30.11.10

Saudades de Mario Monicelli


Um momento do filme Os Companheiros (I compagni) ficou retido lá fundo do baú da minha memória e retornou hoje com a notícia triste da morte de Mario Monicelli, diretor de filmes antológicos , entre eles esse clássico dos anos 60. Não é um filme panfletário, mas um documento precioso sobre as históricas lutas operárias do século passado.
Marcello Mastroianni, na pele do Professor Sinigaglia (que também é um ativista político comunista, uma espécie de intelectual orgânico) está num trem a caminho de uma cidade onde estão ocorrendo graves conflitos sociais, especialmente entre operários e patrões e policiais de uma grande fábrica. Conflitos que parecem estar à beira da explosão e desembocarão fatalmente numa greve. Isso acontece no início da Industrialização na Itália quando a exploração do trabalhador era de uma brutalidade sem par ( O filme mostra homens jovens e velhos, mulheres e crianças vivendo o cotidiano de um verdadeiro inferno no chão da fábrica).
Mas vamos à cena que eu guardo ainda hoje na memória : Quando o trem se aproxima de uma estação e diminui sua velocidade - quase parando, surge a oportunidade do Professor Sinigaglia tentar saber em que trecho do caminho ele se encontra. Bota a cabeça para fora da janela e pergunta a um homem que está na estação: Che paese è questo? E o homem responde, com um ar de ironia:
-Un paese de merda!
É bom que se ressalte, que "paese" na Itália quer dizer "região", tem o significado de local, no caso se refere à cidade, ou aldeia. A Itália , como todo mundo está careca de saber teve uma unificação difícil, a custa de guerras, pois seu território abrigava um conjunto heterogêneo de regiões com regimes políticos diferentes - cidades-estado desde principados até sereníssimas repúblicas. O filme Os Companheiros é de 1963 e foi indicado para o Oscar de 1965.
Esse pequeno diálogo que recontei do filme ( não me lembro exatamente se foi assim) dá bem a idéia de como era esse gigantesco cineasta que hoje se matou hoje aos 95 anos. Irônico, construiu seu cinema em meados dos anos 30. A veia irônica que o acompanhou até o fim, mesmo na sua fase das comédias -(ele é injustamente visto por certo setor da mídia apenas como um dos grandes realizadores da chamada comédia italiana) . Porém sua abordagem dos personagens "cômicos" não era do riso pelo riso, mas captava oculta a dimensão trágica desses homens. Seu filme mais famoso talvez seja L'armata Brancaleone , aqui traduzido como O incrível exército de Brancaleone. Ah, tem também La Mortadella com Sophia Loren que chegou até a passar na TV.
Selecionei no Youtube um trecho do filme Os companheiros que mostra Sinigaglia discursando para os operários de uma fábrica de Turim.
Escrever sobre a obra de Monicelli é tarefa para um grupo de escribas e ocuparia vários volumes de uma verdadeira enciclopédia do fazer cinematográfico que atravessou o século passado e chegou até 2006, quando ele fez "Le rose del deserto". Ciao Monicelli, meu herói! Mas antes eu gostaria de fazer uma última pergunta:
Che paese è questo?

NR: Para você navegante que não conhece o trabalho Monicelli, sugiro que vá até uma locadora e pegue alguns filmes - comece por algumas comédias: procure Meus caros amigos (Amici miei) pegue o Caros amigos 1 e o Caros amigos 2.
Procure identificar qual dos episódios que ele fez em Os novos monstros (I nuovi mostri -obra cômica que ele dividiu com Dino Risi e Ettore Scola).
Outro filme cruel dele é Parente é Serpente (Parenti Serpenti). Claro que você deve ver o já citado "Incrível Exército de Brancaleone" e Brancaleone nas Cruzadas.
Nesta era do DVD não sei se teremos acesso à toda sua obra ,- creio que devem existir outros títulos à disposição.

100 anos do grande mestre Nássara


Meu mestre querido, o grande Nássara, foi meu vizinho aqui em Laranjeiras. Esta caricatura foi feita para uma exposição em sua homenagem quando ele vivia flanando pela cidade.
Um dia, encontrei com ele na Avenida Rio Branco, e ele me disse que gostou tanto da caricatura que acabou ficando com ela. Neste dia flutuei no centro da cidade, fui resgatado em Vila Isabel cantando Alá - la - ô.
Esta cópia que "posto" aqui foi retirada do catálogo, que infelizmente é em preto e branco ( o original é colorido).
NR: Acho que já "postei" esta caricatura antes aqui. Pero no tengo certeza.

Meus cartuns pré-históricos


(Clique na imagem para ampliar e conseguir ler o texto do balão)

Maria Eugênia faz show único, nesta terça, no Rival, e brinda a plateia carioca com um suave canto de Goiás


Em evidência no momento na abertura dos capítulos da novela "Araguaia", da TV Globo, com "Companheiro" ("link" abaixo), de Tibério Gaspar e Naire Siqueira, um orgulho do canto popular goiano, Maria Eugênia, faz show único, nesta terça, 30 de novembro, às 19h30, no Teatro Rival. Uma boa atração musical da qual repasso ainda o "flyer"(acima) e a informação (abaixo).
        ***
      
O momento não poderia ser mais oportuno. E a emoção de Maria Eugênia pega carona na excepcional janela aberta pela novela Araguaia da Rede Globo, cujo tema – Companheiro (Tibério Gaspar/Naire Siqueira) – vem embalado na voz suave desta cantora que está há 18 anos na estrada trabalhando para mostrar um talento agora com mais conhecedores.
No currículo desta goiana, além do carisma, da persistência, do carinho e respeito que seus conterrâneos já cultuam por ela, estão oito CDs e dois discos de projetos com outros cantores goianos; um DVD já mostrado pelo Canal Brasil várias vezes e outro que acabou de gravar; um álbum duplo com o grupo Solo Brasil, que apresenta um didático e delicioso espetáculo que conta a história da música popular brasileira já apresentado em 20 países; e, de quebra, o título de “Oficial” da Ordem do Rio Branco, concedido pelo Itamaraty pelos serviços prestados ao Brasil e ao Exterior.
 
Ancorada pelo sucesso de Companheiro e pelos anos de estrada, Maria Eugênia está de volta ao Rio de Janeiro para uma apresentação única no dia 30 de novembro, no Teatro Rival, onde mostrará um repertório com músicas de compositores conterrâneos como o goiano-tocantinense Juraíldes da Cruz, recém-premiado como Melhor Cantor pelo Prêmio de Música Popular Brasileira; João Caetano e Pádua, além de músicas de Altay Veloso, Guinga, Milton Nascimento e Chico Buarque; são canções que compõem o repertório do seu primeiro DVD e do segundo, que ela acabou de gravar em Goiânia.
 

Veja o vídeo no YouTube   
http://www.youtube.com/watch?v=DL56aVQze5A  ("Companheiro")
 
 
www.mariaeugenia.com.br

27.11.10

Meus cartuns pré-históricos

Dom Salvador e seu piano neste sábado no Copacabana Palace: um raro prazer em noite de jazz elegante no Rio




