows pois tende a detectar, aqui e ali, algo que poderia ser ainda mais benfeito, Emílio Santiago (foto acima) vem de uma época em que, como já comentou em entrevista, ainda havia critério e rigor na mídia quanto ao aspirante ao estrelato no nosso canto popular. A exemplo da também carioca Áurea Martins, ele foi nacionalmente revelado em concurso do programa "A Grande Chance", de Flávio Cavalcanti, exibido aos domingos pela tevê em rede nacional, e, ainda como ela, teve sua iniciação profissional na noite como "crooner". Assim, cantou de tudo, para atender ao paladar musicalmente diverso do público em casas como a boate Flag, um passado que recomendou ao então diretor artístico da Philips, Roberto Menescal, em 1977, mais uma de suas realizações de bom gosto: o elepê "Feito pra Ouvir", cujo título logo remete à famosa série "Feito pra Dançar", de Waldir Calmon, no anos 60. Servindo-se do sereno e do céu estrelado que tão intimamente conheceu nos verdes anos de carrreira e assim afinado com o clima dos discos do pianista do Arpège, Emílio contou no "revival" conceitual da sua referida bolacha, reeditada em CD pela Dubas - selo do letrista Ronaldo Bastos - com um trio liderado por outro pianista, Laércio de Freitas, responsável, com João Theodoro (J. T.) Meirelles, pelos arranjos.
           Com o aplauso caloroso de público e crítica ao seu trabalho, nele ficou para trás o advogado formado pela Faculdade Nacional de Direito, que, ainda dentro de si, cedeu naturalmente terreno, por força de inelutável vocação, ao trânsito livre e desenvolto do cantor, que, ainda com Menescal, faria, a partir de 1988, uma série muito bem-sucedida na Som Livre, "Aquarela Brasileira", do primeiro ao sétimo discos, o último deles em 1994. Um impulso e tanto para a expansão, no mercado, da sua voz, dada ao improviso jazzístico e cujo veludo já lhe valeu o epíteto de Nat King Cole brasileiro e sugeriu ao crítico Stephen Holden, do "The New York Times", a comparação com a maciez de estilo de Johnny Mathis. Se Cauby Peixoto tem na Conceição criada por Dunga e Jair Amorim a "pièce de résistence" de toda apresentação que faz, Emílio Santiago não é poupado, nos seus shows, dos insistentes pedidos, até mesmo no exterior, para cantar "Saigon", de Cláudio Cartier, Paulo César Feital e Carlão, a mais marcante, em termos de popularidade, entre tantas faixas que gravou. Bela composição muito valorizada por esse cantor simplesmente magnífico, do qual sou mais um na legião de admiradores que tem, "here, there and everywhere", e a quem presto, com o meu texto e a minha intenção, esta singela homenagem.          
          Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.

          Um abraço,

          Gerdal

Pós-escrito: nos "links" seguintes, com Emílio Santiago: 1) "Tendência", na companhia de Jorge Aragão, um samba deste com Dona Ivone Lara, constante do recentíssimo CD do cantor, "Só Danço Samba", lançado pela sua Santiago Music; 2) "Minha Esquina", pouco lembrada e uma das mais sedutoras composições de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, com o letrista em destaque na imagem; 3) "Aula de Matemática", de um ainda pré-bossa-novista Tom Jobim em parceria com Marino Pinto; 4) "Onde o Céu Azul É Mais Azul", exaltação de Braguinha, Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho; 5) a animada "Verdade Chinesa", que o niteroiense Carlos Colla fez com Gílson; 6) uma preciosidade do porta-joias autoral de Ary Barroso, o samba-canção "Ocultei"; 7) "Somos Dois", de Klecius Caldas, Armando Cavalcanti e Luís Antônio, gravada por Emílio em elepê de 1995, "Perdido de Amor", dedicado a Dick Farney.  
     
            http://www.youtube.com/watch?v=a3n3NiPMf7k
("Tendência")

            http://www.youtube.com/watch?v=GcKGo2cSEwo
("Minha Esquina")

            http://www.youtube.com/watch?v=BM2t9Lc6d2s&feature=related
("Aula de Matemática")

            http://www.youtube.com/watch?v=GiB0nRJ0z1Q&feature=related
("Onde o Céu Azul É Mais Azul")
            http://www.youtube.com/watch?v=wHhjNm7d-Yk
("Verdade Chinesa")

            http://www.youtube.com/watch?v=P3R1dGgYJDk&feature=related
("Ocultei")

            http://www.youtube.com/watch?v=1APuzTaqmzk
("Somos Dois")

28.8.11

Palmeiras vence - o nome do cara é Fernandão


Parece que o Palmeiras encontrou um centro-avante - o nome dele é Fernandão. Murtosa colocou o cara no jogo e ele fez o que o atacante tem que fazer: botar a bola no barbante. Marcos Assunção como sempre fazendo aquela assistência. É isso aí. Grande Murtosa! Enxergou o nome do jogo.

Lanna Rodrigues convida a ouvir Maysa em show-homenagem neste domingo no Teatro Café Pequeno




Prezados amigos,

          Um convite para ouvir Maysa (foto acima), de viva voz na RGE, endereçado ao recém-falecido José Scatena e formulado por Roberto Corte Real, irmão do humorista Renato Corte Real, possibilitou a ela, em 1956, o primeiro de uma série de discos em carreira acidentada, mais para os bronzes do que para os cristais. Proprietário dessa extinta gravadora, então um estúdio dedicado a "jingles", o publicitário Scatena, ao ouvir os sambas-canção da moça do "high society" paulistano (casada com o milionário André Matarazzo, 18 anos mais velho, que torcia o nariz para tal vocação musical da esposa), teve com clareza a mesma impressão do radialista, amigo do pai dela, o boêmio Monja (Alcebíades Monjardim): uma estrela nascia, de fato, para o giro do prato na vitrola. Entretanto, candidata a triste já se mostrava Maysa, como o tempo diria na estampa dos fatos, ao contrair núpcias pomposas (imagens originais no último "link" abaixo) para desempenhar um papel de madame em liturgia aristocrática avessa ao desassossego dos "comigos" do seu eu, marcados, sobretudo, através dos anos, pelas dores e frustrações nos caminhos cruzados com o amor, infelicidade que uísque algum, dos muitos litros que tomou, pôde afogar. Problemática, sim, mas sensível, inteligente e talentosa, além de possuidora de cismadores e fatais olhos verdes, que tantas objetivas atraíram, Maysa teve na canção, sua ou de outrem afinado com o seu "spleen", o meio de expressão do seu sentimento, trocando o samba-canção, pouco depois do seu previsível desquite, pela bossa-nova e fazendo, já no Rio, em 1961, após encontro casual com Ronaldo Bôscoli em em um restaurante da Barra da Tijuca, um elepê histórico, na Columbia, "Barquinho", no qual, entre outras referências importantes, o pianista Luiz Eça, por insistência dela, descobriu-se arranjador. Marcante e marcada, alvo preferencial do sensacionalismo da imprensa, por seu temperamento forte e tratamento recorrente da alcoolfilia, Maysa, pouco depois, sem largar a bossa, tornaria à fossa, ou seja, àquela expressão musical dos cotovelos apoiados em mesa ou balcão de bar (gravando, por exemplo, "Alguém Me Disse", um bolero de Evaldo Gouveia e Jair Amorim consagrado na voz do baiano Anísio Silva), o tipo de canção imediatamente associado à sua trajetória na MPB. Infelizmente, em trágico desastre automobilístico na ponte Rio-Niterói, quando regressava a Maricá, onde tinha casa, ela falece em 22 de janeiro de 1977. Seu mundo caía de vez sem que mais pudesse levantá-lo.
           Neste domingo, 28 de agosto, no Teatro Municipal Café Pequeno, no Leblon, às 18h, um convite para ouvir Maysa, idealizado pelo produtor Jefferson Luís, parte da cantora e compositora Lanna Rodrigues - nascida em São João de Meriti e vitoriosa em festivais - em show com 16 músicas e direção musical do pianista e maestro Wilson Nunes ("flyer" acima). 
           Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