Nascido em 1938 na mesma cidade de Dalva de Oliveira e Zé Luiz Mazziotti, Rio Claro, o paulista Salvador da Silva Filho, aos 12 anos, já causava assombro, tocando profissionalmente, em São Paulo, na Orquestra Excelsior, de Mário Florim. Mais tarde, ainda nessa megalópole, animaria bailes integrando um conjunto só de negros, o Oliveira e Seus Black Boys, composição étnica que, já no Rio, utilizou com sucesso, em 1971, com o noneto Abolição - incluindo-se a esposa, Mariá -, o qual gravou, na ocasião, um elepê, "Som, Sangue e Raça", até hoje cultuado por admiradores da mistura do soul e do funk, já em evidência nos EUA, com o samba, o baião e outros dos nossos ritmos, acomodados em assento jazzístico. Uma sacada que lhe ocorreu após ouvir discos do Kool and the Gang e do Sly and the Family Stone, por exemplo, trazidos dos EUA pelo baterista Hélcio Milito, para o qual Dom Salvador (fotos acima) - aliás, um nome artístico dado por ele ao amigo - era o tal para movimentar a chamada "black music" no Brasil. O guitarrista Zé Carlos, o baixista Rubão Sabino e os falecidos Oberdan Magalhães, primo de Silas de Oliveira, e o trompetista Barrosinho são alguns dos grandes músicos evidenciados pelo grupo, parte dos quais, em 1977, com Oberdan à frente, atuariam na banda Black Rio, que também conquistou adeptos por força do seu amálgama sonoro e balanço tentador, em que a rapaziada ficava "na pista" no bom sentido "dançante", é claro, da expressão.
        Chegando ao Rio no início da década de 60, a convite do baterista Dom Um Romão e da cantora Flora Purim - após o verem tocar numa canja encantadora na boate Baiuca, em Sampa - para fazer parte do Copa Trio, que ainda contou com Manuel Gusmão ao baixo, Dom Salvador foi o primeiro pianista a acompanhar uma cantora gaúcha feitinha pro sucesso, mas ainda desconhecida, Elis Regina, no Bottle`s Bar, no famoso Beco das Garrafas. Além disso, em 1964, colaborou num ótimo elepê solo de Dom Um Romão, da Philips, com arranjos de Paulo Moura e Waltel Branco. Em meados dos anos 60, com o baixista Sergio Barrozo e o baterista Édson Machado, compôs o Rio 65 Trio, cuja sonoridade, registrada em dois discos, buscou reproduzir no mais recente CD, Dom Salvador Trio, gravado no Estúdio Zaga, de Leo Gandelman e Nico Rezende - após 36 anos sem fazê-lo no Brasil -, e com produção de Marco Versiani. O pianista, radicado há muitos anos em Nova York e lá atração permanente do River Café, faz rara aparição, neste sábado, 27 de novembro, às 23h, pela terceira edição do Copa Fest, tocando em sexteto no Copacabana Palace (Av. Atlântica, 1.702 - Copacabana - entrada pela Av. Nossa Senhora de Copacabana, 291 - tel.: 2548-7070).  
       *** 
 
Pós-escrito: 1) mineiro criado no Rio, o publicitário, produtor e letrista Marco Versiani falou-me, não faz muito, da sua emoção ao ver o documentário "Uma Noite em 67", da final do Festival da Record, que ele acompanhou "in loco" e o fez lembrar uma outra, no ano seguinte, vivida com intensidade, no III FIC, da TV Globo, por ter classificado, na parte nacional do festival, entre as finalistas, uma bela composição sua, "Terra Santa", feita com o piauiense Alberto Araújo, da mesma geração de Torquato Neto, e defendida pelo cantor Jorge Nery. Outro piauiense amigo do Versiani (de quem ele me falava com frequência, o qual conheceu tocando violão e cantando informalmente num bar nas proximidades do Largo do Machado nos anos 60) foi Zil Rosendo, um marinheiro bossa-novista, autor de "No Balanço do Mar" e hoje, como vários outros, infelizmente, esquecido por essa "grande mídia" que temos. Dom Salvador, Versiani conheceu-o antes que este, com o qual tinha contato frequente por telefone, antepusesse o "Dom" ao Salvador de batismo por sugestão de Hélcio Milito. Parceiro de Dom Salvador em "Moeda, Reza e Cor" e "Som, Sangue e Raça", entre outras músicas, Versiani estava muito animado com a vinda dele para este show em Copacabana, ao qual levaria o seu abraço. Falecido no último dia 11, não poderá mais fazê-lo e a ele, Marco Versiani, um amigo que conheci na minha adolescência, dedico especialmente esta dica, com o meu sentimento;               
         2) Nos "links" abaixo: 1) Dom Salvador e o grupo Abolição, em imagens de 1971, mostram "Uma Vida", de Dom Salvador e Arnoldo Medeiros, com participação especial de Elis Regina; 2) Dom Salvador toca "Mariá", feita em 1965 para a sua esposa, cantora; 3 e 4) depoimentos de Dom Salvador e Duduka da Fonseca sobre a atividade profissional do primeiro.   
 
        http://www.youtube.com/watch?v=t3b4LNFHJwk
 
        http://il.youtube.com/watch?v=u6o8LV72wfY&feature=related 
 
        http://il.youtube.com/watch?v=lVJ-5HjQKTE&feature=related
 
        http://il.youtube.com/watch?v=LnVrn_8JmPQ&feature=related       

26.11.10

25.11.10

Sonia Delfino inicia, nesta quinta, no Vinicius, minitemporada de um show feitinho pro poeta





Em 1960, a carioca Sonia Delfino (fotos acima) cantava para a mocidade por meio de um elepê (foto de capa acima), da Philips, em que tanto flertava com o incipiente e alvoroçado rock daqueles idos - cantando a versão de Luís Bittencourt para "Make Believe, Baby" ("Diga Que Me Ama") - como estendia a mão (e a voz) a um passeio, por uma vereda tropical, em companhia do samba-canção e da bossa-nova - cantando "Saudade Querida", de Tito Madi, "Amor Sincopado", de Marino Pinto e Chico Feitosa, e "Meditação", de Tom Jobim e Newton Mendonça. Também cantava para crianças como eu que, em 1963, curtiam suas risonhas aparições na tevê ao "tublec-tublim" do balanço de "Bolinha de Sabão", de Orlandivo e Adílson Azevedo (irmão do saudoso violonista Neco), esbanjando categoria na expressão leve e graciosa do samba com bossa, um apanágio interpretativo também de Dóris Monteiro, por exemplo, no disco e no palco. Coapresentadora do programa "Alô, Brotos!" com o finado Sérgio Murilo - então um cantor na crista da onda com o sucesso de "Marcianita" e "Broto Legal" -, na TV Tupi, Sonia, ainda pré-adolescente, já se fizera notar, a seu modo, bem antes disso, aos nove anos de idade, como uma "pequenina notável", cantando para todas as idades no "Clube do Guri", um caça-talentos da infância apresentado por Collid Filho e produzido por Samuel Rosemberg, na Rádio Tupi, emissora na qual, aqui no Rio, ela primeiramente evidenciou o seu pendor para o canto popular, já seguindo com firmeza os passos artísticos da tia famosa, Ademilde Fonseca, a rainha do choro, cartaz da PRG -3. 
         Por causa de núpcias contraídas com um diplomata, que implicaram residência no exterior por muitos anos e atenção à vida familiar, Sonia interrompeu a carreira, não obstante o sucesso obtido e o apreço dos seus admiradores, voltando à ativa da MPB nos anos 80, especialmente no âmbito dos shows, em várias casas noturnas, com destaque no roteiro para a bossa nova. "Et pour cause", no Vinicius, onde inicia minitemporada nesta quinta, 25 de novembro, às 22h, até o próximo domingo - aniversariando no sábado, 27 -, a intérprete de "Luluzinha Bossa-Nova" (de Menescal e Bôscoli) estará à vontade para reviver parte significativa do "mainstream" do gênero, homenageando (com Marcello Lessa, ao violão, Joelson Lima, ao baixo, e Cézar Machado, à bateria) o Poetinha em " Vinicius Saravá" e dando aquele recado musical todo seu e tão gostoso de ouvir na sua voz.
        ***
 
Pós-escrito ("links"): 1) Sonia Delfino canta uma sequência de sucessos da bossa nova; 2) canta "Meu Pianinho" em cena de "Um Candango na Belacap", de Roberto Farias, exibido no cinema em 1961;
                  2) O Vinicius Piano-Bar situa-se na Rua Vinicius de Moraes, 39 - Ipanema - tel.: 2523-4757.
              

         http://il.youtube.com/watch?v=ev6eFqOE6Yk&feature=related

     http://www.youtube.com/watch?v=sfrH92tsX-k&feature=related

Meus cartuns pré-históricos

24.11.10

Cartum:" Pare o planeta que eu quero descer!"