           Um abraço,

           Gerdal

Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Maysa canta "Felicidade Infeliz", de sua autoria, constante do dez-polegadas "Convite para Ouvir Maysa número 2", de 1958; 2) também dela, Ouça, clássico da canção dor de cotovelo, que ela interpreta em cena do longa "O Camelô da Rua Larga", de 1958, dirigido por Eurides Ramoc; 3) Do elepê "Barquinho", foi extraído "Errinho à Toa", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli; 4) caminhando inicialmente pela areia de Maricá, Maysa canta "Bloco da Solidão", marcha-rancho de Evaldo Gouveia e Jair Amorim; 5) Lanna Rodrigues em bela interpretação de "Morrer de Amor", do carioca Oscar Castro Neves com letra do saudoso petropolitano Luvercy Fiorini; 6) Lanna em música sua, "Folhas ao Vento".     
 
       
          http://www.youtube.com/watch?v=753oh5uSEZ0&feature=related ("Felicidade Infeliz")

          http://www.youtube.com/watch?v=zdI-nB18QIw (Ouça")

          http://www.youtube.com/watch?v=f9woiyGBw4I
("Errinho à Toa")

          http://www.youtube.com/watch?v=3jBWxuNH9AE
("Bloco da Solidão")

          http://www.youtube.com/watch?v=ZAwJe4A4ypg
("Morrer de Amor")
         
          http://www.youtube.com/watch?v=SJfCaudEE3g ("Folhas ao Vento")  

          http://www.youtube.com/watch?v=kl9U4-StsoU
(casamento de Maysa com André Matarazzo)

Em cima da hora:"Cantar, Cantar, Cantar": um musical infantil neste domingo na Praça Afonso Pena (grátis)





Do amigo Sidney Mattos (foto acima), repasso a informação sobre o musical infantil "Cantar, Cantar, Cantar", com direção dele e presença de vários artistas, entre eles Geraldo Azevedo, Bia Bedran e a cantora gaúcha Vica Barcellos. Um show  comemorativo dos 20 anos do NEAE, Núcleo Experimental de Arte-Educação, no qual trabalha esse cantor, compositor e multi-instrumentista oriundo do famoso MAU (Movimento Artístico Universitário), uma atração que também se desenrola com histórias e brincadeiras para a petizada. Realiza-se neste domingo, 28 de agosto, a partir das 15h, na Praça Afonso Pena, na Tijuca. Entrada franca.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

       Um abraço,

        Gerdal

Pós-escrito: no "link" abaixo, o xote "Pezinho de Maracujá", apresentado por Hamílton Catete, músico, compositor, psicólogo e professor há muito voltado para a área da educação de crianças. Para elas, com músicas suas, já lançou um CD, "Balançando o Esqueleto", sendo um dos artistas participantes desse suprarreferido programa festivo na Tijuca.

        http://www.youtube.com/watch?v=_78GPby7n1U&feature=related
("Pezinho de Maracujá")

Sidney Mattos
www.neae.com.br
www.myspace.com/sidneymattos

27.8.11

O nome de um jogador


(Navegantes, desculpem a pontuação capenga. É que escrevi de prima- e ando meio asmático demais depois dos jogos)
Um dia, em Sampa, assistindo a um jogo de futebol pela TV, na casa do meu amigo João Zero (o fabuloso cartunista), eu tentei falar para ele que gostaria ter no Palmeiras um jogador, que naquela época brilhava no Vitória. O diabo é que, por mais que me esforçasse, não consegui lembrar o nome do craque em questão. Na verdade, o nome era incomum, me parecia meio complicado de guardar,- ainda mais na minha cachola, prejudicada pelo tempo em que fiquei tentando entender a quadratura do círculo. Então, naquele dia, o estranho nome fugiu completamente da minha memória. Falei para o João que qualquer dia eu iria encontrar esse nome numa gaveta qualquer do meu cérebro emperrado.
Muito tempo depois , eis que consegui me lembrar o nome desse jogador que eu achava que era a solução para a triste esquadra de Brancaleone do Palmeiras. E não é que ele estava jogando no Botafogo, e ainda por cima marcando vários gols! Não sei por que cargas d'âgua adiei a oportunidade de informar João sobre essa minha descoberta tardia.
Querido João, agora nunca mais vou esquecer o nome desse craque. Ele se chama Elkeson. Continua sendo o cara. Hoje, junto com Lucas (Maicsuel Jefferson, Loco Abreu, Herrera e outros valorosos combatentes) salvou a lavoura do glorioso Botafogo diante da grande equipe do Fluminense. É esse o cara que eu queria que o combalido time do Palmeiras contratasse naquela época. O cara não pipoca, tem um chute forte e certeiro para o gol... Palmas para o Botafogo! Palmas para o Caio Júnior! Esse técnico, com seus óculos sempre maneiros, está enxergando bem pra caramba, consegiu montar atá agora uma equipe que joga com um estilo - que impõe sua maneira de jogar.
Eu devo uma pequena explicação para os amigos navegantes que me acompanham; tradicionalmente, sigo os passos do meu pai, torço por razões familiares, afetivas mesmo, desde garotinho para o Palestra Itália ( a ponto de rezar para o Palmeiras não perder de muito diante do Santos, na época em que Pelé, Coutinho, Pepe, Mengalvio e outros aprontavam e faziam placares dilatados em jogos contra os pobres times paulistas). Quando em meados da década de 70, do século passado, migrei para o Rio, encontrei um dos meus ídolos na redação do JB: João Saldanha que junto com Sandro Moreira fazia a alegria daqueles que apreciam a boa crônica esportiva. Li o livro do João Sem Medo- "Subterrâneos do Futebol"(que mais tarde tive a honra de fazer uma das capas, quando foi relançado com outro título pela Editora Revan). Essa leitura me fez ficar encantado com o Botafogo (de Didi, Garrincha, Nilton Santos, Manga etc e tal), e esse amor pelo time da estrela solitária só fez crescer, pois por acaso, tive que morar várias vezes no bairro que leva o nome desse time glorioso. Outra coisa, o símbolo da estrela solitária também sempre me fascinou- é um desenho bonito de se ver , tem uma estranha força, um carisma. Vai daí que tenho dois times no meu coração: o Palmeiras em Sampa e o Botafogo no Rio.
Isso quer dizer que sofro duplamente, pois nos últimos tempos os dois times andaram vacilando muito, mas agora parece que o Fogão, pelo menos, está entrando num bom eixo.
O Palmeiras...Bem, o Palmeiras é um caso de mandinga braba! Precisa sofrer uma mudança "estrutural" como diria Pudim, o Lévi -Strauss aqui do boteco da esquina da Avenida Francisco Matarazzo. Ele disse mais: Não adianta ficar mudando a cor da camisa, precisa desenterrar aquela caveira de burro que está escondida no terreiro do Parque Antártica, tirar o nome do time da boca do sapo e fazer figa toda vez que o "verdão" entrar em campo.
Segundo Pudim, o bravo volante Marcos Assunção não pode ficar com o fardo de marcar sempre gols de bola parada para tirar o time do sufoco.