Programe-se: Última Palestras do ciclo Pensar a Imprensa deste ano


O último encontro da Série Pensar a Imprensa vai ser na quinta-feira, dia 25 de novembro a partir das 14h30 na Casa de Rui Barbosa, na rua São Clemente, 134, em Botafogo.
O tema deste encontro será "A circulação das palavras: Imprensa e oralidade no Brasil da primeira metade do século XIX" - Marco Morel, Historiador e Professor da UERJ e Pesquisador do CNPq fará a palestra.
(Clique na imagem para ampliar e se informar de detalhes)

23.11.10

Amor nos tempos pré-históricos

Danilo Caymmi nesta terça no Sete em Ponto do Teatro Carlos Gomes: a canção inspirada que flui como um riacho doce




"E agora, quem vai se abaixar para "pegar o sabonete"?", disse-me, certa vez, um querido amigo, com inflexão maliciosa na observação, ao ver a foto, tirada de cima pra baixo, de quatro marmanjos talentosos - Danilo Caymmi, Toninho Horta, Beto Guedes e Novelli -, lado a lado, olhos para o alto, num reservado, em torno de uma privada de água limpa, porém destampada, e em condição, por isso, de quase imediata e cômoda utilização (foto acima). Blague à parte, um registro marcante da nossa iconografia fonográfica, de um elepê da Odeon, lançado em 1973, em cuja capa leem-se apenas os nomes desses artistas (o primeiro carioca, os dois seguintes mineiros e o último pernambucano) que, então, despontavam a todo o vapor na nossa cena musical com um som imaginário ou não de uma trilha de inquietude e transformação. Em 1968, com "Andança", Danilo Caymmi (foto acima), por exemplo, com Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, já associara o seu nome à chamada toada moderna, na interpretação consagradora de Beth Carvalho no III FIC, da TV Globo, e, após atuar longamente apenas como o bom flautista e compositor sensível que é, solta o grave inconfundível da voz na estrada do percurso de discos e shows, conquistando seus "corações e mentes" nas boas lojas do ramo e na plateia.
          "Eu guardo em mim dois corações/um que é do mar, um das paixões/um canto doce, um cheiro de temporal/eu guardo em mim um deus, um louco, um santo/um bem e um mal...": assim se expressava, cantando letra de Dudu Falcão, em "O Bem e o "Mal" (primeiro "link", com imagem da atriz Luíza Tomé), uma canção já fixada, por sua singeleza e beleza, na memória coletiva, vestindo a caráter cenas do pescador protagonista da minissérie "Riacho Doce", baseada em obra de um homem de engenho, o paraibano José Lins do Rego. "O Que É o Amor?", também com o recifense Dudu, é outra das inspiradas composições de Danilo para a mesma "tela quente", com grande interpretação de Selma Reis (segundo "link"). O caçula dos Caymmi, com produção de Kikha Dantas, é a atração da vez do Sete em Ponto - uma feliz revivência, de certo modo, dos memoráveis Seis e Meia de Albino Pinheiro -, nesta terça-feira, 23 de novembro, no Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes. Naturalmente, com início às 19h, ainda com a presença de Alice Caymmi, filha de Danilo que desistiu da advocacia para também seguir os passos da.mãe e da tia, Simone Caymmi e Nana Caymmi.
          Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
          ***       
 
A tempo: ouve-se, no terceiro "link", Danilo Caymmi em "Mineiro", dele e de Ronaldo Bastos, sobre imagem de capa de elepê seu, "Cheiro Verde", gravado em 1977. No quarto "link", vê-se Danilo gravando um belo choro-tango, como diz, de Wagner Tiso, com versos de Geraldinho Carneiro, "A Flor e o Cais", para o CD "Gozos da Alma", deste "poetinha" acariocado e biógrafo de Vinicius; no último "link", Alice Caymmi (irmã da também cantora Juliana Caymmi, esta mais velha), ao violão, mostra "Sete Andares", de sua autoria.   
 
 
          http://www.youtube.com/watch?v=U8MUNOMmsq4
 
          http://www.youtube.com/watch?v=LBquJtNLg58
 
          http://www.youtube.com/watch?v=HGyHKZ2uEVQ
 
          http://www.youtube.com/watch?v=WUU0gg9ioDU&feature=related
 
          http://www.youtube.com/watch?v=mJHqO3nY-KM&feature=related         

22.11.10

Programe-se: Leituras dramáticas no SESC -Consolação na terça-feira, dia 23


O convite veio por e-mail. É do meu amigo Emiliano Castro que entrou no projeto na última hora para fazer a parte musical, ele vai tocar música flamenca ao vivo.
Pois é, na próxima terça, dia 23 de novembro, vai rolar uma leitura dramática de muito alto nível lá no Sesc Consolação.(veja convite acima)
Trata-se da farsa de Federico García Lorca,
"O Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim"
A direção é de Eugênia Thereza de Andrade.
O grande elenco é composto por Luiz Damasceno, Eduardo Silva, Carlos Careqa, Livia Guerra, Henrique Stroeter e Claudinei Brandão.
A Ambientação cenográfica é de Mika Lins.
Serviço:
ENTRADA GRATUITA
DIA 23 DE NOVEMBRO
ÀS 19:30H
NO
SESC CONSOLAÇAO
r. Dr. Vila Nova, 245
tel. 3234 3000

Mais uma bacalhoada do Filósofo Sandaum

Ilustração: Montagem de cinema

Makley Matos é o convidado de Marcos Sacramento nesta segunda no CCC: o velho samba bem cantado por novas vozes



"É com este que nós vamos: Makley Matos", não titubeou a produção do mais novo musical carnavalesco criado por Sérgio Cabral e Rosa Maria Araújo ao escolhê-lo para o preenchimento de uma vaga no elenco. Makley (foto acima) se impõe na interpretação do samba, fio condutor da atração, com naturalidade, pelo "belíssimo timbre que possui" (como destacou o violonista Luís Filipe de Lima, diretor musical e arranjador, como já o fora do anterior, muito bem-sucedido, "Sassaricando"), grave e impressionante, a evocar, por exemplo, João Nogueira - do qual, na parceria com Paulo Cesar Pinheiro, Makley canta "Batendo a Porta" no "link" inicial da série abaixo. Capixaba da insular capital do seu estado, passou muitos anos em Brasília, ambientado e apreciado no circuito de choro e samba de lá, até assentar praça no Rio, desde 2006, para o que foi imperativo o primeiro lugar coobtido no I Jovens Bambas do Velho Samba - com a sensível e cativante Elisa Addor -, um bem-vindo concurso de revelação de talentos do Carioca da Gema. Nesta segunda, 22 de novembro, a partir das 21h. Makley é o convidado de Marcos Sacramento na sequência de shows que este - outro grande cantor, de público crescente - vem realizando no Centro Cultural Carioca ("flyer" acima). 
       ***
Pós-escrito: 1) "É com Esse Que Eu Vou" volta ao cartaz neste fim de mês no Teatro Carlos Gomes. Soube disso, em encontro casual em Laranjeiras, pelo amigo e recente vizinho de bairro Alfredo Del-Penho, mais um notável cantor da nova geração e colega de palco de Makley nesse musical. Mesmo que ainda não tenham a mídia merecida, o samba, na atualidade, vai com eles numa boa - isto é, muito bem tratado por eles;
                  2) no segundo "link" da série seguinte, Makley canta "Partilha", do repertório de Roberto Ribeiro e composto pelo saudoso Romildo - pernambucano que morou em Mesquita (Baixada Fluminense), cidade a cuja lona cultural dá nome - e pelo letrista Sérgio Fonseca, mesquitense, professor de português e literatura; no terceiro "link", retorna Makley com "Cabô, Meu Pai", de Luiz Carlos da Vila, Moacyr Luz e Aldir Blanc; por último, Marcos Sacramento, ao microfone, com uma inédita sua, "Sereia na Avenida", "desnudada" em dos shows que fez, há pouco, no CCC.     
 
 
        http://www.youtube.com/watch?v=5hRa0_2zgVg
 
        http://www.youtube.com/watch?v=drwsatfNUO0&feature=related
      
        http://www.youtube.com/watch?v=EhK86Bxp5sY&feature=related
 
http://www.youtube.com/watch?v=WkU-09EobKI&p=E07FED0D3ED2F776
Serviço
Dias 15, 22, e 29/11 - às 21 hs (a casa abre às 19 hs)Centro Cultural Carioca - R. do Teatro 37, (Proximo a Praça Tiradentes) -Centro - Rio de Janeiro Valor do Couvert: R$ 20,00 telefone: 22526468 e 22429642

Convidados
Dia 15 Alfredo Del Penho e Pedro Paulo Malta
Dia 22 Makley Matos
Dia 29 Clara Sandr

21.11.10

Ilustração: Piano, Carnaval, Blue


Esta ilustração foi feita para um CD do mestre Antonio Adolfo.