Programe-se: O cinema indenpendente negro norte-americano no período da segregação



Conferência do Professor Richard Peña da Universidade de Columbia - 30 de agosto, terça- feira, das 10.30 às 12.30 horas no Auditório do MAC de Niterói.
(O evento é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação em parceria com o Departamento de Cinema e Vídeo da UFF)
Todos lá!

Batuque na Cozinha chama veteranos da Mangueira para primeira feijoada com samba, neste domingo, no Tijuca Tênis Clube



Por inspiração de João da Baiana, surgiu, naturalmente, em meados de 1998, o Batuque na Cozinha, um grupo que se tem firmado na noite carioca, especialmente na Lapa, com casas lotadas. São jovens músicos, vindos do Centro e da Zona Norte, que têm em Martinho da Vila o seu padrinho artístico e, desse modo, coerentemente, fazem do bom samba, que ouvem desde a infância, o pavimento para passos firmes e bem orientados na carreira. "Sorria para o Samba", de 2007, e "Levanta, Brasil!", deste ano, são, respectivamente, o CD e o DVD (gravado ao vivo) já realizados pelo Batuque (como é conhecido, na informalidade, pelos fãs), do qual repasso o "flyer" acima, anunciando para a tarde deste domingo, 28 de agosto, a partir das 13h, uma primeira feijoada bem ritmada que eles promovem no Tijuca Tênis Clube, com a presença da Mangueira por seus veteranos, encarnando a tradição
       ***

Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) "A Lapa", de Herivelto Martins e Benedito Lacerda, com imagem do Batuque na Cozinha na Pedra do Sal, perto da Praça Mauá; 2) ainda com o conjunto, "Mineira", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, uma homenagem a Clara Nunes; 3) "Batuque na Cozinha", com Martinho da Vila.

          http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=V6U8VyJ3oR8 ("A Lapa")
           
          http://www.youtube.com/watch?v=fnTx9Ak6k0c ("Mineira")

          http://www.youtube.com/watch?v=UZBE5AeOQ0M&feature=related
("Batuque na Cozinha")

Caricatura: Brecht (vale a pena ver de novo)


Nanquim e pastel seco sobre papel Schoeler Hammer
(Clique na imagem para ampliar e VER melhor)

26.8.11

Aluísio Machado é o sambista convidado desta sexta na roda paulistana dos Inimigos do Batente


 

       "Enfeitei meu coração/de confete e serpentina/minha mente se fez menina/num mundo de recordação/abracei a coroa imperial/fiz meu carnaval..." E quem, em 1982, abraçou a coroa imperial, sob sol a pino, atravessando o asfalto sagrado da passarela do samba no ritmo da bateria, fez seu carnaval inesquecível, que jamais se afasta da lembrança. Ainda um tempo em que todas as grandes escolas de samba se exibiam no domingo (até a manhã de segunda), e o Império Serrano, fechando a tampa do espetáculo, quase ao meio-dia, veio arrebatador, solto, criticamente alegre, com um enredo - antes intitulado "Praça XI, Candelária e Marquês de Sapecaí" - muito bem desenvolvido por Rosa Magalhães e Lícia Lacerda, a partir de ideia sugerida por Fernando Pamplona. Um triunfo onomatopaico da escola de Madureira (a expressão "bumbum paticumbum prugurundum" fora usada pelo pioneiro Ismael Silva para definir o som da batucada), para o qual concorreram com brilho fundamental Aluísio Machado e Beto sem Braço, os autores do clássico samba-enredo, "anima e cuore" daquela apresentação. Estandartes de Ouro naquele ano, bisariam o feito no ano seguinte, com "Mãe Baiana Mãe", e, sempre pelo Império Serrano, Aluísio abiscoitaria outros dois Estandartes ligados aos seguintes enredos: "Eu Quero", em parceria com Luiz Carlos do Cavaco e Jorge Nóbrega, em 1986, e, dez anos depois, por "Império Serrano, Um Ato de Amor", na companhia de Arlindo Cruz, Acyr Marques e Mano Décio da Viola.
       A convite do conjunto Inimigos do Batente (revelador do elogiado compositor e cavaquinhista Edu Batata), Aluísio Machado pontifica, nesta sexta, 26 de agosto, na capital paulista, em mais uma edição da roda mensal conhecida como Anhanguera Dá Samba ("flyer" acima). Desenvolto no bailado, ele já passou pela avenida paramentado como mestre-sala, evoluindo com um lenço na mão no qual escrevia o seu telefone. Durante o desfile do Império Serrano, vendo alguma foliona que lhe interessasse, jogava o lenço na direção dela. A moça sorrindo e pegando o lenço, naturalmente, era bom sinal, e, assim, de acordo com a consequência contemplada, pôde desfrutar, em alguns carnavais, de prazeres, digamos, "hors concours". Parte da trajetória dos seus pouco mais de 50 anos de carreira, também os sambas feitos ao largo da motivação momesca, é contada com descontração por ele - em um botequim em frente à Casa dos Artistas, em Jacarepaguá, onde reside - no média-metragem "O Famoso Aluísio Machado", produzido pela Vira-Lata Filmes. Vale a pena ver o documentário sobre esse compositor de nome já inscrito com destaque no livro de ouro da história da folia brasileira. "O nosso samba, minha gente, é isso aí..."
      ***

Pós-escrito: nos "links" seguintes, 1) Aluísio Machado canta "Bumbum Paticumbum Prugurundum", além de mostrar sua habilidade de passista; 2) um trecho do carnaval vitorioso do Império Serrano com  esse samba; 3) de Aluísio Machado, é lembrado o samba lento "Artifício", cantado por Jorginho do Império, filho de Mano Décio; 4) trecho do supracitado documentário sobre o compositor, fluminense de Campos e autointitulado, em verso de partido-alto, "o braço direito do Beto sem Braço".
 

             http://www.youtube.com/watch?v=C54udroNv6A&feature=related
("Bumbum Paticumbum Prugurundum")

             http://www.youtube.com/watch?v=sF-GwD9iPKg
(trecho do desfile do Império Serrano em 1982)
         
             http://www.youtube.com/watch?v=xbvh0C_-Pl8&feature=related
("Artifício")

             http://www.youtube.com/watch?v=i87w3spMLwc&feature=related (trecho de "O Famoso Aluísio Machado")

Lançamento de livro: "Funke-se quem quiser- No batidão negro da cidade carioca"


O livro "Funke-se quem quiser- No batidão negro da cidade carioca", de Adriana Carvalho Lopes vai ser lançado no dia 29 de agosto, segunda-feira, a partir das 18.30 horas na Livraria Folha Seca - Rua do Ouvidor, 37 - Centro do Rio de Janeiro. (Entre a rua 1º de Março e a Travessa do Comécio).
O evento contará com uma Roda de Funk promovida pela APAFunk - Associação dos Profissionais e dos Amidos do Funk.

25.8.11

Boletim Técnico do SENAC saindo do forno


Acaba de sair da gráfica o novo Boletim Técnico do SENAC cuja ilustração da capa eu tive a honra e o prazer de fazer.
(clique na imagem para ampliar e VER melhor)

Thiago Amud faz show, nesta quinta, no auditório do BNDES (grátis): o assombro na criação de um menestrel encapetado


   
Prezados amigos,
 
         Simplesmente "um gênio", na afirmação enfática de Guinga, de quem é parceiro, o carioca Thiago Amud (foto acima) mostra, nesta quinta, 25 de agosto, às 19h, entre inéditas, músicas do seu elogiado CD de estreia, "Sacradança", lançado pela Delira Música. O show, da série Quintas no BNDES (Av. República do Chile, 100 - pertinho do metrô Carioca -, no Centro), tem entrada franca (uma hora antes começa a distribuição de senhas que garante o livre acesso ao auditório). Sobre Thiago, reproduzo, abaixo, texto publicado, no ano passado, em vários jornais, de autoria do vocalista Aquiles Rique Reis, do MPB4, atônito em meio a particularidades de sua análise, na qual também desenha Amud como um artista singular na cena atual da MPB.
      ***
Pós-escrito: nos "links" seguintes, quatro composições de Thiago Amud: 1) "Tratamento de Choque", em parceria com Edu Kneip, música que abre o primeiro CD deste, intitulado "Herói"; 2) o frevo "Aquela Ingrata"; 3) "Reconguz"; 4) o samba-canção "Irreconhecível".

            http://www.youtube.com/watch?v=fctIK-xnWPE&feature=related
("Tratamento de Choque")

            http://www.youtube.com/watch?v=blWay-fB4HY ("Aquela Ingrata")

            http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=O6F_2BxuGMQ ("Reconguz")

            http://www.youtube.com/watch?v=4XXxsCqGyIc&feature=related ("Irreconhecível") 

           
 
Na música de Thiago Amud, o assombro tem lugar garantido
        E então, o que faço agora com esses versos que me invadiram? Onde colocarei a palavra que hoje me deixa atônito? Para qual campina irei? Em que oceano mergulharei? Sob qual treva vergarei? Para qual porto seguro irei?
        Gente, que canção é essa que me jogou no chão? Quem é ela que tanto me aflige sem que eu ao menos saiba como me pegou?
Que harmonia é essa que me causa tamanha estranheza? Que melodia é essa que se parece com o que nunca vi? Que instrumentos são esses que não sei mais, nem menos, como soam ou como timbram?
        Caramba! Que música é essa que tem tamanha capacidade de me revirar pelo avesso? De onde vem esse delírio? Para onde vai tanta balbúrdia? Que sentido terá tudo isso que me agita, trazendo à flor da pele o arrepio do desconhecido?
        Tira-me do sério a falsa bifurcação sugerida entre o som dos versos e o toque dos instrumentos. Ouço a voz. Vem-me à alma o arpejo.
        (Sou tão sério, sou tão áspero, tão inatingível, afeito às cruezas da noite e às miragens do dia. Mas se sou assim num instante, posso não ser mais assim no segundo seguinte. Estou aqui para refletir, para repassar, para vitoriar. Para mim, a música tem lugar certo de ser: no fundo e no raso do jeito de ouvi-la.)
Após tanto palavreado, chego enfim a Sacradança (Delira Música), o CD de estreia de Thiago Amud. Menestrel encapetado, cantador enfeitiçado, o cara traz à luz um jeito de fazer música que o torna capaz de resumir sentimentos em prosa e em versos, sem, contudo, torná-los opacos.
        Surpreendente é a sua música. Admirável é o seu desprendimento. Grande é a sua coragem para desdenhar do previamente aceito. Ao compor, ele se perde entre suas próprias angústias; ao escrever, seus versos saem-lhe lancinantes, farpas afiadas a descosturar crendices; ao harmonizar, pensa muito mais em confundir certezas; ao criar os arranjos, age como o jardineiro que arranca do caule os brotos e assim o fortalece; ao cantar, armado apenas com o violão, sua voz é seu cavalo a vagando por estradas inseguras.
        Para ouvir a música de Amud, há que se ter disponibilidade para inovações. Não há monotonia; tudo nela é feito para atiçar, para mexer, para fazer delirar, para buscar o reverso, para atiçar o futuro, para andar em círculos, para se achar em becos e em atalhos.
        Sacradança tem dez faixas que são como curtas-metragens, ou como cenas de um musical dramático e patético. Plena de subtexto, a música de Thiago sacode o ar e dissemina utopias. Rica em melodia e harmonia, sua música seduz. E assim provavelmente foi com Guinga, que se dispôs a cantar com Thiago “Irreconhecível”, música dedicada pelo autor à própria mãe, e que é um soco na boca da falsa candura do senso comum, o qual só se refere ao tema como amor incondicional.
        Assim é tudo o que Thiago Amud cria: a cada sobressalto, o avanço; a cada alvoroço, o sorriso; a cada passo, surpresa; a cada dor, unguentos; a cada lágrima, amor; a cada amor, dor.

Aquiles Rique Reis
(músico e vocalista do MPB4).      

24.8.11

Décio Pignatari fez aniversário dia 20 de agosto e a gente bobeou


Clara Moreno, com o Baião de 5, faz show na cadência bonita e diferente do sambalanço, quarta e quinta, no Teatro Café Pequeno



"Morena bossa-nova aterrissou no baile/saltou de paraquedas/caiu no hully-gully/voou numa asa-delta/
           até pousar em Bali/subiu na passarela/e agora só dá ela no Rio...
"
 
                  Prezados amigos,
 
                  Há alguns anos, curti bastante essa gravação (dos versos acima) que Clara Moreno fez de "Morena Bossa-Nova", em que a autora, Joyce, reconfigura a famosa mulata da marcha carnavalesca de João Roberto Kelly (que se inspirou no passo e na beleza de ex-miss Renascença e Guanabara, Vera Lúcia Couto, a primeira negra a ganhar título de beleza no país) e a translada do carnaval de 1965 para a folia multicultural da atualidade. Clara, aliás, é filha dos talentosos Nelson Angelo e Joyce e da mãe, de herança artística, traz consigo, naturalmente, um fraco pela canção suingada que é forte aptidão e apelo de um sentido musical de aplauso e qualidade na MPB. Uma faixa especial, a dessa morena bossa-nova que dá título a CD de bossa eletrônica benfeito e bem produzido, resumidora de uma cadência dançante, envolvente, ainda mais tchã e mais solta agora na pista redescoberta do samba de balanço. Além de título do interessante "revival" do mais recente CD de Clara, "Miss Balanço" nomina o show que ela faz nesta quarta e nesta quinta, 24 e 25 de agosto, com início às 21h30, no Teatro Municipal Café Pequeno, no Leblon ("flyer" acima) cantando, muito à vontade, joias relapidadas dessa ourivesaria rítmica, como "Balanço Zona Sul", de Tito Madi, "Tamanco no Samba", de Orlandivo e Hélton Menezes, "Pourquoi" ("Nega sem Sandália"), de Jadir de Castro e Caco Velho, e "Deixa a Nega Gingar", de Luiz Cláudio. No acompanhento, conta com o ótimo Baião de 5, liderado pelo pianista Fernando Merlino e completado pelo baixo de Jamil Joanes, pelos sopros de Júlio Merlino (sax e flauta) e José Arimatea (trompete) e pela bateria de Erivelton Silva.
                  Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
                  Um abraço,
 
                  Gerdal       
 
                   Pós-escrito: nos "links" seguintes, Clara Moreno canta três faixas do repertório de "Miss Balanço": 1) "Mais Valia Não Chorar", de Normando Santos e Ronaldo Boscoli; e 2) e 3) as já citadas "Balanço Zona Sul"  e "Deixa a Nega Gingar", respectivamente.