20.11.10

Micheline Cardoso grava "Cascadura Samba ao Vivo" (CD e DVD) neste sábado em show suingado na Tijuca



Repasso acima "flyer" com uma dica musical interessante, de muita vibração, com a gravação do CD e DVD "Cascadura Samba ao Vivo", da cantora e compositora Micheline Cardoso, neste sábado, 20 de novembro, às 19h, em show no Centro Municipal de Referência da Música Carioca ("flyer" e foto acima), na Tijuca. No "link" abaixo, um pouco do "swing-simpatia" dessa amiga carioca naturalmente alegre e de ótimo astral.
        
        http://www.youtube.com/watch?v=fivSR6xYPzc&feature=related

Mais Micheline nos seguintes links:

http://twitter.com/michelinemusic

http://www.myspace.com/michelinecardoso

http://www.oinovosom.com.br/michelinecardoso

http://www.michelinecardoso.com.br

Programe-se: Companhia Estadual de Jazz- Domingo no MAM


Domingo, dia 21 no MAM, às 21h. no  Circuito Rio Show de Gastronomia.
Show especial da Companhia Estadual de Jazz : CARDÁPIO.  Um show para ser degustado pelos ouvidos, com o melhor da música comestível e gastronômica .
Vai ter de tudo um pouco... A Rã do João Donato , Canção do Sal de Milton Nascimento, The Chicken, do repertório de James Brown, O Pato que o João Gilberto cantava e a Feijoada Completa do Chico Buarque... E isso é só uma pequena amostra, pra dar água na boca. Por falar em água, a Água de Beber será a do Tom Jobim e teremos também vinho, sobremesas, etc... 
ENTRADA LIVRE.
NR: Foto acima de Carol de Hollanda

Ilustração: "Bicho medo"

19.11.10

Ilustração: D. Quixote e a o Moinho de vento atômico

Guadalupe da Vila, "in memoriam": uma escrita fina do samba em CD de Christina Paz lançado nesta sexta no Centro





Musicalmente bem encaminhada desde a infância - aos sete anos, ganhou o seu primeiro piano acústico e, pouco depois, já fazia audições na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) -, cursando ainda teoria musical no Conservatório Brasileiro de Música (RJ) e passando por aulas com mestres do quilate de Luizinho Eça, Carlos Delmiro (violonista irmão de Hélio Delmiro) e Vera do Canto e Mello, a carioca Christina Paz, nascida em Vila Isabel, é uma opção de samba de bom gosto nesta sexta, 19 de novembro, às 12h30, no Centro do Rio. Com sua bela voz, encantou-se um grande conhecedor de MPB em São Paulo, o jornalista e radialista Toninho Spessoto (titular, a propósito, de um "site" que vale a pena ser visitado), quando, em 2001, ela lançou o primeiro CD, "Dançando no Salão", "uma estreia competente num disco bom para ouvir e ideal para quem gosta de dançar". Um disco, aliás, que já vale, de saída, pela gravação de "Antonietta na Gafieira", de Aldir Blanc e Maurício Tapajós, homenagem por eles prestada a Maria Antonietta Guaycurus de Souza, saudosa "prima ballerina" dos nossos sacudidos salões.
         Christina Paz apresenta-se na megaloja da Livraria Saraiva (Rua do Ouvidor, 98-A - Music Hall), fazendo um "pocket show" ("flyer" acima) de lançamento do seu segundo e tão sonhado CD, "Cantar pra Viver", no qual homenageia o tio Guadalupe da Vila, falecido em 2003 e também nascido em Vila Isabel. Entre as joias desse ex-integrante da primeira ala de compositores da Unidos de Vila Isabel que poderão ser conhecidas no CD, destaco uma muito especial, "Por Aí", composta por Guadalupe e Dunga (o também saudoso Waldemar de Abreu de "Chora, Cavaquinho", parceiro de Jair Amorim na famosa "Conceição" e de Wilson Batista no "Samba do Méier"): "Eu fazia rotina da solidão/numa esquina vazia, minha sorte mudou/falou mais forte o que doía no coração/sou pra vida uma nuvem perdida no céu da ilusão/por aí, pela madrugada, deparei com alguém me propondo um pouco de amor/hesitei, mas depois concordei, pois eu vinha do nada..." Linda a interpretação de Christina, assim como o arranjo do baterista César Machado e o piano suave, sentimental, de Cristóvão Bastos adornando a faixa. Um samba-canção nota dez, digno do Ari Barroso de um "Ocultei", por exemplo, numa das gravações mais envolventes que ouvi nos últimos anos.
***          
              
Pós-escrito: no "link" abaixo, outro belo samba, bem animado, "Por Amor", do novo CD de Christina Paz, com o qual ela ganhou, no ano passado, o festival de música popular da mineira Alvinópolis. Nas fotos, (acima) vê-se a cantora bem ladeada por Johnny Alf e Cristóvão Bastos.  
   
 
         http://www.youtube.com/watch?v=jdCe8QAaPSw

18.11.10

"happy hour" no Bola Preta: samba guerreiro para quem chega meio cambaio da batalha


Dando um bonito recado na cadência do samba -"Não Vou Me Iludir", de Wanderley Monteiro e Álvaro Maciel -, a simpática e risonha Iracema Monteiro (foto acima), carioca da Penha, pode ser vista no "link" abaixo, acompanhada do grupo Dose Certa. Cantora apreciada no ramo, tem o seu nome associado à revitalização musical da Lapa, mostrando a cintilação popular da sua interpretação em várias casas noturnas, como a extinta Céu Aberto (hoje Bossa Nossa, do cantor e compositor Jorge Aragão), e, particularmente, em Niterói, por anos a fio, na prestigiada roda do Candongueiro. 
      Para quem puder, logo mais, uma boa iniciativa para espairecer e mitigar o cansaço da batalha é reunir amigos para um encontro de palavra bem regada no Centro Cultural do Cordão da Bola Preta (Rua da Relação, 3  - Centro - esquina com Rua do Lavradio - tel.: 2240-8049 ), a partir das 18h, onde Iracema está à frente, toda quinta, de uma atração descontraída, em que se ouvem grandes sambas do passado e da atualidade. É só chegar que hoje tem.     
             
   
      http://www.youtube.com/watch?v=gLVFbnm6aXs
 
      http://www.myspace.com/iracemamonteiro

Luíza Sales canta, nesta quinta, em show no Espaço Rio Carioca, um Djavan pouco lembrado


Com enfática recomendação do amigo contrabaixista Cláudio Matheus sobre o trabalho dela, repasso, em seguida a estas mal traçadas, o recado da cantora Luíza Sales ("flyer" acima), que se apresenta hoje, 18 de novembro, às 20h, no Espaço Rio Carioca, em Laranjeiras. Como um aperitivo, em "link" abaixo, vê-se Luíza, no Lapinha, cantando a pujante "Carcaça", acompanhada pelo próprio autor, Vinicius Castro, ao violão, e mais Marcelo Caldi, ao acordeão, e Mateus Xavier, ao "cajón". 
        Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
       
       
       http://www.youtube.com/watch?v=dskk_UC0xaM&feature=related
 
 
Olá amigos,
 
estarei no Espaço Rio Carioca ao lado de Felipe Chernicharo (guitarra), Gustavo Gama (baixo), Mateus Xavier (percussão) e Claudio Lima (bateria) nesta quinta feira, dia 18/11 às 20h cantando as canções do repertório de Djavan. Este show é fruto de uma pesquisa profunda na riquíssima obra do compositor e apresenta as musicas desconhecidas do grande púbilco, principalmente canções do primeiro CD, lançado em 1976: "A voz, o violão e a arte de Djavan", sem deixar de lado suas obras-primas como "Serrado" e "Flor-de-lis".
 