                                                                         
                            http://www.youtube.com/watch?v=EUK2vWRBdAM ("Mais Valia Não Chorar")

                            http://www.youtube.com/watch?v=sy72o323PpE&feature=related
("Balanço Zona Sul") 
        
                            http://www.youtube.com/watch?v=Ya3v_iP8NUs ("Deixa a Nega Gingar")

Programe-se: Companhia Estadual de Jazz no Hotel Marina Palace - Restaurante Vizta na sexta -feira




(Recebi este convite por e-mail do meu amigo Reinaldo)
Continua bombando no Hotel Marina Palace a série Bossa, Jazz e Muito Mais , o festival que não tem data pra acabar.
Na sexta, dia 26 de agosto, quem está lá é a Companhia Estadual de Jazz , a CEJ, com o melhor do samba-jazz . De John Coltrane a João Donato. Tudo passado no Samba-jazzificator System...

(clique nas imagens para ampliar e LER melhor)

Programe-se: Eletric Bossa e Rui de Carvalho no Petit Paulette


22.8.11

Centenário de Nelson Rodrigues



A partir de 23 de agosto vamos comemorar o centenário de Nelson Rodrigues.

21.8.11

Vizinha chavista critica:"Insensato Novelão" cria nuevo paradigma



Minha vizinha chavista ligou lá de Miami, onde parou para fazer umas comprinhas e participar, como figurante, num capítulo da série CSI. É que ela está voltando de um SPA havanês, e no seu socialismo bolivariano-fashion sempre sobra um espacinho para um mergulho num shopping ao lado de celebridades brasileiras endinheiradas ou endividadas a dar com pau.
Eu até imagino nossa heroína bolivariana posando junto com Horatio Caine, abraçada ao "amante da camisa florida" (da publicidade da AXN), prometendo contar detalhes da sua aventura ideológica-fitness.
Ela não me deu tempo para divagações e foi logo tascando - disse que deu um chega pra lá no Horatio, amarrou o amante da camisa florida numa cadeira à beira da piscina, (na qual um cadáver esperava para ser periciado) e telefonou de um "orejón" de Little Habana para dizer que sente muitas saudades dos bons tempos, quando me perturbava com suas teorias conspiratórias e planos mirabolantes para tomar a Rede Globo e implantar o poder midiático socialista, cujo programa educativo consistia em liquidar o departamento de jornalismo da emissora (que estava ocupado em produzir, segundo ela- ficções) e exibir novelas, em regime de 24 horas para ajudar os compañeros cubanos a enfrentar la dura realidad del embargo norteamericano.
Ela, já em bom portunhol, disse :
- Compay, escreva lá no seu "grogue"... (não sei se vocês se lembram que ela insiste em chamar meu blogue de grogue)..diga lá no seu grogue que eu tenho uma ideia sensacional para la próxima novela das nueve. Lá em La Habana, yo consegui um esquema increíble para ver a novela Insensato Coração. Os companheiros inventaram uma parabólica usando un paraguas gigantesco daqueles usados no Hotel Nacional para abrigar turistas em dias de chuva. No me preguntes nada más! Estes mecânicos sensacionais de La Habana conseguem fazer qualquer coisa depois que alcançaram êxito em botar para funcionar estos Cadillacs de 1950! Estoy encantada ! Imagina che, que un problemita de comunicacíon és sopa para esta gente maravijosa!
Mas vamos ao que interessa. No me gustó El Insensato Novelón! Muitos furos na reta final, erros de continuidade e cenas flaquitas.
Minha ideia es la seguinte: acho que, pelo número de mortes que essa pérola da teledramaturgia exibiu, deu para sacar uma tendência da novela pós-moderna e pós-derrocada geral do sistema financeiro internacional provocado pela ganância de uma meia dúzia de espertinhos... Ih, acho que me afastei do tema, caramba! Vou tentar de novo: acho que essa peça rara de nossa teledramaturgia (Insensato Pacotón) acabou por constituir um divisor de águas barrentas, criou um verdadeiro paradigma e uma metáfora. Começemos pela metáfora: a novela como morte lenta. Usted já se ha quedado a pensar quanto tempo de vida a gente perde diante da telinha assistindo a vida dos outros? É isso aí; assistimos a novela enquanto morremos!!!! Mas isso é filosofia baratíssima, te quedes quieto! Presta atenção…O paradigma: na novela futura, todos morrerão. Na verdade, na novela da vida, todos vamos morrer, dia mais, dia menos, para regozijo dos coveiros, - mas isso é papo de calaveras malamadas. Voy tentar me explicar de otro modo: na novela do futuro, um a um os personagens serão mortos, até sobrar o último, que vai tentar matar o autor - esse grande assassino, que escapou das teorias Foucault - esse Kojak de bota cano alto e chicotinho na mão.
O autor que não é besta,(e tem muitas contas para pagar), depois de conseguir enganar o último personagem e o público com falsos textos, releases ilusórios, cumplicidade da mídia de fofoca, etc, etc, mata o tal personagem com requintes de crueldade - bem ao gosto dos nossos tempos. Em síntese: no fim, sobra só o autor que desliga a TV. Quer dizer, mata o espectador. Enfim, o espectador emancipado! Não é genial, chiquito?

Aí caiu a ficha do "orejón" e eu, como sempre, fiquei sem palavras. É muita dialética para mi pobre cabecita. Deixo esse problema para o Rancière e uma advertência.
Te cuida, Gilberto Braga! Essa minha vizinha chavista és un peligro!

20.8.11

Livro: Filosofia e Arte na Grécia Antiga



(Recebi este convite por e-mail).
Nau Editora e Hexis Editora convidam para o Lançamento do livro Filosofia e Arte na Grécia Antiga. Livro organizado por Izabela Bocayuva.
Dia 25 de agosto de 2011, quinta-feira, às 19hrs.
Na Livraria Museu da República
Rua do Catete, 153 - Rio de Janeiro
(O Museu da República dispõe de estacionamento - em frente à Estação Catete do Metrô)
www.naueditora.com.br

Gabi Buarque e sua música bem recomendada, neste sábado, na Tijuca, em lançamento de CD




Prezados amigos,

          Egressa da Escola de Música Villa-Lobos e da Escola Portátil de Música, nesta aprimorando o dedilhado ao cavaquinho e ao violão, a carioca Gabi Buarque é, especialmente, uma cantora e compositora de talento, muito bem recomendada por dois poetas e admiradores de alto relevo: Hermínio Bello de Carvalho e Sergio Natureza, em vídeo-release abaixo (terceiro "link"). Com a suavidade consistente do seu canto, conquistou o Troféu Elizeth Cardoso de Melhor Intérprete no II Festival das Rádios Públicas do Brasil - Arpub - e, em 2007, na Rádio Nacional e na Sala Baden Powell, apresentou-se em shows de lançamento do CD "Onomatopeia Não è Palavrão", de cujo espetáculo homônimo também participou. Nos dois primeiros "links", respectivamente, "Não Sonho Mais" e "A Violeira", ela dá o seu bonito recado em músicas de Chico Buarque, e melhor do que isso é vê-la em ação, neste sábado, 20 de agosto, no palco do Centro Municipal de Referência da Música Carioca (foto e "flyer" acima), a partir das 19h, lançando o seu "Deixo-me Acontecer" e mostrando, em particular, as faixas de sua autoria nesse CD de estreia. Participação especial de outro talento destes novos tempos canoros na MPB, Alfredo Del-Penho.
         Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

         Um abraço,

         Gerdal

Pós-escrito: o CMRMC situa-se na Tijuca, na Rua Conde de Bonfim, 824 - tel.: 3238-3832. Do show de Gabi, participam ainda os seguintes músicos: Miguel Martins (violão), Joana Queiroz (clarineta), Rodrigo Ferreira (baixo), Helbe Machado (bateria) - filho do baterista César Machado - e Anderson Balbueno (percussão).


               http://www.youtube.com/watch?v=0019wCQrnVI
("Não Sonho Mais")

               http://www.youtube.com/watch?v=PjeuEjpjjRc&NR=1
("A Violeira")

               http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=RpyAbPTxJpw (Gabi Buarque - vídeo-release)

Fatima Guedes passa em revista seus sucessos, neste sábado, na informalidade de Paquetá



 
Prezados amigos,

      Mesmo servida de excelentes interpretações para a sua lira, como a de Alaíde Costa em "Absinto", a carioca Fatima Guedes (foto acima) parece insuperável na canção como porta-voz do próprio verso, denso e no amor "desfigurado", com estas aspas remetendo a um dos mais belos sambas de Cartola. Lembro-me dela, há muitos anos, em programa vespertino da finada Edna Savaget, na primeira vez que, de casa, eu a vi na tevê, já conhecida pelo bolero "Passional", com o qual levara a melhor em festival promovido pela Faculdade Hélio Alonso. Então boquiaberta nos seus vinte anos, era, diante da entrevistadora, uma moça um tanto acanhada que divulgava o primeiro elepê e iniciava um caminho muito bem palmilhado até o momento, com o cristal qualitativo da sua obra autoral reluzindo a pleno e refletindo o valor que o talento sabe impor sem alarde, com naturalidade.
      "E la nave va...", neste sábado, 20 de agosto, rumo à ilha onde nasceram o maestro Anacleto de Medeiros e o poeta e letrista Paulo César Feital, levando Fátima ao encontro dos seus fiéis admiradores. Com apresentação do radialista Jorge Roberto Martins e marcado para as 17 horas, o show dela se realizará na Casa de Artes de Paquetá ("flyer" acima), com a informalidade que a Pérola da Guanabara recomenda e janelas abertas para o encanto da paisagem local.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

       Um abraço,

       Gerdal

Pós-escrito: 1) para quem quer ver o show, sem acordar muito cedo, há barcaças para Paquetá saindo da Praça XV às 10h30 e às 13h30;
                 2) nos "links" abaixo, Fatima Guedes canta três de suas marcantes composições: a) "Arco-Íris"; b) "Muito Intensa", acompanhada por Rafael Vernet ao piano; c) "Mais uma Boca", nesta em imagens do começo da carreira.

       http://www.youtube.com/watch?v=xVGDtEO1w04&feature=related ("Arco-Íris")

       http://www.youtube.com/watch?v=wbwMcbrBikA&feature=related ("Muito Intensa")
                
       http://www.youtube.com/watch?v=KeQBY3AgLc8&feature=related ("Mais uma Boca") 

19.8.11

Desenho inédito: Cisne Negro


(Clique na imagem para ampliar e VER melhor)

Programe-se: sessão solene comemorativa do centenário de nascimento de Raul Ryff


Homenagem a esse grande brasileiro, o jornalista Raul Ryff.
(Clique na imagem para ampliar e ler melhor)

18.8.11

Gafieira na Surdina, com o teclado de Dudu Viana, é a grande atração de hoje na série Quintas no BNDES (grátis)



  
Prezados amigos,

         Vindo de Cataguases, ou seja, da mesma Zona da Mata mineira de Ary Barroso, Ataulfo Alves e Alcyr Pires Vermelho, por exemplo, o jovem e querido amigo Dudu Viana (foto acima) atua em uma brilhante formação musical, chamada Gafieira na Surdina, atração fixa de longa duração, em sucessivas noites de sábado, no bar Cariocando, no Catete. Talentoso pianista, acordeonista e compositor, ele poderá ser ainda apreciado, em breve, como arranjador, por um belo e até inovador trabalho que fez para o CD "Negro Canto II", só com músicas de Cartola e Geraldo Pereira (outro bamba da referida Zona da Mata), gravado por outro querido amigo, cantor-revelação na área do samba, Márcio Thadeu (em foto acima com o Gafieira na Surdina).
         Nesta quinta, 18 de agosto, às 19h, com entrada franca, o Gafieira na Surdina se apresenta em show da criteriosa e bem constituída série do Quintas no BNDES - Av. Chile, 100. Além do Dudu e da esposa, Roberta Lima, moça de timbre agradável e gracioso modo de exteriorizar a canção, completam o conjunto, igualmente valorosos, os seguintes instrumentistas: Denize Rodrigues (flauta e sax), Walmer Carvalho (flauta e sax), Bruno Repsold (contrabaixo), Pedro Araújo (violão, guitarra e cavaquinho), Renato Endrigo (bateria), Diogo Gomes (trompete), Gilmar Ferreira (trombone) e Mafran Maracanã (percussão). No repertório, "Aquele Um", de Djavan e  Aldir Blanc, "Batendo a Porta", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro" e "Devagar com a Louça", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa, entre outras pérolas do samba, mostradas com a liberdade para o improviso inerente ao jazz e ao choro.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

        Um abraço,

        Gerdal

Pós-escrito: 1) nos "links' seguintes, 1) o Gafieira na Surdina com mais uma música do seu repertório, "Influência do Jazz", de Carlos Lyra; 2) Dudu Viana, ao piano, acompanha Márcio Thadeu em "Intacto", de Jairzinho Oliveira;
                  2) aos interessados, recomenda-se chegar uma hora antes do início do show por causa da distribuição de senhas que grarantem o livre acesso ao auditório do BNDES.
           
              http://www.youtube.com/watch?v=B36sN1RFjXw
("Influência do Jazz")

              http://www.youtube.com/watch?v=R8zKxk49pO4
("Intacto")

Programe-se: História das Sensibilidades de 24 a 26 de agosto na Fundação Casa de Rui Barbosa


(Clique na imagem para ampliar e LER melhor)

17.8.11

Rosana Sabença solta a voz nesta quarta no Cariocando: uma cantora que se escreve com todas as letras da canção





Prezados amigos,

          Sabença tá no sangue, fulgor que vem de berço, e o mais tem sido para ela mera questão de tempo e natural aprimoramento. Sabença que, com bossa e balanço, se explicita na sua razão de viver que é, sobretudo, razão de cantar. E como canta a Rosana, "diferentona", visceral e vigorosa, clara e contundente, com todas as letras, em todas as letras. Inquieta, microfone em punho, cabeça de um lado pro outro, como que num transe, deixando-se levar pela canção que ela mesma leva, sempre, a um bom lugar na memória da noite carioca e daqueles que já tiveram a ventura de ver e ouvir essa carioca em um dos muitos bares por onde passou. E continua passando, para a alegria da noite e de uma cidade minguada de palcos para as suas melhores atrações musicais.
          Revisitando, a seu jeito, a MPB das MPBs, isto é, a síntese dos títulos clássicos e dos compositores consagrados, Rosana Sabença apresenta-se nesta quarta, 17 de agosto, a partir das 20h30, no Cariocando  ("flyer" e foto acima), em show de que também participa, no acompanhamento, o trio formado por Berval Moraes, ao contrabaixo, Pedro Barros, ao violão, e Vítor Vieira, à bateria. Como um aperitivo, nos "links" seguintes, em companhia de outros músicos (Paulo Midosi, ao piano, Haroldo Cazes, ao contrabaixo, e Rubinho Moreira, à bateria), ela dá o seu recado jobiniano em: 1) "Você Vai Ver"; 2) "Falando de Amor"; 3) "Samba de uma Nota Só", esta com coautoria de Newton Mendonça.
          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