 
Espaço Rio Carioca
Rua das Laranjeiras, 307 ( Entrada pela Leite Leal, 45)
Quinta feira- 18/11, 20h
Couvert artistico: R$15,00
 
Única apresentação!!

Cartum: Marketing Pessoal

17.11.10

"Dó-Ré-Mi-Fafy", nesta quarta, em Sampa: a cidade se diverte com a "stand-up comedy" da musical Fafy Siqueira



Muitos que veem Fafy Siqueira (foto acima), no teatro ou na tevê, como a talentosa comediante que é, desopilando fígados com seus tipos - Gardênia Alves, da "Escolinha do Professor Raimundo", por exemplo -, suas piadas ou suas imitações, como as de Ronald Golias, Roberto Carlos ou Alcione, talvez não se lembrem ou não saibam que os primeiros passos dela na carreira artística foram dados na estrada musical, cantando, compondo e acompanhando-se ao violão. Fátima Figueiredo no RG, é carioca da Tijuca, e, antes de firmar seu nome no estrelato do humorismo nacional, teve várias músicas gravadas, como a balada romântica "Neblina", no primeiro "link" abaixo, gravada por Joanna e composta com esta e a constante Sarah Benchimol. A estas cariocas, como parceira na canção, junta-se, por exemplo, outra, de belo e inconfundível grave, Fhernanda (agora Fhernanda Fernandes, após alguns anos vividos em Paris), numa trajetória em que, inicialmente, Fafy conquistou diversos primeiros lugares em festivais, lançando, em 1980, o elepê "Posso Falar?", da CBS, com produção de Zé Rodrix.          .      
       "Do-Re-Mi-Fafy" é uma "stand-up comedy" em trânsito por várias cidades brasileiras, divertindo tanto a clientela empresarial em shows fechados como o público comum, a cujo texto - dela própria com direção de um professor na matéria, Chico Anysio - Fafy agrega, em cena, o realce chistoso de variada caracterização. Como em performances memoráveis de outro mestre do riso (que também viravam discos bem-sucedidos comercialmente nos anos 60), José Vasconcelos - o mesmo parceiro acreano de Garoto em "Nick Bar", definitivo na voz de Dick Farney -, Fafy "é o espetáculo", uma "show-woman" que, nesta quarta, 17 de novembro, no Teatro Brigadeiro ("flyer" acima"), em Sampa, às 21h, dá prosseguimento à referida "comédia em pé", até o dia 15 de dezembro. 
        
 
A tempo: no segundo "link" abaixo, uma interessante entrevista com Fafy.

http://www.youtube.com/watch?v=7Gjtknx3qj4
 
   
http://noticias.r7.com/videos/fafy-siqueira-fala-da-carreira-e-da-estreia-de-nova-peca-de-teatro-em-sao-paulo/idmedia/25c8a0d3d6b170d47f72c48c7ccaa453.html

16.11.10

Programe-se:" Superstonic Sound" - o filme, vai passar dia 19 - sexta-feira no Cinema Estação Ipanema



Antes de mais nada é preciso explicar que "Superstonic Sound" é um documentário de um brasileiro chamado Rapahel Erichssen (que estará presente na projeção do filme em Ipanema) que trata da vida do legendário Don Letts (visto acima na capa do filme e caminhando no Notting Hill Carnival Riots em 1976), um verdadeiro herói da música pop Britânica. O cara simplesmente atuou no mundo do reggae e do punk quando a coisa pegava fogo de fato no United Kingdom. Letts que pertence à primeira geração de negros nascidos na terra da Rainha, dirigiu mais de 300 videoclips das feras do cenário Dub-Reggae-Punk-Hip-Hop, tocou com eles e chegou a acompanhar o tendência do chamado Dubstep (manifestação do underground inglês). Pois é, ia esquencendo que Letts é músico também e era amigão do pessoal do Clash e Cia bella.
Este filme será apresentado na sexta- feira próxima, dia 19, abrindo a Quarta mostra Cinema & Rock Totem que acontece de 19 a 25 de novembro no cinema Estação Ipanema.
"Superstonic Sound" já foi exibido em festivais do Canadá, Espanha, Austrália, Alemanha, EUA e claro na Inglaterra onde foi rodado.
Você pode assistir de graça a essa obra que já foi classificada em matéria da Folha de São Paulo como " uma viagem musical e pessoal entre o passado e presente de parte da música pop dos últimos 40 anos". Basta levar um livro infantil até uma loja da Totem Ipanema - (Rua Visconde de Pirajá, 547 loja F.)
E aumenta o som que isso é mais do que rock and roll!

Polanski tenta fazer cinema político em "O escritor fantasma"


(Advertência: Se você não viu este filme ainda, não leia esta crítica, pois ela pode revelar momentos que decifram a narrativa e contribuir para se prever o seu final.
Como vocês sabem, detesto estragar o prazer dos outros
)

Esta crítica vai de primeira, sem tirar o pé do acelerador - se alguns erros surgirem, corrigirei quando parar no pit stop