          Um abraço,

          Gerdal
            

         http://www.youtube.com/watch?v=vZXdKVdz8t0&feature=related
("Você Vai Ver")

         http://www.youtube.com/watch?v=MeFq-qpHRJE&feature=related
("Falando de Amor")

         http://www.youtube.com/watch?v=hY2y0WLIgrY&feature=related
("Samba de uma Nota Só")

16.8.11

Programe-se: Lançamento do livro "Poemas para Vestir" no sábado, na Livraria da Vila, em Sampa


(clique na imagem para ampliar e LER melhor)

Clarice Magalhães e Pedro Holanda fazem show, nesta terça, no CCC, em que mostram músicas dos seus recentes discos de estreia




 
Prezados amigos,
 
        Morando em Laranjeiras, nas adjacências da Rua General Glicério, uma das principais transversais desse bairro carioca - berço dos compositores Villa-Lobos e Custódio Mesquita e do escritor Lima Barreto, os três nascidos, curiosamente, na Rua Ipiranga -, fui, em numerosos sábados, na praça situada no meio da General Glicério, de graça e a céu aberto, como muitos outros, apreciador da lida de um grupo de grande valor, o Choro na Feira. Constituído, quase todo, por profissionais de ampla bagagem em shows e gravações - Franklin da Flauta, Marcelo Bernardes, Ignez Perdigão e Domingos (Bilinho) Teixeira -, era completado por um rapaz firme ao contrabaixo acústico, Matias Correa, e por uma moça inteligente, aparentemente caladona e reservada, que, ao pandeiro, sustentava com competência o ritmo do repertório apresentado, também nos 3 CDs gravados pelo conjunto. Chama-se Clarice Magalhães (foto acima), ex-aluna de teatro que, na música popular, iniciou carreira, em 1997, como integrante de uma orquestra de pandeiros, a Pandemonium, passando ainda pelo Cordão do Boitatá, dedicado à música regional, e pelo Batifundo, neste em companhia de Roberta Nistra, Marcello Mattos e Pedro Holanda. Este, que, curiosamente, já deixou de estudar música por força da própria música - largando, certa feita, uma licenciatura na Uni-Rio para tocar em rodas de samba espalhadas pela cidade -, "demorô" para lançar o seu primeiro CD solo, mas, passados dez anos de expectativa, fez o disco autoproduzido que queria, amadurecido por naturais reavaliações no período e bem recebido pela crítica no ano passado. Integrante dos Anjos da Lua e da Orquestra Republicana, o cantor, compositor e violonista Pedro Holanda (foto acima) é, desde o princípio, nome identificado com uma Lapa rediviva e reaproximada da sua tradição boêmia, movida a samba de bamba, tocando, em antiquário da Rua do Lavradio, numa roda comandada por Eduardo Gallotti, a partir de iniciativa do produtor Lefê Almeida. Ele e Clarice, nesta terça, 16 de agosto, fazem show, marcado para as 20h, no Centro Cultural Carioca (Rua do Teatro, 37 - bem perto da Praça Tiradentes - tel.: 2252-6468), no qual ela, carioca da Princesinha do Mar, também canta músicas do seu primeiro CD solo, "Meu Saravá". Ambos serão acompanhados por Denize Rodrigues, ao sax e à flauta, Guilherme Lopes, ao cavaquinho e ao acordeom, Júlio Florindo, ao baixo, Cassius Theperson, à bateria, e Alfredo Alves, à percussão.
        Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

        Um abraço,

        Gerdal

Pós--escrito: nos "links" seguintes, 1) Clarice Magalhães, com a divertida figuração de vários outros jovens artistas associados aos novos ares musicais da Lapa, canta "Meu Saravá", de Tuninho Galante e Marceu Vieira; 2) dela própria e de Domenico Lancellotti, vai de "Tempo Bom"; 3) Pedro Holanda canta, de sua autoria, o baião "Canção Popular", do seu CD "Demorô"; 4) outra sua, em sua voz:"Tempestade e Calmaria", também faixa do mesmo disco.             

              http://www.youtube.com/watch?v=Pa9wsRbq4iU&feature=related ("Meu Saravá")          

              http://www.youtube.com/watch?v=4SKx1yAiD44&NR=1 ("Tempo Bom")

              http://www.youtube.com/watch?v=MRSFgvb-Chg&feature=relmfu ("Canção Popular")

              http://www.youtube.com/watch?v=F8AYUOV3N4w&feature=relmfu
("Tempestade e Calmaria")

15.8.11

Beth Carvalho, Margareth Menezes e Walter Queiroz - Filho da Bahia


Pesquisando no YouTube, descobri esta pérola de Walter Queiroz, meu amigo, e nas vozes maravilhosas de Beth Carvalho e Margareth Menezes. Ganhei meu dia!
Saravá!

Marku Ribas no recém-lançado "4 Loas": samba de quem sabe "zambar" no inusitado da criação



Prezados amigos,

          Comprei na semana passada um CD, que recomendo, "4 Loas", do singular Marku Ribas (foto acima), cantor, compositor e instrumentista multiface, nos domínios lúdicos das cordas e da percussão - esta tirada até do próprio rosto -, cuja sonoridade é fina estampa, porque benfeita, bem apresentada e atraente, do inusitado da criação. A variedade rítmica (samba, jazz, balanço "black" etc.) é certamente uma rubrica para o entendimento da sua identidade artística e a fruição daquilo que, musicalmente, vem de si com naturalidade e, no canto "quebrado", reflete-se, não raro, com extensão gutural e onomaitopaica. Variedade em que se informam a mineira Pirapora, de origem e fundamento cultural, situada nas cercanias das barrancas do rio São Francisco, e o trânsito internacional, especialmente francófilo, vivendo por dois anos em Paris e sete na Martinica, da sua batida diferente, da qual, aliás, não se ausenta a bossa nova - como na faixa sete, "Doce Vida" - e da sua voz de grave marcante. Músico de músicos, por tantos admirado, como o também mineiro e onomatopaico João Bosco, abriu caminho ao talento de colegas hoje destacados, como o baixista Arthur Maia, o violonista Romero Lubambo e o tecladista Jota Moraes - que começaram tocando com ele -, e, sendo de nascimento Marco Antônio Ribas, prepara uma autobiografia, "Marku por Marco Antônio", com o olhar autovoltado do cidadão comum para a persona artística que criou, de nome inspirado na tribo Cariri Macu, lá da sua supracitada região. Homenageando as mulheres nas loas de agora do seu disco, ele segue, a seu modo suingado, a tradição das cantigas de louvor, dedicando a obra à memória de dois amigos e parceiros falecidos, Luizão Maia e Arnaud Rodrigues. 

          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica fonográfica.

          Um abraço,

          Gerdal

Pós-escrito: nos "links" seguintes, o autoral Marku Ribas em quatro tempos da sua expressão musical: 1) em "Aurora da Revolução", faixa inicial de "4 Loas"; 2) "Zamba Ben", faixa-título do CD anterior; 3) "Altas Horas" (feita com Luizão Maia) e "A Embaixatriz", do novo disco; 4) "Maria Mariá", da parceria com o baiano Walter Queiroz, lançada em 1979 no elepê "Cavalo das Alegrias", da Philips.  


          http://www.youtube.com/watch?v=ROavrGrZ1yw&feature=related
("Aurora da Revolução")

          http://www.youtube.com/watch?v=GJlpgBZ4td4 ("Zamba Ben")

          http://www.youtube.com/watch?v=zuCEoB37AuA&feature=related
("Altas Horas" e "A Embaixatriz")

          http://www.youtube.com/watch?v=fME6pg5bIRE&feature=related ("Maria Mariá")

13.8.11

30 anos sem Glauber


Chico Chagas, convidado da Orquestra Republicana, leva ao baile do Democráticos, neste sábado, o seu inventivo acordeom



Prezados amigos,

          E por falar no acordeonista, Chico Chagas (foto acima) é o convidado superespecial, neste sábado, 13 de agosto, a partir das 21h, da gafieira moderna que a Orquestra Republicana há tempos vem apresentando, com casa cheia, no Clube dos Democráticos (Rua do Riachuelo, 91 - Lapa - tel.: 2252-4611). Vivendo na Europa ultimamente, tocando na França, na Alemanha, na Itália e na Inglaterra, esse acreano virtuoso, bem cedo, aos seis anos, acolheu em sua sensibilidade artística as notas musicais, fortemente estimulado pelo pai, outro grande sanfoneiro do norte do país, Chico Arigó. Estímulo decisivo, anos depois, em Porto Velho, para tentar a sorte no Rio de Janeiro ele receberia do tecladista Tito Freitas, quando este, seu ex-professor de harmonia e improvisação, o viu, em show, como integrante da banda Caravela do Madeira. Chico Chagas, seguindo o movimento de Tito Freitas em direção do Sudeste, também se estabeleceu no Rio de Janeiro, levando adiante a sua luzidia vocação, sem esmorecer. Tocou inicialmente na noite para pagar cursos de especialização musical e, pouco depois - ô sorte! -, foi chamado para acompanhar Zeca Pagodinho em alguns trabalhos. Também pianista, Chico dá preferência ao acordeom na sua carreira e a este instrumento dedicou o seu primeiro e muito bem recebido CD, de 2006,. produzido por Luiz Avellar e intitulado "...E por Falar em Acordeom". Um instrumento no qual, diferentemente do uso folclórico e convencional que se faz dele, como no forró, improvisa e intenta, como já declarou, levar ao limite a sua inventiva e atraente exploração sonora. Há dois meses, de volta à natal Rio Branco - berço ainda de João Donato e inspiradora, em faixa homônima, de homenagem pessoal no referido CD -, Chico Chagas foi destaque da décima terceira edição do Arraial Cultural, ao lado do cearense Adelson Viana, outro sanfoneiro muito bem cotado na MPB atual. É propósito de Chico levar para o disco, em versão instrumental, a diversidade ainda pouco conhecida dos sons da Amazônia, motivo de pesquisa que ora realiza.
         Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.

         Um abraço,

         Gerdal

Pós-escrito: Chico Chagas, portentoso ao acordeom, nos dois primeiros "links": 1) em trio, na Itália, toca "Tico-Tico no Fubá", clássico de Zequinha de Abreu; 2) sozinho em "Desafinado", de Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça. No terceiro, um clipe ilustrativo da lida bem-sucedida da Orquestra Republicana.

              http://www.youtube.com/watch?v=XprR_-_uKt4 ("Tico-Tico no Fubá")

               http://www.youtube.com/watch?v=bZ8drAwiZp4&feature=related ("Desafinado")

               http://www.youtube.com/watch?v=y9BJ_J_g4yI&feature=related (Orquestra Republicana)

10.8.11

Miltinho Edilberto: cordas dez na lida de um violeiro tocado pela viola



Prezados amigos,

         Sou um admirador de Miltinho Edilberto (foto acima) desde o lançamento do seu primeiro e excelente CD, "Viola Que Fala", já rareado, o qual lhe valeu, em 1998, o Prêmio Sharp de Revelação Regional. Uma produção independente em que o compositor e multi-instrumentista - sobretudo violeiro - mais se mostra, na sua discografia, como um ás desse instrumento (já na faixa inicial, com a bela adaptação que fez do nosso hino nacional, abaixo apresentada, no primeiro "link", em cena do programa de Inezita Barroso na paulistana TV Cultura ), embora ele também cante e conte, por exemplo, no duo da sua embolada "Na Venda do Seu Lidirico" (quarto "link"), com a companhia acertada do baiano Xangai. Nascido em Mirandópolis, Miltinho é um paulista de fronteira - na divisa com o Mato Grosso do Sul e ao lado de Goiás e do Triângulo Mineiro -, brotado em um meio cultural onde tomou gosto pelo conhecimento do folclore brasileiro, em pesquisa contínua de que o seu talento se alimenta e a sua perspicácia autoral se ocupa. Até juntar ao calango mineiro (um outro nome para a embolada nordestina) o xote, o xaxado e o baião constantes na pegada pé-de-serra dos seus discos posteriores, lotando casas de show na Pauliceia e "desvairando" universitários atraídos pelo seu contagiante forró de viola, Miltinho, que começou com o violão na adolescência, embalou a carreira, no balanço do "busão", pelas estradas do país, para participar, com destaque, de diversos festivais..
        Gravado por Maria Bethânia - "Não Tenha Medo", faixa do CD "A Força Que Nunca Seca", da cantora, no terceiro "link" abaixo -, ele pôde ser apreciado, no domingo passado, na reprise do "Sr. Brasil", programa de Rolando Boldrin, trazendo novidades da sua recentíssima permanência em Portugal, onde se apresenta e aprofunda a sua pesquisa das origens da viola. Viajando pelo continente europeu, tem levado, nas dez cordas do seu objeto de estudo e profissão, um sabor autêntico de forró, às vezes picante no tempero, a outros paladares musicais e prepara o seu próximo CD, "Forró do Mundo" - um forró não "roots", mas raiz, como acentua. "Não me chame pra fazer forró de segunda/porque o meu forró é de primeira, sim senhor/chamar o meu forró de universitário/é confundir canário com um beija-flor..", ponteia Miltinho, colocando os pingos nos is da sua identidade artística, tomado por esse vibrante universo da cultura popular e, naturalmente, pela sonoridade e pelas afinações da viola. Um instrumento que, aos 18 anos de idade do músico, já o tocara antes de tocá-lo.
       Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.

       Um abraço,

       Gerdal

Pós-escrito: nos "links" restantes, outras duas de Miltinho Edilberto: 2) a bela e sentimental "Como Alcançar uma Estrela", bem regravada, no ano passado, por um "nordestino carioca", Chico Salles; 5) "Forró de Viola", síntese dos caminhos musicais nada desandados do compositor, em outra cena do programa de Inezita Barroso; 6) "Na Pegada do Baião", em clipe do próximo CD, "Forró do Mundo".        



         http://www.youtube.com/watch?v=n-feE92ifpc&feature=relmfu
(hino nacional)

         http://www.youtube.com/watch?v=lr6v1abj7nY
("Como Alcançar uma Estrela")

         http://www.youtube.com/watch?v=T4bbmNeImSQ
("Não Tenha Medo")
        
         http://www.youtube.com/watch?v=L1z860HIL4U&feature=related
("A Venda do Seu Lidirico")
        
         http://www.youtube.com/watch?v=iWof_D30Pss ("Forró de Viola")

         http://www.youtube.com/watch?v=hZjXFN1LjoI ("Na Pegada do Baião")