"O escritor fantasma"(*) (The Ghost writer) é um filme menor de Polanski. Afirmação insolente diante de um consagrado diretor, mas que tem alguma verdade se você tiver a pachorra de compará-lo com algumas obras-primas que o baixinho construiu .É só lembrar de títulos como O Pianista, O Bebê de Rosemary, Chinatown, A Dança dos Vampiros, A morte e a donzela, O inquilino, Tess, Busca Frenética, e o maravilhoso Cul-de-Sac (Armadilha do Destino)... Isso só para ter uma pálida idéia de seu legado, heterogêneo, mas sempre com um toque genial.
Não que "O escritor fantasma" seja uma fita ruim, é um bom entretenimento. É preciso lembrar que ele levou o Urso de Prata no recente festival de Berlim, mas os alemães são muito bonzinhos.
Bem, deixemos de firulas e vamos ao que interessa: este filme de Polanski envereda pelo caminho do thriller político- e não tinha como não fazer isso, pois é adaptação de um livro que trata de um tema cabeludo, mas o problema está em como ele faz isso. A questão é que ele privilegia o thriller, desqualifica o componente político e cede ao esquema reducionista da realidade, ou da relacão ficção-realidade. Pois este é o "pequeno problema" que ele não tenta resolver ao adentrar a zona do agrião do filme político. É aí é que a vaca tosse e o buraco é mais embaixo. É preciso ter a mente de um Costa-Gravas (Z,Estado de Sítio), de um Giuseppe Ferrara (de O caso Aldo Moro), de um Florestano Vancini (de Il delitto Matteotti) ou de Gillo Pontecorvo( de Queimada, Batalha de Argel) para captar as contradições que se armam na esfera da política, e mais, saber representá-las, coisa que no filme de Polanski fica faltando em favor do clima, do suspense, da teoria conspiratória. Pode-se dizer que no plano ideológico ele contribui para reforçar o mito de que o indivíduo faz a história (uma idéia napoleônica), ou no mínimo, que é o indivíduo que influi diretamente na política. Nessa concepção o indivíduo é um Crusoé sem o Sexta-Feira. Este tipo de pensamento que enaltece o fator subjetivo frequentemente olvida a a sociedade, ou seja as mediações, o contexto, o exercício da política como fenômeno social, o indivíduo como representante de forças e interesses em luta - questões como hegemonia, negociação, influência da mídia são escamoteadas. A mídia aparece bastante no filme, mas só aparece como um aquário onde os "fatos" boiam - não aparece como instância que também participa da decisão, como um "poder" entre poderes, como por exemplo na guerra do Iraque ( a propósito veja livro "A cultura da mídia" de Kellner, que trata entre outras coisas da influência decisiva da mídia na orquestracão que deu "legitimidade" para a primeira incursão bélica contra o Iraque, na época de Bush pai, quando o pivô era a invasão do Kwait por Sadam Hussein, já demonizado... Acredito que Kellner babaria ao analisar a participação da mídia no caso da manipulação midiática da procura por armas de destruição em massa - que não foram encontradas e que motivou a segunda invasão do Iraque- agora numa guerra de arrasar). É preciso que se diga que na cena contemporânea as decisões políticas são tecidas num "território" transnacional ( que foi reconfigurado com o desaparecimento da bipolaridade da guerra fria = URSS x EUA + aliados ocidentais) de alta complexidade. Seria necessário mostrar que o alinhamento do "herói" se dá dentro dessa realidade, mesmo que se trate de uma ficção. Complicado? Não, veja qualquer filme de Costa-Gravas e imagine como ele resolveria estes problemas. Pode-se dizer que a ficção ( o imaginário) tomou lugar do político, o desfigurou, reduziu, caricaturou e pior, deixa entender que as coisas são assim. Em síntese naturalizou essa mitologia .
***
Para se entender esta crítica é necessário falar um pouco da história que Polanski nos conta. Ele narra as aventuras de um ghost writer, que é aquele famoso escritor fantasma, geralmente um jornalista contratado por uma celebridade para escrever no seu lugar, seja um artigo, um discurso ou uma autobiografia que é o caso do filme.
Acontece que o ghost writer do filme encontra uma situação muito cabulosa- ele é contratado para substituir um outro que morreu afogado. As notícias oficiais relatam que seu antecessor aparentemente se suicidou ou sofreu um acidente no mar. Bota suspeita em cima disso! O trabalho dele é reescrever a autobiografia de um ex-primeiro ministro trabalhista inglês (de origem escocesa) que está afastado numa espécie de exílio nos EUA e no momento está sendo acusado de crimes contra a humanidade pelo tribunal de Haia- devido à sua colaboração na tortura e morte de ativistas do Afeganistão. Impossível não lembrar de Tony Blair e sua relacão estreita com Bush e todo o cenário da guerra do Iraque.
De qualquer forma, o filme fala de um personagem que apesar de fictício, é carregado de "realidade" . O tratamento que se dá aos seus movimentos no filme é realista - acompanhamos sua trajetória como se fosse uma reportagem de bastidores. A guerra de que se fala não é uma guerra fictícia e sim real que está acontecendo agora no Afeganistão e as acusações de tortura tem fundamento real. Esta prática de interrogatório foi admitida abertamente (chamada de submarino e que consiste no afogamento do interrogado) e defendida por George Bush em seu recente livro de momórias chamado 'Decision Points'. Daí que se eperava desse filme uma narrativa menos ingênua. O ex-primeiro ministro (fictício) aparece como um mulherengo, um sujeito despreparado e um tanto cínico - em síntese- uma caricatura. Há uma evidente tentativa de crítica, ao comportamento de determinados políticos adeptos do neoliberalismo que têm dominado a cena nos últimos anos, exagerando seu comportamento um tanto desinteressado das questões sociais e mais voltado para uma dolce-vita e jogos de cena. Esta perspectiva supõe que enquanto eles desfilam nos salões tomando uísque, as transnacionais e a as agências de segurança do Estado(CIA e outras) fazem das suas no submundo.
Na verdade essa representação se não é falsa, conta com uma distorção que desqualifica a participação do personagem, num momento histórico em que se dá uma virada na relação entre as decisões de Estado e a opinião pública e a mídia. O personagem do primeiro ministro afastado aparece como um fantoche, manipulado por forças ocultas. As decisões "políticas" no filme , acontecem de maneira muito imediata, num terreno abstrato, como fruto de conspirações. O que fica claro no filme é que essas decisões são representadas de forma muito rasa, sem base- não dão conta das articulações, dos interesses conjunturais , de que aquele homem que é primeiro-ministro representa um grupo sócio-econômico, que está inscrito numa tradição política( por exemplo lembrar que existiram os conservadores que na era Tatcher se alinharam de forma muito mais próxima dos interesses americanos), que existe outros elementos em luta, dentro de um contexto onde outros grupos também agem, e entre eles a mídia. Isso para falar de como as coisas rolam na efera interna de um país , no espaço territorial da Inglaterra, ou seja no interior do aparelho de Estado e suas conexões com a sociedade. Sem contar que hoje isto está incluído num espaço que cada vez mais se desterritorializa. Não vamos nem falar. das consequências da Globalização que aparentemente transtornaram e descentralizaram as decisões políticas para cenários diferentes - foros transnacionais onde múltiplos interesses dos grandes conglomerados negociam e rearticulam funções econômicas e poder político.
Enfim, a complexidade que serviria de fundo para a narrativa do filme fica de fora. No primeiro plano aparece a conspiração - a trama visível que o escritor fantasma desvenda e mostra que o primeiro ministro é um pau mandado ... (não falo mais porque vai estragar o seu prazer de ver o filme)
O que cabe perguntar é se Polanski é realmente um ingênuo em matéria de política, ou se está preso às malhas de uma antiga forma de narrativa onde existem resíduos de maniqueísmo? E mais, se está requentando uma velho estilo ao reforçar o mito da força do herói- indivíduo, mesmo que tragado por forças monstruosas e não muito bem esclarecidas?
(*) O filme acaba de chegar às locadoras em forma de DVD
Serviço:
O escritor Fantasma (The Ghost Writer)

França / Reino Unido / Alemanha , 2010 - 128 minutos
Direção: 
Roman Polanski
Roteiro: 
Roman Polanski, Robert Harris
Elenco: 
Ewan McGregor, Pierce Brosnan, Olivia Williams, Tom Wilkinson, Kim Cattrall

14.11.10

Manacéa: samba-passarinho que anuncia a tarde brasileira, neste domingo, em Paquetá, onde inspira, há um ano, roda tradicional



"Quando amanhece/o céu resplandece/os raios do sol a brilhar/os passarinhos começam a cantar/anunciando a manhã brasileira/gorjeando sobre a mais alta palmeira..."
 
       Prezados amigos,
 
       Q
uinze anos sem Manacéa (foto acima) e quantas lágrimas a azul-e-branco de Madureira - e, por extensão, todas as demais cores do samba - tem derramado, ao longo desses três lustros, sentindo a ausência, no plano físico, desse compositor sem firula na criação, de verso simples e encantador, como na sua reiterada observação poética da natureza e, nela, de suas imagens e aspectos. De família musical, irmão de Mijinha e Aniceto, e pai da assistente social Áurea Maria - parceira dele em alguns sambas, como "Volta, Meu Amor", com bela gravação de Marisa Monte -, Manacéa também suscita, de imediato, a recordação do famoso quintal pagodeiro da sua casa (em ladeira na divisa entre Oswaldo Cruz e Madureira), onde, com a presença de parte da Velha Guarda da Portela, o também falecido cineasta Leon Hirszman filmou um curta precioso, narrado por Paulinho da Viola, no qual os bambas da escola, em clima festivo, exercitam-se no partido-alto.
      Com inspiração nele, vem o recado abaixo, da amiga produtora Régia Macedo, sobre roda de samba, de acordo com o antigo figurino, neste domingo, 14 de novembro, a partir das 14h, em Paquetá, ilha natal de chorão histórico, Anacleto de Medeiros. No primeiro dos "links" seguintes, Teresa Cristina canta, da epígrafe destas linhas, a letra de "Manhã Brasileira", de Manacéa, o qual, no segundo, canta, também de sua exclusiva autoria, "Quantas Lágrimas". No terceiro "link", mais um pouco de Manacéa, por si mesmo, em excerto do programa "Ensaio", da TV Cultura (SP).  
      Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
      http://il.youtube.com/watch?v=AzcdsAcvck4&feature=related ("Quantas Lágrimas")
 
   http://il.youtube.com/watch?v=yHF54UZGtaM&feature=related ("Manhã Brasileira") 
 
    http://il.youtube.com/watch?v=kvyOz6kS2EE&feature=related (Manacéa em trecho de entrevista)
 

Roda de Samba em Paquetá: um ano de muito samba, sob a inspiração de Manacéa. 

A festa acontecerá neste domingo, 14 nov, e celebra o sucesso da iniciativa de amigos e do grupo de samba Terreiro de Breque, de realizar uma roda no formato tradicional, sem sonorização, em cujo repertório fossem executados sambas mais tradicionais e pouco conhecidos, num lugar tranquilo e com vocação para a música como Paquetá. 
Mais uma vez será lembrado nosso patrono Manacéa, pelos quinze anos de sua morte, com a interpretação de suas músicas e de outros grandes nomes. 

Saída do Rio - barca das 10:30 h (com samba na Barca) – a barca seguinte sai às 13:30 h
Roda de Samba - início 14:00 h  

Local: calçada do Bar e Restaurante Tia Leleta 
R. Dr. Lacerda, 18 - Paquetá - tel. 3397-0656 (em frente à OI)

Opção 1 Saindo da Estação das Barcas, seguir na calçada pelo lado direito. Essa rua é a 2a. travessa à esquerda

Opçao 2: Pegar a rua que sai em frente à estação e entrar na 1a. à direita, Rua Pinheiro Freire, que termina na rua Dr. Lacerda. "


*Produção: Áurea Alves e Régia Macêdo

*Realização: Instituto Kederê de Desenvolvimento Social 

*Apoio:
  Bar e Restaurante Tia Leleta
  Confraria Paquetá
  Sociedade Etílica de Paquetá

6.11.10

Aviso Aos Navegantes: FUI, MAS VOLTO JÁ!


Por motívos de ordem teórica este blogue entrará em recesso por uma semana. Estou numa época de provas - volto assim que encontrar a órbita.
Aviso aos meus queridos amigos que não poderei responder aos comentários neste período. Mas quero dizer antecipadamente que valeu, brothers, valeu!
Inté!

4.11.10

Bisdré: cordas de todo o sentimento em um violão de craque e brasileiro por inteiro


O primeiro dos "links" abaixo já é, por si só, a meu juízo (desprovido de alicerce técnico), revelador de um dos maiores talentos do violão popular brasileiro dos últimos tempos e ainda sem a devida dimensão de amplitude territorial, em termos de difusão de trabalho, de que o seu pinho é merecedor no nosso país. Que sonoridade bonita, como que vinda por inteiro da alma do instrumentista a expressar-se em primorosa composição sua, o samba "Saudade", que também pode ser ouvido como um bálsamo (assim como a delicada "Bossa de Maio", do brasiliense Fabiano Borges), após as horas de batente, no "myspace" do rapaz (o último dos "links" abaixo). Na linha de excelência de um Baden ou de uma Rosinha de Valença, ferindo cordas nele, na brasilidade, transmissoras de "todo o sentimento", nasceu no Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, cresceu no Irajá, mas há muito está radicado na capital paulista, onde já circulou por muitas rodas musicais - de choro e samba, especialmente - e participou de alguns conjuntos, como o quarteto Breu na Sola e o Três por Acaso (em formação inusitada de violão, viola de arco e pandeiro para tocar MPB variada). Também arranjador, foi autodidata a princípio, aos 15 anos de idade, mas, depois, teve como mestres violonistas experientes e muito bem conceituados, como Ricardo Simões, Luizinho 7 Cordas e, especialmente, Ruy Weber (este autor da trilha do longa "Serras da Desordem", do "underground" Andrea Tonacci), com o qual levou mais a fundo o seu aprendizado e aprimorou o seu estilo. Fez música pra teatro e tocou em algumas peças, participando recentemente das gravações de CDs de jovens e apreciados sambistas da garoa paulistana, como Edu Batata e Emerson Urso. Em setembro último, em mais uma edição do Comboio de Cordas, em Sampa, foi visto e aplaudido como integrante (juntamente com o pianista, flautista e bandolinista Renan Bragatto, o violoncelista Alfredo Santos e o baterista e percussionista Leandro Lisi) do grupo Borzeguim, nascido da informalidade de encontros musicais que mantinham. André Alberto de Oliveira Santos é o nome por extenso que consta do seu RG. Salve Bisdré! Um craque.
       Um bom dia a todos. Muito grato pela atenção.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal              
 
Pós-escrito: 1) na dica sobre show, na sexta passada, da ótima cantora Denise Pinaud na Embaixada Carioca (Bar Vaca Atolada), no Centro, cometi um erro de informação por inadvertência: na verdade, "Lobo Bobo" é de autoria de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, e não de Menescal e Bôscoli, como dera a entender;
                  2) em seguida, nos demais "links": 2) Bisdré (foto acima), com o Borzeguim, toca, de sua autoria, o baião "Quarto Minguante"; 3) ele, ao violão, sola "Cris", valsa que também compôs; 4) de novo com o Borzeguim, toca o belo "Chorolix", de Ruy Weber; 5) em duo com Ruy Weber, executa "Correnteza", de Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonfá. 
 
       http://il.youtube.com/watch?v=E9PaCbU7h30
 
       http://www.youtube.com/watch?v=Cc-lLvhRV3E&NR=1
 
       http://www.youtube.com/watch?v=96CTaO1z7C4&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=-RANeNgs6j0&feature=related
 
      http://www.youtube.com/watch?v=cImw3O7JASw&feature=related
 
       http://www.myspace.com/bisdrebr

Ilustração: O mundo de Ariano Suassuna


(Clique na imagem para ampliar e ver melhor os detalhes)

3.11.10

O genial Garoto inspira show-homenagem da Orquestra de Sopros da Pro Arte, nesta quarta, no Jardim Botânico


Recebi há alguns dias o "flyer" acima, sobre uma sempre bem-vinda homenagem a Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (gênio do violão brasileiro e dele marco de transformação, inovando na harmonia e nela prenunciando a bossa nova), nascido em 1915 e morto em 1955, pouco antes de completar 40 anos. A propósito, também há pouco, tive a satisfação de trocar e-mails com o pianista e compositor Mario Albanese (criador, em 1965, com o maestro Ciro Pereira, do jequibau, um tipo de samba em compasso quinário, que faz lembrar no andamento a bossa nova), de 79 anos recém-feitos e parceiro de Garoto em "Amor Indiferença", de quem foi amigo e com quem teve oportunidade de tocar. Egresso de São Paulo, cidade natal onde muito se apresentou (também empunhando bandolim e cavaquinho) em duo com o violonista Aymoré e se tornou inicialmente conhecido como Moleque do Banjo - por causa do seu primeiro instrumento, ganho, quando contava 11 anos de idade, do irmão -, Garoto, chegando ao Rio em fins dos anos 30, encontrou aqui terreno fértil para a emancipação do seu talento. Em 1939, na Rádio Mayrink Veiga, constitui novo duo, bem-sucedido - com outro ás do violão, Laurindo de Almeida -, chamando a atenção de Carmen Miranda, com a qual e o Bando da Lua iria para os Estados Unidos, lá agradando em cheio - com admiradores do seu dedilhado como Duke Ellington e Art Tatum na plateia -, apresentando-se em várias cidades e permanecendo por oito meses, cognominado O Homem dos Dedos de Ouro pelo organista Jesse Crawford. De volta à ex-capital federal, contratado pela Rádio Nacional, suas cordas prodigiosas o levam a intensa lida como solista e acompanhante, tocando (também em discos) com a pianista Carolina Cardoso de Menezes e, a partir de 1952 - nos fins de noite da emissora, no programa "Música em Surdina", de Paulo Tapajós -, com o Trio Surdina, completado pelo violinista Fafá Lemos e o gaúcho Romeu Seibel, o Chiquinho do Acordeom, com quem compôs o famoso dobrado "São Paulo Quatrocentão". Dois anos antes de falecer, solou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o "Concerto Número 2 para Violão e Orquestra", que Radamés Gnatalli, outro gaúcho, compusera em sua intenção, e, depois da morte, um grande sucesso viria ao seu encontro, onde quer que já estivesse "no andar de cima": "Gente Humilde", com música sua letrada por Chico Buarque e Vinicius de Moraes e gravada por Angela Maria em 1970. A homenagem a Garoto será realizada pela Orquestra de Sopros da Pro Arte nesta quarta-feira, 3 de novembro, às 20h, no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico.   
         Um bom dia a todos. Grato pela atenção à dica.
 
         Um abraço,
 
         Gerdal 
 
Pós-escrito: nos "links" abaixo, Dick Farney (na foto da imagem) canta a envolvente "Nick Bar", de Garoto com letra do humorista José Vasconcelos, inspirada em extinto bar paulistano; 2) a valsa-choro "Desvairada", de Garoto, em gravação do autor, de 1950; 3) a mesma composição por três expoentes do nosso violão popular na atualidade: o piracicabano Alessandro Penezzi, o passo-fundense Yamandu Costa e o goianiense Rogério Caetano; 4) "Duas Contas", de Garoto, com o violão de Dinho Oliveira; 5) Garoto em belo choro, "Jorge do Fusa", tocado pelo violonista Ricardo Giuffrida; 6) sobre imagens antigas da capital paulista, Waldir Silva e seu regional executam "São Paulo Quatrocentão". Nos "links finais, com os meus parabéns, que renovo, Mario Albanese explica a motivação do seu jequibau, tomando como parâmetro um clássico do jazz, "Take Five", de Paul Desmond (7), e, em estúdio, em programa de rádio de agosto passado, alusivo aos 45 anos de vida do jequibau, os violonistas Bonfim e Sílvio Santisteban tocam "Fim de Semana em Guarujá" (8), de Mario e Ciro Pereira, com o próprio Mario lembrando um pedaço da letra no final.    
      
           http://www.youtube.com/watch?v=Ux_yiPHzotg
 
           http://www.youtube.com/watch?v=EgCbQUxjaos
 
           http://www.youtube.com/watch?v=vbxt0SSVG5s&feature=related
                   
           http://www.youtube.com/watch?v=_DouzOfcdYc&feature=related 
 
           http://www.youtube.com/watch?v=OiF5msrxVVU&feature=related
 
           http://www.youtube.com/watch?v=Pz6FNXIjhXA
 
           http://www.youtube.com/watch?v=Bww_pV1YnoU
 
           http://il.youtube.com/watch?v=MGc7XIzCgl8&feature=related
 
 

Ilustração: "Povo do caranguejo"

2.11.10

Aline Paes, ganhadora do I Prêmio Divas da MPB, canta neste feriado em Botafogo: noite aberta ao novo e bom som e a inéditas de qualidade


No primeiro dos "links" abaixo, a cantora carioca Aline Paes (foto acima) canta "Festejo e Fé", de Marcelo Fedrá e Fred Demarca, com arranjo do violonista Maurício Massunaga; no segundo "link", "Mais Vale a Vida", de Gerson Deslandes e Renato Frazão, com arranjo do pianista Ricardo Rito; no terceiro "link", Quando o Lampião Apaga", de Pedro Ivo e Diogo Brandão", com participação do letrista Pedro Ivo. Aline, ex-estudante universitária de História e aluna de Amélia Rabello na oficina de canto de samba e choro da Escola Portátil de Música, na Urca, ganhou, há pouco, em Sampa, o Primeiro Prêmio Divas da Música Brasileira, promovido pela revista "Elas&Lucros" e pela Icatu Seguros. "Uma cantora pronta, afinada e com identidade musical muito peculiar, diferente do que se costuma ouvir no rádio", afirma, categórico, o pesquisador Charles Gavin, apresentador, no Canal Brasil, do interessante "O Som do Vinil". E Aline também é uma moça de sorte, pois fez a sua inscrição nesse concurso nacional pouco antes do encerramento do prazo. Abaixo, repassada, mais informação sobre ela e sobre o show "Noite Aberta", que fará, nesta terça, 2 de novembro, em Botafogo.
       Um bom feriado a todos. Muito grato pela atenção à dica.
 
       Um abraço,
 
       Gerdal 
     
A tempo: também abaixo, entre os "links", incluo o MySpace de Aline Paes. Vale a pena ouvi-la cantando "Flor Voadeira", uma composição primorosa de Renato Frazão, Marcelo Fredá e Lucas Dain, valorizada por um arranjo benfeito.
 
         http://www.youtube.com/watch?v=h5AlHOOusGM&feature=related
 
         http://il.youtube.com/watch?v=JP2Yt7_KuH4
 
         http://www.youtube.com/watch?v=HsqakNElhyo&feature=related
 
         http://www.myspace.com/alinepaes
ALINE PAES, ESTREANTE JÁ PREMIADA, CANTA NESTE DIA 2 
NO SOLAR DE BOTAFOGO

Com a coragem de uma veterana, Aline Paes faz de 'Noite Aberta' seu show de estreia, mesclando compositores de sua geração aos consagrados. “Não tive dúvidas para escolher o que cantar, como e com quem queria fazer o meu primeiro trabalho”, diz a jovem cantora, segura. E é com a mesma facilidade que Aline desvenda os mistérios que existem por trás de músicas como “Frevo de Itamaracá” (Edu Lobo), “Batizado” (Renato Frazão e Marcelo Fedrá), “Guardiã” (Eduardo Gudin), “Flor voadeira” (Frazão, Fedrá e Lucas Dain) e “Festa de rua” (Dorival Caymmi).

Já não se pode exigir atenção dos diretores das gravadoras - enrolados que estão na rede dos piratas - mas pede-se ao espectador desse show que ouça com atenção. É sem afobamentos, sem pressa e como se segurasse por um instante a fragilidade da vida nas mãos que deve-se apreciar a noite aberta de Aline Paes.

ESTREIA COM PRÊMIO 
No último dia 6 de outubro, a cantora venceu o I Prêmio Divas da Música Brasileira, cuja final foi realizada no Bourbon Street Music Club, em São Paulo. O prêmio homenageou as cantoras Ademilde Fonseca, Alaíde Costa e Dóris Monteiro e, no júri do concurso, figuraram nomes como Sérgio Cabral, Ná Ozzetti e Charles Gavin. Na final, Aline Paes concorreu com as cantoras Alice Fernandes e Janaína Moreno. 

Entre seus trabalhos de destaque estão três participações especiais: no disco do grupo Escambo, 'Fluor', um dos três finalistas do Prêmio da Música Brasileira 2010; no projeto “Mulheres que cantam Pedro Ivo”, em 2009, com shows pelo Rio e gravação do CD 'Leve o porto - Mulheres que cantam Pedro Ivo', com repertório deste novo compositor; e como integrante do coro Combovox no espetáculo “Influx Control”, com o coreógrafo sul-africano Boyzie Cekwana no Festival Panorama de Dança 2009. 

Aline Paes tem levado o seu show 'Noite aberta' a casas como Lapinha, Bar do Tom e Espaço Rio Carioca.

DATA: Terça, 02/11
LOCAL: Teatro Solar de Botafogo - Rua General Polidoro, 180, em Botafogo
HORÁRIO: 21h
INGRESSOS: R$ 40 (R$ 20 meia-entrada, lista amiga ou alunos Escola Portátil de
Música)